Scolari: Baía não está arredado da selecção

RUI COSTA CONTINUAVA A TER ESPAÇO NA SELECÇÃO
Elogiando a postura do internacional português que anunciou o adeus à
selecção depois do Euro 2004, Scolari refere que Rui Costa «foi muito
importante no Europeu». «Não só foi um dos goleadores do conjunto,
como mesmo quando estava no banco era dos mais activos, sempre tentando
ajudar», esclarece o seleccionador.
O treinador brasileiro constata ainda no Record que apesar da titularidade que
optou por atribuir a Deco «o Rui continuava a ter espaço na selecção»,
salienta.

SCOLARI PREFERIA UM CLUBE, MAS PROPOSTAS APARECERAM TARDE
Na mesma entrevista ao Record, o seleccionador de Portugal aborda a questão da
renovação com a Federação Portuguesa e confessa que «preferia ir para um
clube, e ia mesmo», frisa. «Mas como vi que os clubes não me
valorizaram devidamente, depois de tudo o que já fizera antes», «preferi
ficar na Selecção portuguesa, pois tenho tudo o que preciso, bom
relacionamento, uma selecção muito boa, jovens de grande futuro, e isso
permite-me pensar fazer um bom trabalho até ao Mundial», constata o
treinador. Scolari refere também que recebeu propostas de Espanha, Inglaterra e
Itália, mas nota que «à excepção do Benfica que se manifestou de uma forma
categórica em determinado momento, os outros clubes só se manifestaram
depois de Portugal ter passado às meias-finais». Uma situação que o deixou
«aborrecido», conforme constata, lamentando que estivessem à espera de
aferir as suas reais capacidades, não confiando no currículo que apresentava.

NADA OFENDIDO COM FARPAS DE PINTO DA COSTA
Agora para o futuro Scolari vai assumir a responsabilidade por todas as
selecções portuguesas e promete desde já que «os Sub-21 vão ser um
laboratório para os AA, sem cedências».
Tendo em vista o Mundial, e denotando cautela, Scolari lembra que primeiro é
preciso conseguir a qualificação. «Nós temos uma boa Selecção, um grande
grupo, somos bons, mas temos de o provar», avisa o seleccionador.
No horizonte o treinador brasileiro tem ainda a miragem da continuação das
críticas. «As pessoas que não gostam de mim vão continuar não gostando»,
sublinha. E «há algumas que não gostam de mim, mas de quem eu gosto, que eu
elogio, que considero competentes», acrescenta o seleccionador que constata
que aprendeu com Carlos Queiroz que «é melhor não responder a algumas
críticas». Porém Scolari realça que «não [vai] esquecer» certas insinuações, «principalmente aquelas que vêm de pessoas do meio, porque as que
vêm de fora passam-me ao lado», frisa, tendo no horizonte os reparos de
Mourinho quando este treinava o Porto. O brasileiro confessa contudo que não
ficou «absolutamente nada» surpreendido com o tom assumido para com ele
pelo ex-treinador dos dragões.
E quanto às recentes críticas de Pinto da Costa, que a propósito da escolha de
Vítor Baía como o
melhor guarda-redes da Europa da época 2003/2004 salientou que
«só um sul-americano» não via a qualidade do guardião, Scolari assegura
que o dirigente «não [o] ofende». «Até porque se
ele pensar um pouquinho, o treinador dele é italiano e eu tenho dupla
nacionalidade, também sou italiano», exclama.