Considerações...

Considerações...,
por helder postiga

Nesta semana a cuspidela do Hélder a José Mourinho continuou na ordem do dia num
artigo com um título bastante polémico mas que, tenho a certeza, não foi feito
com intenção de ofender quem quer que seja. Aliás, o problema não está no
título, mas sim no conteúdo, pois mais uma vez estão a querer usar uma simples
zanga de comadres para dessa forma atingir os Super Dragões e o FC Porto.
A culpa não é apenas dos Relvas, pois apenas estão a copiar o que os
jornalistas desportivos metem cá para fora. Basta vermos as primeiras páginas
dos jornais desportivos...

Provavelmente muitos dos que não vão esquecer a cuspidela do Hélder já se
esqueceram de que na época passada, depois da final da Taça, o adepto portista
João Francisco Monteiro, de 19 anos, foi atingido a tiro por um benfiquista e
não resistiu aos ferimentos acabando por falecer no Hospital de Santo António,
no Porto.
Este foi, em conjunto com uma outra morte que aconteceu no estádio de Oeiras há
alguns anos atrás, um dos casos mais graves que o futebol português conheceu,
mas podia fazer várias crónicas com casos de violência por parte das claques de
praticamente todos os clubes.

No entanto não pensem que sou contra as claques organizadas, pois ao
contrário de muitos adeptos penso que sem elas o futebol português perdia muito
do pouco colorido que ainda lhe resta, e também porque tenho a certeza de
que a violência não existe apenas nas claques organizadas. Se assim fosse as
invasões de campo e os confrontos entre adeptos e elementos da segurança privada
presentes no estádio no jogo que o Benfica fez na Suíça durante a pré-época
não teriam acontecido.

Nem só os adeptos são violentos, pois o senhor Dias da Cunha também o foi
quando nas épocas em que o FC Porto venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões
fartou-se de fazer insinuações de corrupção sem nunca ter provado nada, ou ainda
quando trata os adeptos do próprio clube de energúmenos.
Assim como o presidente do Benfica quando invadiu os estúdios da SIC e entrou em
directo no programa «O Dia Seguinte». O que teria acontecido ao Hélder se
tivesse feito o mesmo?

Os jogadores também não estão isentos de erros. Temos o exemplo dos Sub-21 que
vandalizaram um balneário em França e dos 14 jovens da selecção nacional
de andebol de juniores A que resolveram praxar um colega acabadinho de chegar
a um estágio em Caminha usando ácidos que lhe queimaram algumas partes do
corpo, inclusivé os órgãos genitais.
Aliás, alguns jogadores têm atitudes que nem as claques organizadas costumam
ter, como agredirem árbitros de futebol ou seleccionadores.

McCarthy mais uma vez criticou o treinador do FC Porto, Victor Fernandez, por
este não lhe dar a titularidade, tendo depois recebido uma resposta muito
interessante da parte do treinador portista e que merece destaque como frase da
semana.
Lembram-se de um certo Juary? A titular não era muito útil, mas quando entrava
na segunda parte destruía qualquer defesa com a sua velocidade. Ainda me lembro
de ver o avançado brasileiro a aquecer na final da Taça dos Campeões contra o
Bayern e pensar: agora é que vamos ganhar o jogo! E não é que ganhamos
mesmo?
Juary era útil quando entrava na segunda parte e ninguém se importava com isso,
pois quem ficava a ganhar era a equipa. Se com McCarthy acontecer o mesmo e o
sul africano entrar no decorrer do jogo para marcar golos como aconteceu com o
Chelsea e o Belenenses, não vou ser eu que vou criticar o treinador portista,
pois o facto de McCarthy ter marcado golos na condição de suplente não prova que
Victor Fernandez esteja enganado, antes pelo contrário. Apenas prova que o Porto
tem um grande banco e o seu treinador o sabe usar no momento certo.
É para isso que os jogadores são pagos! Para serem úteis à
equipa sempre que o treinador achar necessário e não para serem polémicos sempre
que lhes apetece. Aliás, McCarthy devia estar agradecido a Victor Fernandez,
pois se tivesse dito com Mourinho o que disse nas últimas semanas, de certeza
que seria titular... na equipa B.

Frase da semana:
«Como titular não mete golos, mas quando entra faz a diferença. É uma questão a
analisar. Se soubesse que ele fazia sempre isto, metia-o sempre nos últimos 35
minutos» - De Victor Fernandez após o jogo com o Belenenses.

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Outras crónicas:
- A Crónica da
Semana - É urgente mudar!, por Dragaodeparis
- Porque é que não
gramamos o SLB, por PLO
- Champion´s League
2004/2005, por PauloFerreira