A Crónica da Semana |
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06 de Novembro de 2004, às 11:27 |
Crónica de uma equipa desesperada
por Larsson
O jogo do Futebol Clube do Porto contra o Paris Saint-Germain ficará gravado na
minha memória como um dos jogos mais terríveis para o futebol. Foi daqueles
jogos em que existiu tudo o que não deve existir num jogo de futebol.
Comecemos pela má arbitragem do Sr. Stuart Douglas. Dizia um comentador
da TSF,
após findar o jogo, que nunca tinha visto um árbitro escocês fazer uma boa
arbitragem. Reflecti um pouco e reparei também que deste árbitro nunca vi uma
exibição conseguida. E neste jogo a asneira foi mesmo em dose industrial:
a) Falhou no critério disciplinar, distribuíndo cartões nos momentos e
aos
jogadores errados:
- Mostrou o amarelo a Jorge Costa na sua primeira falta cometida, quando
a infracção nem foi muito grave;
- Deixou o cartão no bolso demasiadas vezes face às entradas violentas e para
amarelo dos parisienses;
- Distribuiu cartões no final do encontro, quando já não tinha mão no jogo;
- Deixou os jogadores do PSG perder tempo sem sequer os avisar, quanto mais
mostrar o cartão;
b) Os seus auxiliares tiveram uma noite para esquecer:
- Erraram em 2 foras-de-jogo a favor do PSG, um deles escandaloso, pois Pauleta
estava 2 metros atrás do defesa portista e até me deu a impressão de partir
antes do meio-campo. No outro, e apesar da justa posição de Pauleta (sempre
ele), pode-se dar o benefício da dúvida, pois a sua posição não era a melhor.
c) Na 2ª parte perdeu totalmente o controlo do jogo:
- O facto de ter acabado o jogo quando o jogador Pancrate estava isolado no
ataque e só com Baía pela frente é elucidativo do nível a que chegou tal
arbitragem. Nessa altura apenas me ocorreu que não devíamos queixar-nos tanto
dos nossos árbitros, pois eles mesmo em dias maus são excelentes árbitros quando
comparados com este escocês;
- Beneficiou demasiadas vezes o infractor. Os jogadores adversários cometiam
faltas mas a bola prosseguia, dando-se a lei da vantagem. Pelo menos é assim que
deve ser, mas pelos vistos, na Escócia isso não existe. Interrompeu, que me
lembre, pelo menos 3 vezes o jogo numa dessas situações e inclusivé, numa delas,
o FC Porto partia para o ataque numa situação de 3 (a favor) contra 2. Uma
destas situações aconteceu também na 1ª parte;
- Não viu a agressão de Mendy a Jorge Costa (com algum teatro à mistura, mas não
deixou de ser uma agressão);
- Deixou que aquele livre fosse marcado apesar do caos que estava aquela
barreira;
- Após esse livre, em vez de terminar logo o jogo (passava mais de 1 minuto e
meio do tempo concedido), deixou-o continuar, acontecendo de seguida a mais que
evitável situação de Pancrate isolado frente a Baía.
No final deste jogo saíram todos infelizes e revoltados: jogadores, técnicos e
dirigentes de ambas as equipas e claro, qualquer adepto que goste de futebol,
seja apoiante de cada uma das equipas ou não. Mas não foi só o árbitro da
partida a contribuir para este sentimento colectivo. Quem também ajudou a este
desplante foi a atitude do FCP no minuto 84 de jogo.
A situação foi a seguinte: o árbitro, pela enésima vez, pára o jogo beneficiando
o infractor (FC Porto neste caso) para que seja marcada uma falta anterior. Mas
como o apito soou quando a bola ainda estava pelo ar, o escocês optou por
ordenar uma bola ao solo. Eu pensei que o jogo fosse retomado com o FCP a deixar
prosseguir a bola para o PSG. Mas não foi assim, e o médio do FC Porto
aproveitou tal ocasião para isolar Hélder Postiga que também não teve
mentalidade para saber que estava a ser incorrecto e chutou à baliza de Letizi,
não marcando por acaso. De seguida instalou-se a confusão.
Naquele momento recordei-me de uma atitude semelhante tomada por Overmars nos
seus tempos de Arsenal. Nessa ocasião o Arsenal ganhou por 1-0 e com um golo
vindo de uma atitude de claro anti fair-play: um lançamento
marcado ao contrário que o jogador do Arsenal aproveitou para isolar o seu
companheiro, que seguidamente facturou. Wenger tratou logo de propôr a repetição
do jogo, numa atitude que os jogadores do FC Porto deveriam ver e rever vezes
sem conta até a mensagem do fair-play entranhar-se nos seus
cérebros.
Para além dos bilhetes caros, também o que se passou ontem, põe os adeptos fora
dos estádios. É que uma coisa é a equipa estar desesperada por uma vitória e
outra é atropelar completamente as regras de um jogo agradável que uns ingleses
(ou chineses) inventaram.
Ao contrário de muita gente, não acho que o afastamento (quase garantido) da 2ª
fase da Champions seja o prémio merecido a quem teve uma atitude pouco
desportiva como esta. O FC Porto, apesar das contrariedades, esforça-se por
conseguir algo positivo. A imagem do campeão da Europa é a de trabalho e não se
pode acusar estes jogadores de falta de empenho. Agora se estão a jogar nas
posições erradas ou se as substituições são as erradas... isso já é outra
história.
A equipa quer ganhar a todo o custo, e a maneira como empurrou o PSG
para a sua zona defensiva no final do jogo é elucidativa desse querer. Falta
é lucidez, falta-lhe génio, faltam-lhe esquemas e hábitos. Trabalho
ingrato o de Fernandez que pegou numa equipa campeã da Europa, mas sem a
pre-época aos seus cuidados. Acreditem que é muito difícil trabalhar num quadro
já pintado até meio.
____________________________
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trabalho mas não de todos
Enviado por lup51 a 06 de Novembro de 2004, às 16:04.carlos alberto com a saída de mourinho voltou a esquecer que o futebol é um jogo de equipa
quaresma tarda em saber fazer cruzamentos ao nível dos seus remates
trabalham, mas é trabalho desenquadrado
Gostava de saber o que é pior
Enviado por Portugal2004 a 06 de Novembro de 2004, às 13:53.OffTiopic: Pedro Mendes sem treinador...
Enviado por fanta a 06 de Novembro de 2004, às 13:28.A meio
Enviado por Curtis a 06 de Novembro de 2004, às 12:27.Já esteve tempo suficiente no clube para por a equipa a jogar.
Acho que não pos por falta de capacidade. Ele parece que fica contente se o Porto ganhar 2 jogos seguidos.
se eu fosse o Pinto da Costa mudava já de treinador e metia um que conhecesse bem o futebol portugues ou então o Camacho.
O Carlos Brito meteu o Rio Ave a jogar em equipa com qualidade, isso é trabalho de treinador, se os jogadores não dã mais é porque não podem. O ano passado no Rioa Ave sporting o Carlos Brito mostrou que é treinador, já para não falar com o jogo do Benfica e do Porto.... conseguiu sempre pontuar e com jogo de equipa, colocando a equipa a jogar.
Exactamente o que falta ao Porto, um equipa e não apenas bons jogadores.
Re:A meio
Enviado por C4r7m4n_0 a 06 de Novembro de 2004, às 14:31.Mas nao é a mesma coisa?
Deixem-se de preocupar connosco!
Enviado por whiteblue a 06 de Novembro de 2004, às 12:10.Já agora... um pouco de isenção também te pedia... já que para além do árbitro correr os jogadores do Porto com amarelos desnecessários, não marocu um penalti nos primeiros minutos sobre Derlei claríssimo e cortou um contra-ataque que quanto a mim seria muito perigoso (logo no ínicio).
No entanto, penso que o Porto não fez muito mais que os parisienses para merecer a vitória, fez mais, mas não o suficiente! Quanto à falta de fair-play... Só uma pergunta: Os jogadores do psg tiveram todo o tempo a fazer anti-jogo... não te irritaria?
Re:Deixem-se de preocupar connosco!
Enviado por Larsson a 06 de Novembro de 2004, às 17:33.Passando ao jogo, é verdade que me esqueci de mencionar o tal penalty sobre Derlei. É absolutamente verdade que foi penalty e este foi mais um erro crasso do arbitro escocês.
Quanto à minha suposta falta de isenção, posso acrescentar que sou sportinguista mas que não vivo apenas a realidade do meu clube. Os outros também me interessam e mais ainda se estiverem presentes nas competições europeias. O meu objectivo não foi denegrir o FC Porto a todo o custo, pois a crónica foca-se apenas na falta de fair-play de Maniche e Postiga e no arbitro escocês. O que falo do FC Porto para além dessa situação é apenas uma referência à falta de cuidados e esquemas tácticos, devido à pré-época portista.
Quanto à tua ultima pergunta, anti-jogo é do que mais há no campeonato português. Os parisienses desde que chegaram ao Porto sempre disseram que o empate seria bom, por isso o FC Porto só tinha que estar preparado para a atitude ultra-defensiva do PSG.
Cumprimentos
ai ai ai
Enviado por ScoobydoobyDoo a 06 de Novembro de 2004, às 11:55.ai ai ai
...
Enviado por C4r7m4n_0 a 06 de Novembro de 2004, às 11:37.