Após a agradável ressaca da nossa vitória no Mar Báltico da Suécia, onde o navegador Cristiano Alvares Cabral subjugou com KO respetivo o Gigante Adamastor Ibrahimovic, e eis-nos que passados 500 anos voltamos a redescobrir o Brasil.

Contudo, não deixa de ser estranha a nossa velha sina: somos displicentes, incompetentes e inconstantes num quadro favorável, e superamos essas mesmas dificuldades, com ou sem "escorbuto", a navegar à "bolina" do Cristiano Alvares Cabral, ou a levar a proa da embarcação para a linha do "Bento".

Sugiro, contudo, meia dúzia de considerações ou reflexões sobre o Futebol Português!

O negócio do futebol não está mal gerido em Portugal. Antes pelo contrário, num País com a nossa dimensão, com a nossa economia, a indústria do futebol é uma das atividades em franco desenvolvimento, contrariando a tendência de outras atividades, infelizmente! Somos exportadores dos melhores jogadores de futebol, desnecessário é citar exemplos. O fenómeno Mourinho gerou uma onda de exportação de treinadores para todo o Mundo. Além do "Special One" e de Villas-Boas, nos melhores mercados, outros exploram os mercados de África, Ásia e Médio Oriente, e, com elevado sucesso, Bento, Fernando Santos e Queiroz também irão representar a qualidade do treinador português no próximo Mundial de futebol.

Temos o empresário Jorge Mendes, talvez o empresário no Mundo do futebol com maior volume de negócios, o "Empresário Galáctico". Para rematar: temos talvez o melhor jogador do Mundo, temos também o melhor treinador do Mundo, coisa de somenos? Francamente, não me parece!

Porém, no Século XX ao futebol português faltavam os tais "últimos 30 metros", e com essas debilidades no século passado estivemos no Mundial de 1966, 1986, e nos Europeus de 1984, 1996 e 2000 - isto é, estivemos presentes em 5 fases finais de futebol, e a tendência apenas se inverteu no final do século, e com o precioso contributo da geração dourada do futebol português, justamente quando fomos bicampeões do Mundo Sub20. Todavia, convido-os a atentar na melhoria do futebol português no inicio deste século XXI, retratada aliás nos apuramentos para todas as fases finais de Campeonatos do Mundo e da Europa: estivemos e vamos estar nos Mundiais de 2002, 2006, 2010 e 2014, acumulamos as fases finais dos Europeus de 2004, 2008 e 2012.

Isto é, se no Século XX apenas marcámos presença em apenas cinco fases finais, no início deste século XXI registamos 7 presenças em fases finais, quer Mundiais ou Europeus, em muitas participações com classificações honrosas.

Fizeram bem as contas aos números que deixamos? Brilhante! Como nota final, relembro que no Ranking UEFA, quer de Clubes ou de Seleções, Portugal e o seu futebol oscilam entre a 5.ª/6.ª posição na classificação da Europa/Mundo do Futebol. NOTÁVEL, perante a dimensão Económica, Geográfica e Demográfica deste pobre País do Sul da Europa. Cruelmente, contrasta com o nosso PIB (indicador económico que avalia/quantifica a riqueza gerada por determinado país). Esse importante indicador económico revela que Portugal se situa na 14.ª posição da Europa, com tendência para “resvalar” ainda mais para os últimos lugares da Europa, infelizmente!