Campeão de Gales quer jogar com Liverpool lugar na Champions

EM BUSCA DE DIVIDENDOS FINANCEIROS
O TNS dispõe-se a ceder o seu lugar nas eliminatórias de acesso à
Champions da próxima época se o Liverpool lhes vencer, algo que parecerá
muito provável num confronto entre David e Golias. A motivação do TNS explica-se
muito facilmente e tem uma base racional apoiada
nos dividendos financeiros que uma situação destas poderiar trazer-lhe, em
contrapartida com a eventual participação na pré-eliminatória da Liga
Milionária. Os dirigentes do TNS temem uma viagem a um país da Europa de Leste
que seria muito dispendiosa face às ambições modestas do clube natural da
pequena cidade de Llansantffraid que tem uma população de cerca de mil
habitantes. O jogo com o Liverpool, num estádio neutro e com maior capacidade do
que o seu recinto, permitiria por outro lado um encaixe financeiro mais
interessante, nomeadamente advindo de eventual transmissão televisiva.
Mas esta ideia parece não ter o aval da UEFA. O porta-voz da estrutura, William
Gaillard, já disse que os responsáveis do organismo não gostariam de
«estabelecer um precedente e isto não faz parte dos nossos
regulamentos», realça.

LUGAR PARECE CERTO, FALTA CONHECER SOLUÇÃO ENCONTRADA
A situação do Liverpool e a eventual participação na Liga dos Campeões será
decidida em reunião da UEFA no próximo dia 17 de Junho. Mas as pressões para que
se promova uma excepção para a entrada do clube inglês na prova são muitas. A
começar pela própria formação inglesa de onde o dirigente David
Moores alerta que será «absolutamente diabólico» se o clube não
participar na Champions. Também o treinador da equipa, Rafael Benítez,
considera que será «inacreditável jogar a Taça Intercontinental, a Supertaça
europeia e não a Liga dos Campeões».
Por seu lado o director-executivo da Associação de Futebol Inglesa (FA), Brian
Barwick, nota que se trata de «uma situação excepcional que requer uma
solução excepcional». E o presidente da FA, Geoff Thompson, que
também é um dos vice-presidentes da UEFA, revela que a estrutura que dirige está
«a trabalhar arduamente para tentar assegurar um lugar-extra para o
Liverpool». Até o G-14, Grupo que alberga os clubes mais poderosos da
Europa, apoia «o desejo de ver o Liverpool defender o seu troféu»,
conforme nota um porta-voz da estrutura na imprensa inglesa.
Perante isto parece certa a participação do Liverpool na próxima edição da Liga
dos Campeões, tanto mais que o próprio presidente da UEFA, Lennart Johanson,
será apologista desta via. Falta saber que solução será encontrada e se alguém
sairá prejudicado com o caso. Note-se que as normas da UEFA não permitem que
nenhum dos 52 países membros da estrutura tenham mais do que quatro lugares na
prova, número apenas alcançado por Espanha, Itália e Inglaterra face ao ranking
das respectivas Ligas.