O alargamento para 18 clubes é uma esperteza saloia | Relvado
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O alargamento é um argumento que ajuda e pode ser decisivo para ganhar eleições. Mas só serve par

Os clubes, em Portugal, estão falidos. Vivem, genericamente, das receitas resultantes dos direitos televisivos e das vendas dos jogadores. As receitas de bilheteira e quotização são insuficientes e constituem uma gota de água num oceano de despesas.

Mário Figueiredo, potenciado pelo impacto das recentes declarações de António Oliveira sobre o poder da Olivedesportos no futebol em Portugal e das interpretações que entretanto foram realizadas em torno dessas mesmas declarações, conquistou a Liga, com votos de clubes do primeiro e segundo escalões, mas sem o apoio dos chamados ‘grandes’, embora no caso do Sporting haja dúvidas se a posição oficial dos ‘leões’ foi traduzida, efectivamente, em urna...

Os clubes mais pequenos foram sensíveis a duas promessas de Mário Figueiredo:

 1. Consumar o alargamento do escalão principal do futebol português, de 16 para 18 clubes, com efeitos a produzirem-se já na próxima época desportiva;

 2. Centralizar a comercialização dos direitos televisivos a partir da Liga, com uma distribuição mais equitativa do ‘bolo’ das respectivas receitas.

Em relação à primeira promessa, o alargamento não resolve nenhum dos problemas estruturais do futebol português. Não resolve o problema da média de competitividade do principal escalão da bola indígena: mais jogos não significa mais competitividade e, por maioria de razão, mais qualidade. Não resolve o problema da escassez de jogadores portugueses na prova. Não resolve nenhum problema de natureza financeira.

Nos tempos que correm é preciso olhar, principalmente, para o lado da despesa, uma vez que essa observação foi negligenciada durante anos a fio -- e não apenas para o lado da receita.

Mais espantado fico, todavia, com a indiferença generalizada em relação à possibilidade desse alargamento poder ter efeitos na próxima temporada. A ligeireza com que se fazem estas propostas, sem se olhar a questões relacionadas com a verdade desportiva é algo que me inquieta. Ninguém quer saber? Mesmo que a proposta da Liga não precisasse de acolhimento da FPF, no quadro do novo ordenamento jurídico, o que pode complicar a aparente linearidade da sua prossecução, acham mesmo que a integridade da competição não seria afectada, se a partir de agora as equipas jogassem com outras equipas, sem que daí resultasse qualquer consequência ao nível da classificação? Esta condescendência abre portas às mais variadas confabulações e especulações.

Em relação à segunda promessa, a intenção é boa. Faz todo o sentido uma distribuição mais equitativa das receitas do ‘bolo televisivo’. Mas, para isso, tem de haver consenso. No quadro em que se movem os interesses do futebol em Portugal não vejo que esse objectivo seja exequível. Mais: creio que é uma utopia (com valor teórico). Sobretudo se se confirmar que o Benfica não vai encontrar solução para a sua ‘guerrinha’ (de alecrim e manjerona) com a Olivedesportos.

Por outro lado, há contratos em vigor. Compromissos assumidos e escritos e verbas recebidas e adiantadas. Há ainda a questão de se apurar quem é que, entre as Televisões, está disponível para pagar -- e quanto... Estamos em cenário de crise, é bom ter essa noção. E o valor das transmissões televisivas tende a baixar, se não houver uma luta efectiva por elas...

Uma coisa é certa: na questão do alargamento pede-se bom senso; na questão dos direitos televisivos pede-se persistência e coragem. E como é mais fácil, nos dias que correm, perder o bom-senso do que ter coragem, percebe-se que uma das ‘empresas’ se pode tornar mais exequível.

É bom de ver que, para os treinadores e jogadores -- e daí a razão de algumas sentenças sobre esta matéria... -- o alargamento é sinónimo de mais oportunidades. Mas pode ser também um presente envenenado... Daí que me pareçam mais razoáveis as dúvidas de Domingos Paciência do que as certezas de Jorge Jesus...

O alargamento é mais um sinal de megalomania (à portuguesa) e de esperteza saloia (também à portuguesa). 

(Rui Santos escreve de acordo com a grafia do português pré-acordo ortográfico)

Rui Santos no Relvado 2 (fundo verde)
Taxonomia: 
Rui Santos

10 ou 12 equipas no máximo

Penso que deveríamos fazer o seguinte:
1 - Ter 10 equipas com um campeonato a 4 voltas. Ficaria um campeonato bastante competitivo com 36 jornadas acabando com a Taça da Liga que não acrescenta nada ao nosso calendário e tendo o aliciante de ter o dobro dos clássicos que temos hoje. Desceria apenas 1 equipa. A 2ª Liga poderia ter 16 ou 18 equipas.
2 - Ter 12 equipas e ter duas fases: a primeira com 22 jornadas com todos a jogar contra todos em 2 voltas. Depois uma 2ªFase com o top 6 e o bottom 6 com novas 2 voltas (mais 10 jornadas) para decidir o campeão e quem desce (1 equipa desceria e a penúltima decidia a manutenção com o 2º classificado da 2ª Liga)

Para mim, ter mais do que 12 equipas é ridículo para a realidade do futebol português. 12 equipas significaria ter, por ex, as seguintes equipas:
SLB
Porto
Sporting
Braga
Gruimarães
Marítimo
Académica
Nacional
e mais outras duas

NOTA: nestas circunstâncias a 2ªLiga ficaria ela própria bastante competitiva

Alargar a Liga para 18 clubes significa comprometer o futuro do futebol português como um todo à custa de um Presidente da Liga eleito pelos Presidentes dos Clubes que juntos representam 80% a 90% dos clubes mas que ao nível do número de adeptos representam menos de 10%. Mas quando estamos num país em que os Homens da Luta ganham o Festival da Canção, obviamente que este senhor tem toda a legitimidade de ser eleito Presidente.

Novo Modelo Competitivo

Eu acho que deveria ser pensado um novo modelo competitivo para o futebol em Portugal, para entrar em vigor na temporada 2013-2014.

Na minha opinião, deveriam fundir a Liga Zon Sagres e Liga Orangina numa única Liga, dividindo em 4 divisões: Norte (FC Porto), Centro (SC Braga), Oeste (SL Benfica) e Sul (SC Portugal, equipas da Madeira e Açores. Metade de Equipas da Zona Sul do país e outras 5 de outras zonas do pais. Seria a única zona mista). 40 equipas, 10 equipas por divisão, 18 jornadas, finalizada em Fevereiro.

Os dois primeiros classificados iriam disputar um playoff com 14 jornadas. O vencedor seria o campeão nacional.

Dois pontos altos durante a temporada futebolistica em Janeiro/Fevereiro e em Maio.

Duas competições cujos direitos televisivos seriam negociados separadamente. As próprias divisões poderiam ser vendidas separadamente. Mais jogos em sinal aberto.

As restantes equipas não apuradas para o Playoff disputariam a Taça da Liga entre Fevereiro e Maio.

Um novo modelo da Taça de Portugal a disputar entre Setembro e Fevereiro. Este permitiria cruzar equipas de diferentes divisões durante a Época Regular do Campeonato Português.

Portanto paralelamente às duas fases do Campeonato Português haveriam duas outras competições (Taças) envolvendo "todas" as equipas.

Penso que seria um sistema mais lucrativo para os clubes e poderia ajudar a desenvolver o futebol português!

os últimos também ganham

O alargamento da liga também deve ser feito contado com as vitórias dos clubes pequenos.
http://www.ligadosultimos.com/premios.html

Mas esperteza saloia porquê?

Não conheço o recém-eleito Presidente da Liga de Clubes nem sei nada do Curriculum Vitae do Dr Mário de Figueiredo que não me lembro de aparecer no futebol. Não tenho, por isso, nada a favor nem nada contra ele.
Mas, pensando bem no objecto do artigo de Rui Santos, pergunto-me e não encontro no dito texto nada que o justifique, porquê chamar-lhe esperteza saloia"? Que justifica dar-lhe esse título que indica que alguém está a propor-se tirar uma vantagem abusiva da alteração? Parece-me que todos temos de ter algum cuidado no que dizemos e no que insinuamos, ou seja, temos de nos respeitar mais uns aos outros e não achar sempre que estão idéias maldosas por detrás de tudo! O Sr Rui Santos também o deveria fazer!
Mas analisemos a situação: aqui há alguns anos, a redução do número de clubes na nossa I Liga era pedida por todos ou quase os analistas do futebol com o argumento que isso aumentaria a competitividade. Passado alguns anos sobre a diminuição para 16 alguma coisa parece evidente: a competitividade não aumentou! E os países que optaram por reduções drásticas do número de equipas nas suas ligas: Áustria, Suiça e Escócia, também não tiraram quaisquer resultados dessa alteração. Parece pois que, ao contrário do que antes se pensava, a alteração do número de equipas não está relacionada directamente com a competitividade!
Por outro lado, sabe-se bem que aos clubes, nomeadamente aos mais pequenos, importa prolongar a época de forma a que os sócios continuem a pagar as cotas e que consigam obter algumas receitas numa fase em que têm de continuar a pagar aos seus profissionais. Aumentar o número de equipas, ainda que possa ser indesejado pelos clubes maiores, aqueles que podem conseguir outras receitas em jogos particulares, é com certeza bem aceite pelos outros, a grande maioria!
O resto, aquilo que fica, é o método pelo qual serão eleitas as equipas que virão a beneficiar desse alargamento. Quanto a mim, a forma como serão encontradas essas formações terá de ser com uma liguilha entre os dois últimos da I e o terceiro e qurto da II, mas nada que possa ser irregular ou "esperteza saloia". O que é necessário é que isso fuiq

Não ficou completo

Faltou a ´´ultima frase: O que é necessário é que isso fique claro com antecedência para o processo ser transparente.

alargamento p 18

o ideal é 3 ou 4 series a 12 no futebo prof, apura-se os 2 ou 3 primeiros a joga-se um pole final

18 clubes era uma excelente

18 clubes era uma excelente medida. De fins de semana sem jogos está o calendário cheio.

Cria a tua equipa em ppm-pt.tk

Apoio a ideia dos 18 clubes

Os clubes mais pequenos, com a passagem para 16 clubes, ficaram com menos 2 jogos em casa. Ficaram a continuar a pagar os mesmos meses aos jogadores e estes a fazerem menos 4 jogos.
Não sei se não seria bom aumentar para 20.
As receitas conseguem-se fazendo jogos, não é nos treinos que os clubes ganham dinheiro.

jogos com 500 pessoas? nem paga a luz

jogos entre o leiria e o chaves vao atrair mais 500 pessoas a bola , isso com bilhetes de 5 euros se nao nimguem la vai. mais dois clubes vai aumentar sim os custos para os clubes. isto so interessa aos presidentes de clubes que andam da 2nda divisao para a primeira... para os clubes grandes e medios entao e so gastar mais dinheiro com viagens, alogajamto. seria muito melhor reduzir para 10 clubes e fazer 3 voltas, isso sim seria uma medida muito mais dinamizadora da qualidade do futebol. gerava mais receitas porque os clubes tinham 3 jogos com qualquer dos grandes. mas seria muito mau para os caciques das cameras municipais que nao podiam lavar tanto dinheiro.

Mas neste momento...

Não haver esses jogos com 500 pessoas dá 0 euros e os salários continuam a ter que se pagar... Não te esqueças que não são só as pessoas que trazem proveitos ao clube. Uma coisa é venderes publicidade para 34 jogos outra é venderes para 30 jogos, e o mesmo se aplica às televisões.

Ter só 10 clubes seria não levar o futebol a todo o pais. Neste momento, pelo menos de Norte a Sul e ainda as ilhas podem ter futebol na 1ª divisão. E com 10 equipas, conseguias? E não sei se não haveria o efeito de saturação: "outra vez o Guimarães-Marítimo?" (sem desprimor para nenhum dos clubes)

jogos com 500 pessoas da euros negativos

Achas que o oliveirense - feirense vende televisao? achas que num pais com 10 milhoes de habitantes tens mercado para 18 clubes? achas que num pais de 900 km de comprimento tens problemas de mobilidade? quando ha vontade tudo se pode resolver. a televisao emite 5 jogos por semana, eu nunca vi uma emissao do oliveirense pacos de ferreira... porque? nao tem publico. em espanha ha 60 milhoes de pessoas, logo podem ter muito mais clubes, pare ser igual em termos de mercado espanha teria 60 clubes na primeira divisao. isso nao e praticavel claro, mas os clubes tinham o mesmo dinheiro que aqui.

portugal tem de se conscencialisar da sua dimensao , embora tenhamos um mercado para o futebol em africa, so angola mesmo e que tem dinheiro para alguma coisa. espanha, inglaterra tem um mercado global por isso os clubes vao ser muito mais poderosos.
talves um guimaraes maritimo cria saturacao, mas e um pacos de ferreira portimonense? nem atrai atencao, quanto mais saturacao. num pais onde benfica, sporting e porto realmente atraem televisao e espectadores, quanto mais estes tres jogarem entre si, mais dinheiro vai aparecer.
isto do alargamento e so mais uma pessima ideia para satisfazer clientelas como os 10 estadios do euro que vao ter de ser demolidos por custarem muito dinheiro.

nao é má a ideia!

esta provado que reduzir de 18 para 16 não resolveu nada a nível competitivo ate acho que ficou pior portanto alargar para 18 não me parece descabido! quantos clubes tem a liga espanhola, inglesa, italiana, alemã argentina ou a brasileira? sera que a argentina esta melhor economicamente que portugal? nao me parece mas mesmo assim os estádios estão cheios. que tal reduzir os preços dos bilhetes, que tal a jornada não se prolongar por 4 ou 5 dias , que tal impor um limite mínimo de jogadores portugueses por cada jogo, que tal melhores relvados e que tal a taça da liga dar acesso a uma prova europeia isto sim parece ser o problema e nao se é 16 ou 18. se este é o problema então porque não se reduz para 10 ou 8? se o senhor rui santos sabe como reduzir as despesas, aumentando a competitividade que apresente a proposta ou então que se tivesse candidatado ao lugar.

Finalmente

Finalmente um artigo do Sr. Rui Santos em que pouco ou nada tenho a criticar. Bom artigo!
Obviamente que podemos questionar a ideia de 16 para 18 e o que de facto será melhor. Honestamente acho que 16 está bem, mas 18 não me escandaliza.
Quanto à questão da divisão dos "dinheiros" vindo da TV, concordo com o colunista, pois de facto é uma Utopia achar se que de um ano para o outro os contratos já feitos deixam de ter validade e os investidores passarão a ser tal qual Robin dos Bosques e passar a distribuir a riqueza pelos pobres!

Resumindo, quem votou neste novo Presidente da Liga pensando que este seria o D. Sebastião......

Realmente alargar para 18

Realmente alargar para 18 equipas é ridiculo ou ja nao se lembram porque passaram para 16???? anda tudo a brincar com futebol estes corruptos!!!

Olá

Qual é o problema de se alargar a liga para 18 clubes? Não se ganhou nada com a diminuição de 18 para 16 clubes. Mais: as melhores ligas do mundo têm 18 ou mais clubes. Não quero ligas à escocesa...com playoffs e tretas do género. Para mim a nossa liga é a sexta melhor do mundo, atrás da espanhola, italiana, inglesa, alemã e brasileira. Se puder ser a 5ª ou a 4ª tanto melhor...mas não é pela diminuição do nº de clubes que a competitividade vai aumentar. O aumento do nº de clubes talvez afecte o tal bolo dos direitos televisivos. Com o alargamento do nº de clubes, talvez os grandes recebam menos... .

Tambem tens a tua razao mas

Tambem tens a tua razao mas vamos ter os jogos grandes quase 3 em 3 meses e muitos jogos sem qualquer interesse (respeitando os clubes pequenos claro) com 1000 pessoas a assistir,Portugal não tem clubes suficientes para fazer de uma liga a 18 com qualidade,mas acho que isto é um assunto dificil de ter consenso e como voçe tambem eu sou totalmente contra play offs ,acho que 16 estava bom .

Razão tens também, masss.

Numa Liga a 16 também tens muitos jogos com menos de 1000 espectadores. Aveiro é um exemplo flagrante. Agoraa ideia de dividir as receitas duma forma mais equitativa pode ser uma grande mais-valia. O pboblema é que a primeira promessa do Sócrates foi criar 150 000 postos de trabalho e depois deu no que deu.

loool ya promessas estamos

loool ya promessas estamos todos cheios né?

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