Miguel forçado a ler pedido de desculpas ao Benfica

UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA...
No comunicado lido por Miguel este notava que «sempre honrou e dignificou a
camisola do clube» e que lhe «dev[e] a grande parte do [seu]
sucesso». Agradecendo «a todos os colegas, dirigentes, treinadores e
funcionários», o lateral deixava uma palavra especial para o presidente Luís
Filipe Vieira «pelo apoio e pela contribuição para a resolução deste
processo». O defesa disse-se ainda «arrependido», frisando que a
estratégia utilizada por si e pelos seus representantes «não foi a mais
adequada e
provavelmente menos ética». Embora ladeado pelo seu empresário Paulo
Barbosa, com quem o Benfica mantém más relações, Miguel viu-se obrigado a
sublinhar que «algumas pessoas, que julguei meus amigos, ou que julgava
serem especialistas, se quiseram aproveitar de mim, na pura perspectiva de fazer
fortuna à minha custa», leu.
Miguel confessou posteriormente ter sido forçado a ler esta declaração e Paulo
Barbosa esclarece que o fez por razões de sobrevivência. Sublinhando que esta
situação «não é mais do que a prova real de quem não sabe negociar, não sabe
falar, não sabe conviver com opiniões diferentes», o empresário diz que a
situação o faz recordar os anos 30 «noutros países onde
os pais tinham que denunciar os filhos e vice-versa para poderem
sobreviver».

EMPRESÁRIO FALA EM NEGÓCIO DE 9 MILHÕES E NÃO DE 8
Sobre o entendimento entre Benfica e Valência, Paulo Barbosa destaca que
«o Miguel para viabilizar este acordo prescindiu de um milhão de euros, dos
tais dez por cento que o senhor Luis Filipe Vieira dizia que eram do
jogador». O empresário alega assim que o negócio de transferência se fez por
não por «oito milhões, mas sim por nove milhões».
Afiançando a existência de «um problema de carácter pessoal com o presidente
do Benfica que tentou inviabilizar este acordo, ao ponto de colocar como
condição que o jogador tinha que ler aquilo que vocês ouviram», sublinha
Paulo Barbosa, o representante do lateral deixa elogios ao desempenho de José
Veiga. A terminar o empresário diz que «nada foi feito contra o Benfica, nem
contra os sócios» e promete que «um dia o Miguel voltará ao
Benfica».
Da parte do clube da Luz o administrador da SAD Rui Cunha alega que «foi um
negócio razoável» e que permitiu preservar «a honra e a
dignidade». Este dirigente faz ainda questão de salientar que o Benfica não
reconhece o papel do representante de Miguel e que as negociações com o
Valência foram mediadas pelo Sindicato de Jogadores.