Sporting divulga passivo de 277 milhões de euros

SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL
Na brochura a distribuir pelo Sporting sustenta-se que se o clube não cumprir
com o estabelecido com as entidades bancárias «poderão ser executadas
as garantias prestadas e entra-se numa situação de ruptura de tesouraria,
porque, nesse cenário, os Bancos deixarão de apoiar financeiramente o
clube», frisa-se. Os números apresentados visam justificar a venda de património
não-desportivo do Sporting que o presidente Filipe Soares Franco vai defender
na AG. Sobre esse património, os dados agora revelados pelos leões notam que
«está por pagar aos bancos financiadores» e que «o passivo do Sporting
é elevado e o serviço da dívida consome cerca de um quarto das receitas totais
do clube, o que torna a situação insustentável», analisa-se, lembrando-se também o
consecutivo aumento das taxas de juro.
O documento do Sporting fala também num desvio orçamental de 16,7 milhões de
euros que surge «na sequência dos investimentos em passes de jogadores do
início da época em curso (8 milhões de euros), da eliminação prematura das
competições europeias (4 milhões) e 1 milhão de redução da quotização de
sócios», nota-se. Além disso refere-se que «o Bingo e as Modalidades de
competição não conseguiram atingir os níveis das receitas orçamentadas e o
Jornal, o Museu, o Multidesportivo, Futsal e Andebol apresentaram deficit,
totalizando um desvio orçamental estimado de 3,6 milhões de euros».

OPOSIÇÃO FALA EM MANOBRAS DE INTOXICAÇÃO E INTIMIDAÇÃO
Confrontados com estes números, a oposição a Soares Franco fala em desespero do
presidente leonino. Para Sérgio Abrantes Mendes, já anunciado candidato à
presidência leonina, o modo como são «publicitados» estes dados
«revela desespero», diz na Rádio Antena 1. Abrantes Mendes
fala também de «manobras de tentativa de intoxicação da opinião pública»,
acusando Soares Franco de estar a «usar a condição de presidente do Sporting
para pressionar e chantagear os sócios para a venda de património».
Outro dos candidatos assumido ao sufrágio, Guilherme Lemos, fala na mesma Rádio
em «manobra intimidatória para os sócios aprovarem umas contas que não
sabemos como estão», diz. «É uma luta desesperada de quem sente que vai
perder na AG», conclui este elemento.