Scolari: se eu pudesse diria muito mais

Luiz Felipe Scolari está com Gilberto Madaíl na revolta contra as críticas que têm sido feitas à Selecção portuguesa e à preparação para o Mundial da Alemanha. «O meu presidente tem o meu apoio integral, total», salienta o seleccionador da equipa das quinas desde o Luxemburgo. «Se eu pudesse diria muito mais a alguns, mas não quero dizer», refere o treinador sobre os desabafos de Madaíl. Scolari aproveita também para agradecer mais uma vez o apoio da população de Évora e salienta o desejo de que após o Mundial a Selecção «possa voltar a Évora para alguma comemoração».


Onze para Angola testado frente ao Luxemburgo
A Selecção está a entrar numa «segunda etapa do trabalho» com vista ao Mundial, conforme analisa Scolari, realçando que a partir de agora se vai concentrar no «aspecto técnico e táctico, com envolvimento maior dos atletas no sentido do conhecimento amplo e total das condições dos adversários», refere. No jogo de sábado
frente ao Luxemburgo já poderemos ter um vislumbre do onze que defrontará Angola no primeiro jogo do Mundial.
Scolari admite que «em princípio, nove ou dez jogadores» que jogarem frente à equipa do Grão-Ducado manterão a titularidade no jogo de estreia na Alemanha.
E sobre o facto de os restantes "mundialistas" virem a fazer jogos com Selecções mais fortes do que aquelas que Portugal tem vindo a defrontar, o seleccionador salienta que é uma questão de métodos de trabalho, justificando que na sua filosofia considera que «neste momento é importante jogar com equipas que têm menos qualificação do que a nossa para não exigir muito do nosso atleta». O treinador garante de qualquer modo que
«quando chegarem ao jogo com Angola os jogadores vão estar em condições e numa situação invejável».
Quanto aos objectivos para o Mundial, Scolari volta a apontar os oitavos-de-final como mínimo aceitável. «Nós hoje somos sétimos do mundo, numa competição com 32 equipas temos que chegar entre os oito primeiros, o resto que vier já é lucro», realça. Até porque os adversários não são pêra doce, como volta a repetir o treinador. «México e Irão, principalmente, estão numa fase física muito melhor do que qualquer outra Selecção», nota o seleccionador, frisando que os respectivos campeonatos «foram ajeitados de uma forma a dar condições de trabalho aos técnicos». «Isso não quer dizer que não temos a obrigação de nos qualificarmos, mas é mais difícil do que tudo aquilo que se vem apregoando», salienta. De resto o treinador constata que é bom que os
jogos de preparação dos adversários nos deixem com as «barbas de molho, porque aí talvez haja mais empenho em todos os jogos», destaca.

Treinador não quer saber das saídas nocturnas dos jogadores
Em relação às notícias que vieram a público sobre o facto de alguns atletas da Selecção terem sido vistos em discotecas até de madrugada na véspera de dias de folga, Scolari salienta que «cada um escolhe o seu caminho». «Quando dou folga, dou folga», refere, salientando que não quer saber «para que lado vão, onde vão, com quem estão, apenas têm que ter alguns cuidados no sentido de bebida, droga», aponta. Scolari refere que não sabe «se é positivo ou negativo» que saiam até de madrugada, simplesmente «não me interessa», frisa. O treinador constata que antes das folgas dá uma «ideia do que é o comportamento adequado, correcto para um profissional, mas ninguém pode carregar ninguém pela mão», diz.
Scolari comenta também a eliminação precoce dos sub-21 do Europeu de Portugal, frisando que os jogadores talvez tenham aprendido alguma coisa para o futuro na Selecção A, evidenciando que o Grupo era muito complicado.

Foto: Agência Lusa