Mourinho: treinador da selecção devia ser português

Sim, português de gema, com o famoso bigode farfalhudo a que nos habituaram.
Isso é que é o prótótipo de um verdadeiro seleccionador português.

Mas o Scolari levou-nos à final? Então deixa-o lá estar que está bem.

Sobre a nacionalidade dos treinadores, respondo-te com a dos jogadores... Sabes que tens equipas "espanholas" como o Real e o Barça que quase nem têm espanhois nas equipas que participam nas competições europeias?
Eu até me ri quando afirmaram na Tv, o ano passado: Arsenal vs. Chelsea, o derby londrino, os ingleses do Chelsea contra os ingleses do Arsenal... Ingleses? Quem? Onde?

O futebol é um negócio e agora é assim. O melhor é que o seleccionador fosse português mas o fundamental é que seja competente. Ter lá o Scolari sempre é melhor do que ter lá o Manuel José.

O treinador da Selecção Nacional deveria de ser Portugues.

Então o treinador do Chelsea não deveria de ser Inglês?

No mínimo curiosa, esta afirmação do Mourinho, relativa à nacionalidade do seleccionador...

Por acaso ninguém reparou, na entrevista que Deco deu ao Sport, no último Domingo, onde o jogador luso (?) refere, acerca das férias:

- Foram curtas. Estive a descansar no meu país, fui à Costa do Savipe na Baía...

Gostaria de saber o que pensa Mourinho acerca disto! Ou será que a Costa do Savipe que Deco refere, fica ali para os lados da Caparica?

Porque nao podera ser um selecionador estrangeiro?? Scolari levou Portugal aonde mais nenhum portugues conseguiu levar... ta bem k jogou em "casa" mas incutiu na equipa uma mentalidade vencedora e fez crescer o patriotismo em cada portugues! isto é o selecionador nacional! nao apenas "fabricar" uma grande equipa mas como tambem levar o nome dePortugal para todo o mundo! O sr Mourinho é um grande treinador, talvez o melhor, e como tal deu so uma opiniao... so axo é k ele mete se demais cm os treinadores... foi o Ferguson, foi com camacho...carlos queiroz, scolari...para ke? para chamar a atencao? mas kem vence duas competicoes como as k ganhou precisa disso? mas prontos é a opiniao dele e como tal eu respeito... aos 60 anos seleccionador? talvez pk nao? ate eu queria =P

Saudações Leoninas

Fartou-se do Chelsea e já se está a fazer ao tacho! ehehe

O único argumento eventualmente válido para que o treinador deva ser português reside num “a priori” de que a entidade que o escolhe (a Federação) possa ter um estatuto de organismo público de natureza estatal. Ora, em situações normais, a legislação laboral proíbe o acesso de estrangeiros ao funcionalismo público. Mas isso é discussão para entendidos sobre legislação laboral e questões estatutárias da Federação Portuguesa de Futebol, que não é o meu caso. Neste contexto, e tal como o Sr Madaíl não pode ser substituído por um estrangeiro, os defensores da “preferência nacional” poderão sempre argumentar que o treinador também não o deveria ser. Pessoalmente, sou mais defensor de um mundo aberto, sem discriminações positivas ou negativas de ordem nacional ou racial (salvo quando estas se tornam imperativas por razões humanitárias), onde todos têm o seu lugar e onde há lugar para todos. A competência não tem fronteiras e quem vier por bem para temperar ainda mais o nosso saboroso caldinho português será para mim sempre benvindo.
Gostaria ainda de contestar algumas ideias que, por serem insistentemente repetidas aqui nesta secção e em outras, nem por isso se tornam mais válidas. A primeira é o caso Deco. Desculpem-me lá relvinhas mas já começa a chatear. O Deco naturalizou-se português ao abrigo de uma legislação, para mim das mais racionais e humanas da Europa, que só peca por ser restritiva. Quem está contra que se manifeste junto dos seus representantes eleitos para que a alterem. Podem estar seguros que me encontrarão do outro lado da barreira a defendê-la. Sucede, porém, e como as leis não produzem efeitos retroactivos, o Deco é actual e irreversivelmente um cidadão português, com dupla nacionalidade ao abrigo de acordos de reconhecimento mútuo entre Portugal e o Brasil, no pleno gozo de todos os direitos e garantias conferidos aos cidadãos nacionais. Insistir em chamar-lhe brasileiro, se até agora poderia ser desculpado como anti-portismo bacoco, agora não passa de uma mera manifestação de xenofobia que não fica nada bem num povo de torna-viagem.
  Outro aspecto é esta insistência em que o Scolari é um grande treinador porque nos levou à final. Nos dois anteriores campeonatos da Europa, sem a vantagem (enorme, no caso português) do factor casa e com dois treinadores que não são do topo (Humberto e Oliveira), só não chegamos à final porque nos saíu pela frente (uma vez nos quartos de final e outra vez nas meias finais) aquelas que eram as melhores equipas do campeonato. (Uma acabou por o vencer - a França, e outra - a Checoslováquia - só perdeu a final porque a Alemanha da altura sacou da cartola um jogador então desconhecido que empatou o jogo nos minutos finais e marcou o golo de ouro no prolongamento). Em nada considero o feito desses treinadores inferior ao do Scolari. Agora se querem discutir a qualidade técnico-táctica do Scolari apontem-me momentos de génio por ele revelados nas suas opções. Com a autoridade que me foi investida pelo curso de treinador de bancada que todo(a) o(a) português(esa) que se preze começa a tirar logo a partir da Primária, juro-vos que consigo encontrar com muito mais facilidade quatro ou cinco erros crassos do que momentos de génio. Pessoalmente, e quanto aos treinadores presentes no Campeonato da Europa, só me ficou a confirmação do Ericsson - apesar de se ter ficado pelos quartos de final (não era fácil passar aquela equipa portuguesa supermotivada), e a inteligência táctica do Otto Reinhagel para caçar com gato. O único treinador que pôs a equipa a praticar o futebol de que eu gosto foi o checo, para mim aquele que apresentou, de longe, a melhor equipa do Europeu. O segredo da nossa selecção esteve na raça e na garra como alguns jogadores evoluiram individualmente em vários jogos. O defeito foi nunca terem praticado um futebol de equipa, o que nem sequer espanta atendendo a que nunca tinham treinado enquanto tal. Foi isso o que o treinador greco-germânico (como soa bem esta mistura de berços) soube ver ao praticar uma cobertura agressiva em cima dos nossos jogadores mais criativos e desequilibradores. Ora, quando as individualidades estão manietadas, cabe ao treinador saber encontrar esquemas tácticos para superar as dificuldades deparadas. Lamento muito, mas acho que foi aí que Scolari revelou as suas limitações. Agora que o homem é um agitador de massas do carago, como dizem no Porto, lá isso é.
P.S. Alguém se lembra de uma fase de apuramento para o campeonato do mundo em que o adversário mais poderoso era uma equipa como a actual Rússia e os outros países do grupo eram a Eslováquia, o Luxemburgo e o Liechenstein? Só faltava mesmo cá Andorra para o Pauleta ultrapassar o Eusébio em número de golos marcados. Que a virgem do Caravaggio não dorme, lá isso é verdade...
Os mais mal intencionados (que não existem no Relvado) poderão legitimamente pensar que já estou a retirar mérito ao nosso Scolari para a fase de apuramento. Pois ... se não me vierem para cá com a teoria de que o Scolari é o maior por ganhar ao Liechenstein, juro por todas as virgens pintadas pelo Caravaggio que vou aguentar estoicamente todo o discurso do coitadinho de que já não há equipas fáceis, que nos aguardam imensas dificuldades no Luxemburgo, que na Rússia é um monstro adormecido que começa a despertar (não te rias Alenitchev que é feio) e blá-blá, e blá-blá... Como não me considero um português coitadinho, acho que, pelo ordenado que lhe está a ser pago, tenho o direito de exigir que, por mais cautelas e caldos de galinha que se recomendem, a única dúvida permitida seja saber quais são afinal as cidades alemãs onde, se a saúde o permitir, estarei dentro de dois anos a comer umas salsichas e a beber umas daquelas de litro.