Pinto da Costa: antes de Couceiro era tudo à balda

JUSTIFICAÇÕES PARA OS DESAIRES DA ÉPOCA
Sobre a má época portista, Pinto da Costa releva que «o FC Porto perdeu 22
pontos em casa, quando nem costuma perder pontos»; e refere que «bastava
que só tivesse perdido metade, o que ainda assim seria anormal, e já seria
campeão», preconiza. Para explicar os desaires caseiros que se repetiram por
jogos a fio, o dirigente constata que «houve jogadores que, por motivos de
adaptação, por razões até de ordem familiar e particular, com alguns factos
dramáticos, viram o seu rendimento influenciado negativamente». Além disso,
o dirigente lembra as saídas de Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Deco, três
dos pilares da equipa, notando que no início da temporada o Porto "perdeu" ainda
outras três peças-chave por lesão, citando Derlei, Nuno Valente e Maniche.
Para a época vindoura, Pinto da Costa confirma desde já o regresso do médio
Paulo Assunção, que está emprestado ao AEK de Atenas, ao Dragão, e refere que
Leandro, cobiçado pelo Flamengo, faz parte dos planos de Couceiro.

AS USUAIS CRÍTICAS À ARBITRAGEM
Outra justificação que Pinto da Costa avança para a má época portista na
entrevista à "Dragões", é o mau desempenho dos árbitros. O dirigente começa por
notar que acredita ainda que o título é possível «quando dependermos só de
nós», realça. «Quando estamos a quatro pontos do Benfica e se nos
lembrarmos do último Benfica-Leiria, temos de concluir que é quase impossível,
mesmo que ganhemos todos os jogos», releva contudo. Citando exemplos de
alegado benefício aos encarnados, o líder portista fala no empate do Benfica em
Leiria, na vitória das águias frente ao Estoril com um penálti sobre
Karadas e no empate com o Rio Ave. Além disso, o dirigente recorda o jogo em que
o Nacional venceu no Dragão, realçando que o árbitro Mário Mendes não
marcou dois penalties a favor dos azuis e brancos.

«LARGAS COISAS ACONTECERAM ESTE ANO...»
Quanto ao balanço de 23 anos de presidência, Pinto da Costa congratula-se por
ter transformado o Porto «numa das grandes potências do futebol mundial»,
conforme diz na mesma entrevista. E em jeito de aviso à navegação refere que
«o FC Porto está forte e quanto mais vejo alguma comunicação social
permanentemente a atacar-nos e a tentar denegrir a nossa imagem, isso é sinal de
que eles sabem que continuamos fortes e unidos», afirma.
Para o futuro está nas suas cogitações a hipótese de escrever novo livro. E se
o segundo volume das suas memórias sair, até já tem um nome. «Largas Coisas
Aconteceram Este Ano», assim designará Pinto da Costa a eventual publicação
que «depende de poder escrever sobre as
largas coisas que se passaram este ano», nota o dirigente. «É que para
escrever sem poder escrever a verdade, ou ter que me refugiar em meias
palavras, então não escreverei», esclarece por fim.