Conselho Justiça: Presidente quer suspender castigos a Boavista e Pinto da Costa

O presidente do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresentou duas providências cautelares com vista a suspender as decisões tomadas pelo Órgão, sem a sua presença, na reunião da passada sexta-feira. António Pereira Gonçalves visa assim impedir o cumprimento das medidas de despromoção do Boavista e de suspensão de Pinto da Costa. Alegando que as decisões são «absolutamente ilegais», o presidente do CJ revela que vai pedir a destituição dos cinco conselheiros que avaliaram os recursos do "Apito Final".



É mais um capítulo nesta novela cada vez mais enrodilhada. Além das providências cautelares de Gonçalves Pereira, o Boavista também anunciou que apresentará o mesmo procedimento no Tribunal Administrativo de Lisboa no sentido de suspender a consumação da descida de divisão. Entretanto Freitas do Amaral foi escolhido pela FPF para liderar o «processo de averiguações» à reunião do CJ.

Na passada sexta-feira Gonçalves Pereira deu por finda a reunião do CJ por volta das 18 horas, mas cinco dos sete conselheiros que compõem o Órgão decidiram prosseguir e avaliaram os recursos do Boavista e de Pinto da Costa sem a presença do presidente e do vice-presidente. Instauraram um processo disciplinar ao presidente do CJ e decidiram recusar os recursos. Já depois do encontro Gonçalves Pereira foi acusado pelo conselheiro João Abreu de ter tentado favorecer Boavista e FC Porto.

O presidente do CJ anuncia agora em conferência de imprensa a interposição de providências cautelares contra as decisões tomadas no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto (TAF) e revela que vai pedir ao presidente da Mesa da Assembleia-Geral da FPF, Mesquita Machado, para destituir os cinco vogais do Órgão a que preside. Gonçalves Pereira tinha anunciado que ia revelar «muitas coisas», mas acabou por ser menos surpreendente do que o esperado.

Reparando que as decisões são «flagrantemente ilegais, inexistentes ou, pelo menos, nulas», Gonçalves Pereira fala num «simulacro de continuação da reunião». O também advogado lamenta todo este imbróglio reparando que «afecta até o prestígio do país e das instituições do nosso futebol a nível internacional, designadamente junto da UEFA». «Não me sinto envergonhado pelo que aconteceu na sexta-feira, mas penso que a imagem do CJ saiu lesada», diz ainda, aplaudindo a escolha de Freitas do Amaral para conduzir a investigação ao CJ.