Rui Santos defende união dos três grandes

O que o The Revolution disse está correcto, nesse ano quando o Boavista ficou com cerca de sete pontos de avanço os presidentes dos três clubes tiveram almoços juntos... Aqui fica uma pequena nota do jornal Record na altura... Dias da Cunha e Manuel Vilarinho encontraram-se quarta-feira pela primeira vez e conversaram durante mais de três horas. O tema forte foi o futebol, com a arbitragem em plano de destaque. Os presidentes do Sporting e do Benfica consideram que é preciso mudar e ao lado do FC Porto estão dispostos a fazer tudo para que o futebol seja a melhor indústria de Portugal DIAS da Cunha e Manuel Vilarinho encontraram-se quarta-feira pela primeira vez como presidentes do Sporting e do Benfica. Durante pouco mais de três horas tiveram uma conversa "franca e aberta" – em que participaram activamente os directores de comunicação dos dois clubes, Carlos Severino e João Malheiro – sobre alguns dos problemas organizacionais que impedem o futebol português de ser, efectivamente, a melhor indústria do País, tal como um dia referiu o economista Michael Porter, na expressão do líder encarnado. Ao longo dessas três horas, Dias da Cunha e Manuel Vilarinho estiveram em total sintonia – "o futebol nacional tem de mudar". E para que isso suceda, nada melhor do que o envolvimento dos três grandes. Benfica, Sporting e FC Porto já estão a liderar um movimento em que querem ver incluídos todos os clubes da I Liga. O encontro de quarta-feira foi apenas mais um no sentido da mudança. O primeiro aconteceu 24 horas antes, quando Dias da Cunha se encontrou com Pinto da Costa, no Porto. Na sede da FC Porto SAD. E, tal como tinha sucedido na Invicta com Pinto da Costa, Manuel Vilarinho também concordou que é necessário agir. E os "3-G" (a despeito de Dias da Cunha não querer que se fale em G-3) estão de acordo que se deve começar a mudar o futebol no ponto em que mais conflitos existem: arbitragem. E com urgência. O factor tempo, aliás, é crucial para Pinto da Costa, Dias da Cunha e Manuel Vilarinho. Nenhum dos três quer que o sorteio continue nos actuais moldes. Há condicionalismos a mais. Defendem, também, a necessidade de a classificação dos árbitros ser conhecida com regularidade bem como a divulgação pública dos relatórios dos seus observadores. E, com o apoio do Governo, que se avance rapidamente para a profissionalização dos árbitros. Benfica, Sporting e FC Porto estão prontos para fazer tudo o que permita tirar o máximo dividendo do futebol. E querem que os restantes clubes da I Liga se lhes unam. De preferência, já no dia 2 de Março. Se assim for, será agendada até ao final da temporada uma assembleia geral da Liga. Chegadas Dias da Cunha chegou ao restaurante Pabe, em Lisboa, às 12.56 horas, acompanhado por Carlos Severino, director do gabinete de imprensa do Sporting. "Não vou falar com o dr. Manuel Vilarinho só de futebol. Tal como o Sporting, o Benfica também é um clube ecléctico", disse o líder leonino antes de entrar num dos restaurantes que mais frequenta. Às 13. 15 horas, foi a vez de Manuel Vilarinho chegar ao Pabe, acompanhado por João Malheiro, director de comunicação do Benfica. "Não vou com ideias pré-concebidas. Mas com certeza que vamos falar de futebol e dos problemas dos clubes." Dias da Cunha e Manuel Vilarinho foram recebidos pelo proprietário do Pabe, Arménio Fernandes, adepto do Benfica, que os dirigiu à mesa que habitualmente está destinada ao presidente do Sporting. Ofereceu-lhes um aperitivo, mas ambos recusaram. Tal como a entrada – ostras no gelo. Após alguns minutos de conversa, o empregado de mesa Aires Frias, adepto do Sporting, informou os líderes do Sporting e Benfica da ementa: cozido à portuguesa, robalo no forno ou espadarte fumado. Manuel Vilarilho e Dias da Cunha "alinharam" no cozido à portuguesa. E beberam Cartuxa tinto, de 1995. Cerca de 45 minutos depois, Aires Frias propôs-lhes várias sobremesas. Dias da Cunha e Manuel Vilarinho recusaram qualquer tipo de doces e optaram por queijo da serra da Estrela. O presidente do Sporting solicitou, também, um sumo de tomate. O almoço terminou com a tradicional bica. Manuel Vilarinho ainda tomou um “wisky”. Seguiram-se duas horas de conversa. Antes de abandonarem o restaurante (16.15), Dias da Cunha pediu a conta. Quando se preparava para pagar os 25 contos do "repasto", Arménio Fernandes antecipou-se e disse que era por conta da casa. "Fi-lo para comemorar o facto de ter sido a primeira vez que o dr. Vilarinho esteve no Pabe." Autor: OCTÁVIO LOPES Data: Quinta-feira, 15 Fevereiro de 2001 - 02:58