Iranianos revoltados com caricatura da Selecção

A Embaixada iraniana admite também prosseguir com o caso para as vias judiciais,
lamentando que a caricatura causou «aborrecimento e indignação» em todo o
povo iraniano, instando o jornal a tomar «as medidas necessárias para a
compensação por este acto imoral», escreve-se em comunicado. «Organizar o
Campeonato do Mundo é uma grande responsabilidade», lembra ainda a
estrutura, sublinhando que «todas as
áreas da sociedade, nomeadamente os média, têm que colocar a sua habilidade ao
serviço desta imensa responsabilidade». «O desporto é um meio para a
estabilização da solidariedade entre os povos», constata o mesmo organismo,
frisando que devem-se evitar «políticas irresponsáveis e imorais».
O Secretário-Geral da imprensa iraniana desportiva, Manuchehr Sandi, considera
que se trata de uma «anedota suja», apelando ao protesto contra a
imprensa germânica e internacional.
O desenho
de Stuttmann apresenta a Selecção
iraniana de um lado, com explosivos
à cintura, e o exército alemão do outro, como duas equipas alinhadas antes de
uma partida de futebol. O cartoonista explica que toda esta polémica não passa
de «um mal-entendido. O desenho não visava os iranianos, mas o tópico das
Forças Armadas da Federação Alemã no Campeonato do Mundo. Estou contra o facto
de que os soldados sejam utilizados [durante a competição na manutenção da
segurança] e tentei demonstrar esse ponto de vista desenhando o absurdo». A
direcção do jornal também já veio a público assegurar que não pretendeu insultar
a Selecção iraniana. «Lamentamos a reacção iraniana e associamo-la à falta de
conhecimento do debate relacionado com assuntos internos da Alemanha. Claro que
nem o Sr. Stuttmann, nem o Der Tagesspiegel queriam questionar a integridade dos
futebolistas iranianos», escreve-se em nota da direcção do jornal.