Mundial sub-20: Chile falha final e envolve-se em confrontos

A Argentina está na final do Mundial de sub-20 depois de ter ganho ao Chile por 3-0. A Selecção do "País das Pampas" vai agora disputar o troféu no domingo frente à República Checa. Para os chilenos até a partida de disputa do terceiro lugar, diante da Áustria, poderá estar em causa depois dos incidentes verificados durante e no fim do jogo com os argentinos. Além da contestação ao árbitro, os jogadores envolveram-se com a polícia e deixam ficar no Canadá uma imagem conflituosa...




Jogadores chilenos/Árbitro - Mundial sub20
A postura dos chilenos começou logo demasiado aguerrida durante o jogo das meias-finais com os argentinos. A jogar "durinho", o Chile
nada pôde contra o poderio da Argentina que venceu o encontro com golos de Di María, Yacob e Moralez. O árbitro alemão Wolfgang Stark
expulsou dois chilenos (Medel e Currimilla) e exibiu amarelos a outros sete, o que inflamou ainda mais os ânimos com os atletas do Chile a contestaram fortemente o árbitro, à imagem do que já tinha sucedido no jogo com Portugal dos oitavos-de-final.

O público também ajudou à "festa da raiva" e um adepto chileno tentou agredir o homem do apito. No fim do jogo choveram objectos das bancadas contra os homens do apito e atletas e a equipa técnica chilena confrontaram a equipa de arbitragem.

Já no exterior do Estádio instalou-se a confusão com a polícia de Toronto, cidade que acolheu o jogo. Os jogadores envolveram-se em confrontos
com elementos da autoridade, junto a uma das portas de acesso ao recinto, quando tentavam acercar-se de um grupo de adeptos e familiares.
O plantel chileno acabou por ser levado para os balneários, onde ficou durante quatro horas, numa medida que, segundo o porta-voz da FIFA,
John Schumacher, visou «acalmar a situação fora do Estádio». Este responsável assegura que «todos foram libertados» ao cabo
do tempo mencionado e nota que o caso está a ser «investigado pela FIFA, pela polícia do Canadá, pelo Comité organizador e pela
Federação Chilena».

Da parte da Selecção do Chile, os jogadores criticam a actuação policial que, perante a reacção dos futebolistas, terá utilizado gás paralisante e
descargas eléctricas. «Só íamos dar autógrafos e eles foram muito agressivos», destaca o jovem Peralta citado pelo jornal mexicano
El Universal, lamentando que foram tratados «como animais». E Luis Salazar,
elemento da delegação chilena, fala em «13 jogadores golpeados, a sangrarem, alguns com cortes nos lábios, com hematomas no corpo», de
acordo com declarações divulgadas pelo mesmo diário.

Para o apaziguar do conflito, na altura dos factos, terá contribuído a intervenção do Cônsul chileno no Canadá, Ricardo Plaza, que exige agora no El Universal
que a actuação policial seja investigada, considerando que esta terá actuado com «força indevida». Entretanto levanta-se a possibilidade
de não se disputar o jogo de apuramento do terceiro classificado que está agendado para sábado entre o Chile e a Áustria, equipas derrotadas nas meias-finais.
A final de domingo será jogada entre Argentina e República Checa.



Fotos: Lusa