Sou contra os meios tecnológicos! | Relvado

Sou contra os meios tecnológicos!

Os meios tecnológicos iriam retirar emoção e futebol aos espectadores.
 
Câmara de vídeo
Miles Willis/Getty Images

O título deste artigo parece uma opinião normal, mas sei que na sociedade alguém que tenha esta opinião é logo insultado por todos os carneiros da opinião feita, ou pelos seres não pensantes que em tudo veem corrupção, claro está, havendo algum (poucos) com a opinião contrária fundamentada. Estranhamente, esses não veem sacrilégio algum na opinião contrária... que pena serem tão poucos! Vamos lá então às razões:

1.º O futebol não existe para ser o exemplo de justiça, não é esse o seu objetivo primordial. Ao ouvir muitas das pessoas que defendem a inclusão destes meios no futebol, parece que o objetivo principal é que não hajam erros. Pois bem, o futebol existe para nós torcermos, deliciarmo-nos com o jogo em si, para termos prazer no jogo... esses são os grandes objetivos do futebol, e não abdico em um milímetro por causa de uma justiça que nunca se alcançará. Isso não significa que não se procure a melhor justiça possível, mas como adepto de futebol, a capacidade do árbitro ajuizar com igualdade as duas partes, mesmo que erre, é justo o suficiente e é isso que se tem que procurar.

2.º O futebol mudará, e não se sabe para o quê!!! É que por jogo existem 10 lances de penálti pelas regras... como é que se fará a triagem dos lances ajuizados pelos meios? É que um agarrão na área, tão banal desde sempre no futebol, pela lei do bom senso não é marcado pelo árbitro, mas como será com os meios tecnológicos? A equipa que tiver sido mais agarrada poderá sempre alegar que foi prejudicada. Ao invés, num lance de um pequeno agarrão na área em situação de um para um, no momento o árbitro percebe que o jogador se atirou para o chão aproveitando o contacto, mas poderá o árbitro defender essa sua posição com imagens repetidas a focar o pequeno empurrão ou agarrão? Queremos nós os jogos do nosso futebol decididos por quem tem o maior número de penáltis?

3.º Os meios não acabarão com as discussões. Se hoje em dia, com todos os meios ao nosso dispor, passado uma semana ainda existem lances em que ambas as partes se aguentam vivas na disputa da razão, como é que os meios iriam acabar com as discussões? Na minha opinião, existe até potencial para agravar as mesmas, porque hoje ainda existe a desculpa do árbitro errou porque é humano, o que se seguirá é a total ausência de desculpas, "o árbitro mesmo vendo, errou porque quis" ou "porque é que naquele lance o quarto árbitro parou o jogo e no anterior não?"

4.º O principal problema do futebol atual está longe de ser a justiça, mas o pouco futebol jogado. E este problema só se irá agravar com a entrada dos meios tecnológicos. Se hoje em dia qualquer decisão mais complicada do árbitro já significa uma perda de tempo considerável, com os protestos dos jogadores, com a colocação da barreira, etc... imaginem o que seria o árbitro decidir, receber uma informação, discuti-la com o quarto árbitro, mudar a sua decisão, as perdas de tempo que isso não iria significar... O futebol não é basket, que é um jogo que para constantemente e em que qualquer contacto é falta. Não é americano, como o seu homónimo, em que cada jogada é estudada e decidida com tempo antes de executada. O futebol é momento, uma equipa pode estar perto de dar o golpe final, mas uma paragem pode dar oxigénio à outra equipa, pode dar tempo para se orientarem, e tudo mudar. É um pouco como dar a um lutador de UFC 1 minuto para ele descansar depois de levar um murro no queixo e quase ter desmaiado... Não dá, e retira também aí verdade desportiva ao jogo.

Para concluir, na minha opinião os meios tecnológicos não iriam acabar com as discussões nem com a polémica, iriam retirar emoção e futebol aos espectadores, e ainda por cima iriam descaracterizar o jogo que conhecemos para algo que não sabemos se nos iria continuar a apaixonar.

Académica:

Comentários [17]

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e depois

não podiam combinar resultados, apostas...enfim só não quer meios tecnológicos quem beneficia com isso.
Temos um grande exemplo, Platini!

Papa-artigos no seu melhor ...

... a lata que certas pessoas têm não é mensurável!

A tese desenvolvida para justificar que não se utilizem os meios tecnológicos fazer prevalecer a verdade desportiva é hilariante. Além disso é sabido que o autor é um fervoroso defensor do maior adulterador de resultados do futebol português, conhecido como o rei dos pitufos, e que obviamente tudo o que impossibilite a manipulação de resultados entra em rota de colisão com quem prevarica.

Fico impressionado como este autor escreve tanto para depois não se aproveitar nada, em vez de 4 parágrafos gigantescos para explanar os 4 pontos da sua tese, poderia ter dito tudo em 4 linhas. Este egocentrismo literário é surreal.

Classificação do artigo: Lixo!

Só falta...

começares a avaliar os comentários do pessoal. LOL

Antes de tudo, tens de

Antes de tudo, tens de reconhecer o seguinte: O que é o futebol, e aquilo para o qual existe, é meramente subjectivo, e a tua leitura é apenas isso, a tua leitura.
Eu tenho uma opinião diferente, não só no futebol, mas na sociedade em geral. Em todos os sectores de decisão onde se possa reduzir ou remover a margem de erro subjacente à interpretação, desde que não prejudique o que é moral e essencial, que se faça. Há quem goste do jogo, mas também há quem goste de se aproveitar das condições em que existe o jogo, e quantos mais erros se puder evitar, menor controlo tem quem deles puder fazer uso. Não concordo com todas com todas as sugestões tecnológicas, mas concordo com algumas, e com vontade e engenho, conseguia-se melhorar as condições que um arbitro tem para conduzir um jogo. Muitos desportos quase tão populares tiveram reformas nesse sentido e quanto a mim, para melhor. O futebol, por ser o mais popular, acho que não devia ser excepção.
Cumprimentos.

eu penso que o reconhecimento de que é apenas a minha leitura

estava entendido à partida, até pela maneira que me direcionei aos que contrariam a minha opinião racionalmente, como parece ser o teu caso...

Em relação à tua opinião, discordo que o futebol seja comparável, a desportos como Basket, futebol americano, hóquei em gelo, etc... futebol é um desporto que não vive de paragens ao contrário dos desportos acima referidos que pela sua natureza estão constantemente parados..

Em relação ao aproveitamento que alguns fazem das condições em que o jogo se processa, mendy, aí sim é a luta, porque aí tu podes colocar leis muito penalizadoras dos árbitros quando estes falham recorrentemente que é coisa que não acontece hoje em dia, até porque não penso que os meios previnam o prejuízo de quem entra num jogo para prejudicar um clube, mas fortes penalizações já acho que sim... ainda assim, como é óbvio, respeito o contraditório racional como o teu discordando da tua opinião...

Cpts.

Pelo menos na linha de golo,

e para os foras-de-jogo, seria fundamental a tecnologia. O olho humano não tem capacidade para tal.

Talvez, porque não, o problema é que isso pode ser

apenas o pé na porta do fanatismo pelos meios... eu não alterava nada.

A nivel disciplinar,

seria sem dúvida mais complexo, mas em casos de fora-de-jogo e na linha de golo, seria algo factual. Pelo menos já evitava alguns erros que pudessem influenciar resultados.

Mas não é só a tecnologia que poderia ajudar as arbitragens. Só que houvesse regras de irradiar árbitros incompetentes como em qualquer outra profissão, talvez não houvesse pelo menos tanta suspeição. Parece ser a única "profissão", em que há sempre a desculpa do "errar é humano".

COmpletamento de acordo com o teu último parágrafo...

.

ver outros exemplos

Eu respeito a opiniao, no entanto parece-me na minha opiniao uma visao romantica do que o futebol e hoje em dia.
nao se pode confundir uma pelada entre amigos com uma competicao onde um elemento dentro de campo pode ajuizar sem ajuda um lance que pode valer 8 milhoes como o que se passou no jogo do sporting vs Porto.

E ver o que se passa no rugby, sei que em portugal nao ha a cultura de olhar para outros exemplos, mas no rugby so lances de ensaio recorrem ao video quando o arbitro tem duvidadas( isto no rugby profissional). nas faltas de campo, elas sao ajuizadas pelo arbitro que se falhar, os jogadores nem refilam. uma outra novidade do rugby e que toda a gente no campo pode ouvir o que o arbitro diz pelo seu auricular, trazendo muito mais transparecia ao desporto. os jogadores nem refilam com o arbitro porque sabem que vao para a rua sem espinhas e se fizerem asneiras dentro de campo as imagens sao utilizadas para os castigar.

agora no futebol , com a corrupacao que existe na fifa, uefa e na liga portuguesa, interessa muito mais aos interesses instalados que nao se possa trazer transparencia a industria do futebol. porque dessa forma podem controlar pelos arbitros as incidencias da industria.
enquanto esta gente continuar aos comandos do futebol , podemos ter a certeza que nao ha tecnologias, porque assim acabavam as criticas. isto atencao vale para esconder todas as incompetencias...

João, certezas nunca iriam existir,

e na minha opinião, não podes comparar o Rugby que é um jogo que para constantemente minutos a fio já pela sua natureza, quer na formação para lançamento de linha lateral (sei que devo estar a dizer uma estupidez, mas não conheço o nome) seja num pontapé, seja numa formação, o desporto vive parado, o futebol não, se deres tempo para uma equipa erspirar constantemente o erro vai diminuir muito, e os desequilibrios serão menores, ou seja, o futebol sairá em perda...

Cpts.

Nem tanto ao mar nem tanto à

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. O futebol vive, essencialmente, de paixão. É isso que está na génese da sua popularidade. E com base nessa paixão se alimentam as polémicas, com análises quase sempre subjectivas e tendenciosas em função dos melhores interesses de cada um. Mas é preciso justiça, não se deve premiar o erro, ainda que este faça parte do jogo. Sou plenamente favorável à introdução de novas tecnologias, apenas num caso específico: a bola entrou totalmente ou não? Porque, é impossível ao árbitro, numa fracção de segundo, decidir com toda a propriedade, conforme aconteceu no Nacional-Sporting.
Admito, ainda, a possibilidade de as equipas beneficiarem do que no ténis se chama "o olho de falcão", isto é, de forma limitada ao número de vezes por jogo, solicitar a reavaliação de algum lance mais polémico, mas só em fora de jogo. Não estamos a falar em contactos físicos, que requerem um outro tipo de avaliação, como a intensidade, que as imagens jamais poderão esclarecer, mas os lances que, pela sua natureza muitas vezes se tornam impossível aos juízes tomar a melhor decisão. De forma limitada, como no ténis, não baixaria a intensidade de jogo, e, poderia acrescentar mais verdade desportiva, preservando-se a paixão e a subjectivdade da avaliação nos contactos físicos.

André, eu nem falei dessa situção porque é tão residual

no futebol, que não vejo o porque de deixar os fanatismo das novas tecnologias colocar o pé na porta, mas essa é daquelas que admitia sem reservas... mas, depois também te pergunto, existem meios nos jogos pequenos para essa tecnologia? Não me parece que fosse possível a banalização desse meio, mas não vejo mal nenhum nele...

Em relação, à tua última ideia, sinceramente, a discussão nunca iria acabar, porque a linha está antes ou depois, tu viste o lance do fora de jogo de Martins, que é clado como a água até porque a linha de fora de jogo segue paralela à linha da relva, foram apresentadas imagens para criticar a opinião da realidade :) agora, o futebol não é ténis, tu vês que às vezes num livre ou penálti mais polémico, perdem-se facilmente 4/5 minutos de jogo, imagina com essa abertura de pedidos de reanálise, percebo a tua ideia, mas não me convences...

Cpts, claramente tu és daqueles "poucos" racionais defensores dos meios...

Não sei se se perderia muito

Não sei se se perderia muito tempo, já que, imagina num fora de jogo assinalado, ou quando a bola saísse, daria tempo ao quarto ou quinto arbitros ver a repetiçao e comunicar. Além disso, o pedido de olho de falcão é limitado e por isso não se está sempre a recorrer.
Mais polémico seria a instalação em todos os estádios, mas o futebol também não é democrático nos outros aspectos. Nem todos têm imagens televisivas, nem sequer árbitros de linha de fundo. Com o tempo acredito que pelo menos nos campeonatos profissionais e competiçoes internacionais se poderia implantar.
Na génese de tudo está a minha opinião de que a polémica e paixão do futebol deve residir nos clubes, sentimento de pertença aos mesmos, e não nos erros dos árbitros criando um clima de guerra e suspeiçao

Ok, vamos concordar em discordar...

:) Cpts.

......

1º Se o objectivo do futebol é deliciarmo-nos com o jogo em si, então muitas vezes, falar mais de arbitragens que o próprio jogo em si, a meu ver não faz parte dessa lógica.

2º Esse ponto é discutível.
Mas poderá apenas ser utilizado em casos "normais" para penalti, ou em casos de dúvida.

3º Os meios tecnológicos acabarão com as discussões no momento. É algo factual, em que é impossível haver erros. Hoje em dia discutisse os lances, porque temos todos os meios para os visualizar. Depois é o facciosismo de muitos adeptos que levam à discussão.
Só os árbitros é que não aproveitam as tecnologias. Só aproveita quem quer vender jornais. Se é que me entendo...

4º Hoje em dia já existem auriculares. O tempo perdido não seria assim tanto quanto isso...
Para além de que os critérios continuariam a ser os mesmos. Somente em casos de dúvida, ou por lapsos do árbitro principal, quem tivesse o acesso às imagens, contactaria com o árbitro principal pelo auricular.

Era tudo uma forma de haver uma preparação adequada, para que o futebol em si não mudasse em praticamente nada. Se calhar ao principio haveria alguma confusão, mas depois toda a gente acabaria por se adaptar.

Bond,

1º no meu caso, vês-me muito mais a comentar jogos que arbitragens... agora, a discussão irá sempre existir, porque existe a paixão pelo jogo, no dia em que o jogo se tornar menos apaixonante e monótono podes ter a certeza que por mais justo que seja, as pessoas deixam de o ver...

2º O que é que são casos normais de penálti, eu como treinador (que não sou :)) depois de uma dura derrota, achas que não vou considerar tão penálti o agarrão que deu penálti à outra equipa, como aquele que o meu jogador foi alvo num canto? Achas que os adeptos não considerarão esse lance idêntica falta?

3º Não, Bond... tens pe. o lance do penálti do Cédric que pelas imagens na minha opinião é penálti claro, mas que achei bem o não assinalar dessa grande penalidade, ou seja, existiu ali bom senso por parte do árbitro para perceber que a lei escrita é ultrapassada pela lei universal do bom senso... se ele recorresse às imagens, não poderia recorrer a essa lei do bom senso... e existem inúmeros lances em que não consegues aferir com um grau de certeza absoluto a validade do lance... daqui só resultariam duas coisas, 1ª o bom senso acabaria no futebol 2º as discussões iriam intensificar-se ainda mais...

4º Bond, se hoje um lance mais polémico, com uma única decisão do árbitro já custa ao espetáculo 5 minutos, quanto não seria perdido se 4/5 vezes durante o jogo, o mesmo fosse interrompido para um 2ª opinião?

Mas, como disse ao André, percebo o teu ponto de vista apesar de continuar com o meu...

Cpts.