Portugal sofreu nas alturas mas venceu (crónica)

Portugal está apenas a um ponto do Europeu 2012, depois de derrotar esta noite a Islândia por 5-3, na penúltima ronda da qualificação.

No Estádio do Dragão esperava-se uma entrada forte dos portugueses, mas a verdade é que foi a Islândia a primeira equipa a criar perigo. No primeiro de três lances consecutivos na grande área adversária, todos de bola parada, Jonsson cabeceou para uma grande defesa de Rui Patrício.

Contra a corrente do jogo, e precisamente numa bola parada, Moutinho deixou para Eliseu, que cruzou para a cabeça de Nani inaugurar o marcador, decorria o minuto 13'.

Aparentemente o jogador do Manchester United gosta de marcar na "casa" do FC Porto. Um ano depois do bis frente à Dinamarca, mais dois golos: o capitão Jonsson tinha criado perigo na baliza certa, mas aos 20 minutos criou perigo na baliza errada. Assistiu Nani, que isolado não desperdiçou.

A vantagem era portuguesa, mas a turma de Paulo Bento não dominava o jogo nem era de longe a equipa mais perigosa. À tentativa de Ronaldo, que o guarda-redes Magnússon travou, Bjarnason esteve perto de marcar, mas a bola saiu ligeiramente ao lado.

Quem não atirou ligeiramente ao lado foi Hélder Postiga. A um minuto do intervalo, numa altura em que a toada morna predominava no Porto, Carlos Martins fez um bom cruzamento para o avançado do Saragoça, que ainda enviou a bola à barra mas fez mesmo o terceiro da noite.

Islandeses reagiram pelo ar

Para o início da segunda parte estava reservada uma "bomba" de Ronaldo à barra, mas estava também reservado o golo islandês. Ao terceiro minuto, Jónasson apareceu sozinho junto à pequena área, depois de assistência de Jonsson, e de cabeça reduziu a diferença no marcador.

Os minutos que se seguiram foram marcados por um ritmo lento. A Islândia não ameaçava verdadeiramente a baliza nacional, mas Portugal também não aparecia muitas vezes perto da baliza contrária.

Em mais um lance de bola parada, e tal como no primeiro golo, o capitão islandês Jonsson ganhou nas alturas e colocou a bola em Jónasson que bisou, desta vez com o pé. Aos 67 minutos os adeptos voltavam a assobiar e começavam a pensar que a vitória não estava confirmada.

A partida continuava a não ser do agrado dos espetadores e continuava a não oferecer muitos momentos de interesse: os portugueses pareciam pouco tranquilos e os islandeses não mostravam argumentos para chegar ao empate, embora cada bola colocada na área fosse um motivo de preocupação para os jogadores lusos.

João Moutinho, a jogar no seu estádio, tranquilizou as hostes e, após assistência de Eliseu, fez o 4-2 aos 80 minutos.

As contas ainda não estavam fechadas: a três minutos do final, Eliseu marcou o quinto, com o pé direito. Duas assistências e um golo para o açoriano, que se estreou nesta fase de qualificação e nem tinha começado muito bem a noite, ao não se recordar de todos os versos do hino nacional.

Já no período de compensação, Rolando cometeu falta dentro da grande área, o árbitro assinalou grande penalidade e Sigurdsson estabeleceu o 5-3 final. A Islândia ainda não tinha marcado nos jogos fora de casa, mas no Dragão marcou três, o que espelha a pouca eficácia defensiva de Portugal, sobretudo nos lançamentos longos dos nórdicos.

A exibição foi pouco conseguida, mas Portugal venceu e assim Paulo Bento estabeleceu um novo recorde: cinco triunfos consecutivos na estreia de um selecionador nacional.

Agora falta empatar ou ganhar na Dinamarca. Ou até mesmo perder. Os resultados de outros grupos podem levar a que Portugal seja o melhor segundo classificado.