Eriksson: Inglaterra está melhor do que no Euro 2004

Sven-Göran Eriksson não envereda pela estratégia de provocação da imprensa inglesa no âmbito do Inglaterra-Portugal dos quartos-de-final do Mundial 2006. O treinador sueco mantém o cavalheirismo habitual e recusa concordar com os jornalistas de Terras de Sua Majestade quando falam das quinas como uma equipa violenta. Eriksson reconhece fair-play a Portugal, mas avisa a Selecção lusa de que Inglaterra está melhor do que no Euro 2004, mostrando plena confiança na passagem às meias-finais do Alemanha 2006.

Ainda não viram o melhor de Inglaterra

«Acredito vivamente que vamos ganhar», salienta o seleccionador de Inglaterra na conferência de imprensa do dia da equipa de terras de Sua Majestade. «Temos uma equipa melhor do que há dois anos atrás», constata o técnico em alusão à derrota sofrida pelos ingleses nos quartos-de-final do Europeu de 2004 frente a Portugal. O treinador sueco diz que está «confiante e os jogadores estão confiantes» num bom resultado na partida de sábado em Gelsenkirchen. «Disse há muito tempo que Inglaterra ia fazer um bom Mundial», salienta. «Estamos nos quartos, penso que podemos fazer melhor, jogar melhor e penso que ainda vamos ficar por algum tempo» em prova, diz Eriksson. O seleccionador constata também que «antes de acabar este trabalho, gostaria de ir mais longe do que os quartos-de-final e todos os adeptos ingleses merecem ver a sua equipa ir mais longe», conclui.
Para o jogo com as quinas Inglaterra deverá poder contar com Gary Neville que falhou os últimos embates por lesão e Eriksson constata que este regresso será «muito bom», considerando que Portugal acusará as ausências de Deco e de Costinha. Sobre o onze a apresentar, «já me decidi quanto ao modo como vamos jogar. Se é em 4-4-2, em 4-3-3 ou em 4-5-1 não vou dizer-vos», nota Eriksson em confirmação de que o segredo é a alma do negócio.
O treinador sueco deixa ainda um aviso aos incrédulos de Inglaterra e aos adeptos portugueses. «Ainda não viram o melhor dos jogadores, mas esperemos que o vejam no sábado», diz. Já em Portugal se espera que o calvário das más exibições de Beckham e Companhia prossiga.

Portugal é uma equipa com fair-play

A antecipação do Inglaterra-Portugal está a decorrer em níveis de ansiedade e receios partilhados com a importância de estarem em jogo as meias-finais de um Mundial. E depois do Portugal-Holanda (1-0) que ficou marcado por 16 cartões amarelos e quatro expulsões, os ingleses não se cansam de abordar o facto de a equipa das quinas ser violenta e revelar falta de desportivismo. Mas Eriksson não envereda pelo caminho da provocação, assumindo a postura cavalheiresca que nos jornais ingleses já vai sendo criticada, com os adeptos alegadamente fartos da educação do sueco.
«Claro que Portugal é uma equipa com fair-play», analisa Eriksson contra a maré inglesa, realçando que não considera que Portugal seja uma equipa violenta. «Estive cinco anos em Portugal, conheço muitos jogadores, muita gente, é um país que adora futebol», constata, salientando que os atletas das quinas «têm qualidade» e que «fazem uma boa equipa».


Foto: Agência Lusa