A Crónica da Semana | Relvado

A Crónica da Semana

 

Crónica de uma equipa desesperada
por Larsson

O jogo do Futebol Clube do Porto contra o Paris Saint-Germain ficará gravado na
minha memória como um dos jogos mais terríveis para o futebol. Foi daqueles
jogos em que existiu tudo o que não deve existir num jogo de futebol.

Comecemos pela má arbitragem do Sr. Stuart Douglas. Dizia um comentador
da TSF,
após findar o jogo, que nunca tinha visto um árbitro escocês fazer uma boa
arbitragem. Reflecti um pouco e reparei também que deste árbitro nunca vi uma
exibição conseguida. E neste jogo a asneira foi mesmo em dose industrial:

a) Falhou no critério disciplinar, distribuíndo cartões nos momentos e
aos
jogadores errados:
- Mostrou o amarelo a Jorge Costa na sua primeira falta cometida, quando
a infracção nem foi muito grave;
- Deixou o cartão no bolso demasiadas vezes face às entradas violentas e para
amarelo dos parisienses;
- Distribuiu cartões no final do encontro, quando já não tinha mão no jogo;
- Deixou os jogadores do PSG perder tempo sem sequer os avisar, quanto mais
mostrar o cartão;

b) Os seus auxiliares tiveram uma noite para esquecer:
- Erraram em 2 foras-de-jogo a favor do PSG, um deles escandaloso, pois Pauleta
estava 2 metros atrás do defesa portista e até me deu a impressão de partir
antes do meio-campo. No outro, e apesar da justa posição de Pauleta (sempre
ele), pode-se dar o benefício da dúvida, pois a sua posição não era a melhor.

c) Na 2ª parte perdeu totalmente o controlo do jogo:
- O facto de ter acabado o jogo quando o jogador Pancrate estava isolado no
ataque e só com Baía pela frente é elucidativo do nível a que chegou tal
arbitragem. Nessa altura apenas me ocorreu que não devíamos queixar-nos tanto
dos nossos árbitros, pois eles mesmo em dias maus são excelentes árbitros quando
comparados com este escocês;
- Beneficiou demasiadas vezes o infractor. Os jogadores adversários cometiam
faltas mas a bola prosseguia, dando-se a lei da vantagem. Pelo menos é assim que
deve ser, mas pelos vistos, na Escócia isso não existe. Interrompeu, que me
lembre, pelo menos 3 vezes o jogo numa dessas situações e inclusivé, numa delas,
o FC Porto partia para o ataque numa situação de 3 (a favor) contra 2. Uma
destas situações aconteceu também na 1ª parte;
- Não viu a agressão de Mendy a Jorge Costa (com algum teatro à mistura, mas não
deixou de ser uma agressão);
- Deixou que aquele livre fosse marcado apesar do caos que estava aquela
barreira;
- Após esse livre, em vez de terminar logo o jogo (passava mais de 1 minuto e
meio do tempo concedido), deixou-o continuar, acontecendo de seguida a mais que
evitável situação de Pancrate isolado frente a Baía.

No final deste jogo saíram todos infelizes e revoltados: jogadores, técnicos e
dirigentes de ambas as equipas e claro, qualquer adepto que goste de futebol,
seja apoiante de cada uma das equipas ou não. Mas não foi só o árbitro da
partida a contribuir para este sentimento colectivo. Quem também ajudou a este
desplante foi a atitude do FCP no minuto 84 de jogo.

A situação foi a seguinte: o árbitro, pela enésima vez, pára o jogo beneficiando
o infractor (FC Porto neste caso) para que seja marcada uma falta anterior. Mas
como o apito soou quando a bola ainda estava pelo ar, o escocês optou por
ordenar uma bola ao solo. Eu pensei que o jogo fosse retomado com o FCP a deixar
prosseguir a bola para o PSG. Mas não foi assim, e o médio do FC Porto
aproveitou tal ocasião para isolar Hélder Postiga que também não teve
mentalidade para saber que estava a ser incorrecto e chutou à baliza de Letizi,
não marcando por acaso. De seguida instalou-se a confusão.
Naquele momento recordei-me de uma atitude semelhante tomada por Overmars nos
seus tempos de Arsenal. Nessa ocasião o Arsenal ganhou por 1-0 e com um golo
vindo de uma atitude de claro anti fair-play: um lançamento
marcado ao contrário que o jogador do Arsenal aproveitou para isolar o seu
companheiro, que seguidamente facturou. Wenger tratou logo de propôr a repetição
do jogo, numa atitude que os jogadores do FC Porto deveriam ver e rever vezes
sem conta até a mensagem do fair-play entranhar-se nos seus
cérebros.
Para além dos bilhetes caros, também o que se passou ontem, põe os adeptos fora
dos estádios. É que uma coisa é a equipa estar desesperada por uma vitória e
outra é atropelar completamente as regras de um jogo agradável que uns ingleses
(ou chineses) inventaram.

Ao contrário de muita gente, não acho que o afastamento (quase garantido) da 2ª
fase da Champions seja o prémio merecido a quem teve uma atitude pouco
desportiva como esta. O FC Porto, apesar das contrariedades, esforça-se por
conseguir algo positivo. A imagem do campeão da Europa é a de trabalho e não se
pode acusar estes jogadores de falta de empenho. Agora se estão a jogar nas
posições erradas ou se as substituições são as erradas... isso já é outra
história.
A equipa quer ganhar a todo o custo, e a maneira como empurrou o PSG
para a sua zona defensiva no final do jogo é elucidativa desse querer. Falta
é lucidez, falta-lhe génio, faltam-lhe esquemas e hábitos. Trabalho
ingrato o de Fernandez que pegou numa equipa campeã da Europa, mas sem a
pre-época aos seus cuidados. Acreditem que é muito difícil trabalhar num quadro
já pintado até meio.

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Outras crónicas:
- FC Porto complica
todo o tipo de contas, por j_eagle
- Basta Ya!,
por helder postiga

Primeira Página:

Comentários [9]

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trabalho mas não de todos

diego ainda não entendeu que para jogar no porto não pode ser o género de número dez habilidoso e pouco interessado em defender

carlos alberto com a saída de mourinho voltou a esquecer que o futebol é um jogo de equipa

quaresma tarda em saber fazer cruzamentos ao nível dos seus remates

trabalham, mas é trabalho desenquadrado

Gostava de saber o que é pior

Se a falta do fair-play do FC Porto num lance, se a falta de fair-play do PSG em 90 minutos de anti-jogo.

OffTiopic: Pedro Mendes sem treinador...

...Santini resignou ao lugar nos Spurs, alegando razoes pessoais.

A meio

O Fernandez já não pode dar a desculpa de ter entrado a meio....
Já esteve tempo suficiente no clube para por a equipa a jogar.
Acho que não pos por falta de capacidade. Ele parece que fica contente se o Porto ganhar 2 jogos seguidos.
se eu fosse o Pinto da Costa mudava já de treinador e metia um que conhecesse bem o futebol portugues ou então o Camacho.
O Carlos Brito meteu o Rio Ave a jogar em equipa com qualidade, isso é trabalho de treinador, se os jogadores não dã mais é porque não podem. O ano passado no Rioa Ave sporting o Carlos Brito mostrou que é treinador, já para não falar com o jogo do Benfica e do Porto.... conseguiu sempre pontuar e com jogo de equipa, colocando a equipa a jogar.

Exactamente o que falta ao Porto, um equipa e não apenas bons jogadores.

Re:A meio

" um que conhecesse bem o futebol portugues ou então o Camacho. "

Mas nao é a mesma coisa?

Deixem-se de preocupar connosco!

Acredita que, e caso sejas benfiquista, sportinguista ou outro, tens muito com que te preocupar... Escusas de fazer artigos para denegrir a imagem do Porto, para isso estamos cá nós Portistas!

Já agora... um pouco de isenção também te pedia... já que para além do árbitro correr os jogadores do Porto com amarelos desnecessários, não marocu um penalti nos primeiros minutos sobre Derlei claríssimo e cortou um contra-ataque que quanto a mim seria muito perigoso (logo no ínicio).

No entanto, penso que o Porto não fez muito mais que os parisienses para merecer a vitória, fez mais, mas não o suficiente! Quanto à falta de fair-play... Só uma pergunta: Os jogadores do psg tiveram todo o tempo a fazer anti-jogo... não te irritaria?

Re:Deixem-se de preocupar connosco!

Enquanto ser livre e a viver sobre uma democracia que apela à liberdade de expressão, não me posso preocupar sobre a realidade portista? Porque não? Se ainda estivesse a insultar tudo e todos sem qualquer nexo até terias razão, mas eu opto sempre por argumentar as minhas ideias. Se me quiserem censurar também por isto tenho uma solução rápida e eficaz...

Passando ao jogo, é verdade que me esqueci de mencionar o tal penalty sobre Derlei. É absolutamente verdade que foi penalty e este foi mais um erro crasso do arbitro escocês.

Quanto à minha suposta falta de isenção, posso acrescentar que sou sportinguista mas que não vivo apenas a realidade do meu clube. Os outros também me interessam e mais ainda se estiverem presentes nas competições europeias. O meu objectivo não foi denegrir o FC Porto a todo o custo, pois a crónica foca-se apenas na falta de fair-play de Maniche e Postiga e no arbitro escocês. O que falo do FC Porto para além dessa situação é apenas uma referência à falta de cuidados e esquemas tácticos, devido à pré-época portista.

Quanto à tua ultima pergunta, anti-jogo é do que mais há no campeonato português. Os parisienses desde que chegaram ao Porto sempre disseram que o empate seria bom, por isso o FC Porto só tinha que estar preparado para a atitude ultra-defensiva do PSG.

Cumprimentos

ai ai ai

É pá... falas da arbitragem e esqueces-te da rasteira ao derlei na área e do abalruamento ao mesmo dentro da área???

ai ai ai

...

Muito se tem falado no momento do Porto, e todos nos concordamos que nao esta na melhor fase devido a varios factores. Mas realmente a falta de fairplay é gritante, e leva-me a pensar que os jogadores do Porto fazem tudo para chegar ao golo, inclusive o desrespeito...eu chamo a isso:desespero!