Disciplinar galácticos com um bastão de basebol...

É ISTO QUE PREJUDICA O FUTEBOL ACTUAL
«Nós não os víamos pela televisão, mas esses rapazes ficavam depois do
treino a praticar lançamentos à baliza durante meia hora», prossegue o mesmo
treinador sobre os tempos de Di Stéfano e de Kopa.
Mas na actualidade as coisas são bem diferentes e o veterano treinador francês
não se escusa a tecer críticas aos moldes em que as coisas se passam em Madrid.
«Em Espanha os treinos são tarde, acabam aproximadamente
às duas da tarde; eu, às três, estaria no aeródromo exclusivo com o bastão,
esperando David Beckham e o resto», analisa o técnico do Auxerre. «O
primeiro a chegar, às três e cinco, seria Luís Figo, com o seu jet
privado preparado para rumar a Portugal. E dar-lhe-ia... baff!» O relato
feito com convicção imaginária por Guy Roux. «Às três e vinte entraria
Zinedine Zidane, pronto para partir para Genebra para completar a sua obra com
as crianças desfavorecidas deste mundo, e dar-lhe-ia... boom! Às quatro, viria
Ronaldo, disposto a ir a Roma. E partiria. E eu esperá-lo-ia ali toda a noite
para ver se regressava passada a meia-noite ou perto do treino do dia
seguinte». Eis resumidamente a perspectiva disciplinadora e sarcástica do
treinador gaulês.

Mais a sério Guy Roux sustenta que são este tipo de situações que «prejudicam
este jogo actualmente». «E se alguém diz alguma coisa, Roberto Carlos
vira-se e diz: hei, ganho 130 mil libras por semana, sou maior de idade, posso
tomar as minhas próprias decisões», adianta ainda.
Mas no Auxerre «não se trabalha dessa forma», alega o técnico, realçando
que na sua equipa os jogadores só têm «uma profissão que é o futebol».

[As declarações de Guy Roux foram recolhidas no jornal espanhol El
Mundo Deportivo]