Ingratidão

Nestas situações o clube fica refém do jogador. Se o clube não o tranfere o jogador fica contrariado e não rende pois está com a cabeça noutro lado (vidé caso David Luiz) , se o transfere certamente que o fará por um valor inferior ao que pretendia e fica prejudicado. Claro que os empresários sabem da poda e sempre arranjam maneira de colocar o clube em cheque e nomeadamente "obrigando" os jogadores a falar o que não devem, como foi o caso. Desportivamente falando acho que vai ser uma má opção para o Fábio ir para o RM a não ser que Mourinho ache uma maneira de encaixar FC e Marcelo na equipa. Em circunstâncias normais Marcelo será o titular e não sei se isso (a suceder) dará a volta á frágil cabeça do Fabio Coentrão. Economicamente e desportivamente claro está será o sonho de qualquer atleta representar o maior clube do mundo.

mas ter mercado é diferente de darem o que o benfica pretende receber por ele.

As negociações em torno do Coentrão foram completamente de amador, tanto por parte da direcção do benfica, na figura do seu presidente, como pelo próprio atleta que falou cedo demais e arrisca-se a ter que engolir as próprias palavras, mas a verdade é que as declarações que teceu já não têm retorno.

Coentrão forçou a saída e para além do mais teve as infelizes tiradas de juras de amor ao Real Madrid, quando aparentemente as negociações não passavam sequer da fase primária entre o benfica e o clube espanhol.

Logo aí nesse ponto o benfica começou a perder força negocial, pois o próprio jogador tornou a situação de uma hipotética permanência insustentável para o clube, já que as palavras que proferiu caíram mal em muitos benfiquistas e no próprio balneário, e caso ficasse, perderia credibilidade no seio do grupo e na popularidade para com os adeptos, gerando uma instabilidade emocional no jogador, que poderia ter como resultado uma quebra de rendimento desportivo (vide caso do Cardozo no ano passado que forçou a saída e acabou por ficar, e façam a comparação do que rendeu esta época, com a época anterior), logo, uma quebra na sua cotação de mercado.

Ora, os clubes europeus interessados no jogador logo baixaram o valor da oferta, pois sabem que o benfica ficou entre a espada e a parede. Não há viabilidade do jogador permanecer no clube a partir deste ponto, visto que todo o mercado europeu sabe que a partir deste momento o benfica fica forçado a ter que vender o jogador, logo, começam a jogar um jogo de forças no período das transferências, deixando os dias avançarem, forçando o benfica a ter que quebrar nos valores que pede.

A segunda situação que ainda fez perder mais força negocial ao benfica, foi a situação do presidente do benfica, ele próprio, ter-se deslocado a Madrid para negociar directamente o Fábio Coentrão com o Real Madrid! Que mensagem passa?
Então não deveriam ser os clubes interessados no jogador a deslocarem-se a lisboa? Que mensagem passa?
Obviamente que passa a mensagem que é o benfica que está mortinho por fazer a venda! O presidente abriu as perninhas para todos verem! E assim sendo, o Real ainda baixou mais o valor da oferta pelo jogador, pois sabe que é o próprio benfica que o quer negociar a todo o custo!

Isto aqui não há milagres (e ainda para mais num clube como o benfica que tem dívidas até ao pescoço): para contratarem, precisam de vender. E neste momento é claro que o benfica conta e muito com o dinheiro da venda do Coentrão, pois o que eu sei e o que todos sabemos, é que jogadores já foram contratados, mas ainda não choveu dinheiro em vendas. E os clubes europeus não andam a nanar, sabem bem de que lado está a força negocial, neste momento, quando lidam com o clube lisboeta.

Por isso, e resumindo, neste momento há duas questões com as quais o benfica se confronta no caso Coentrão:

1- a insustentabilidade da permanência do jogador, após as suas próprias declarações (autênticos tiros nos pés)
2- a perda de força negocial, por terem dado a perceber ao mercado, na figura do próprio presidente, que é o benfica que precisa de o vender.

epílogo:

Ainda vamos ver o orelhas a percorrer as capelinhas todas de uma ponta da europa à outra, com uma malinha na mão, tipo vendedor ambulante de secadores, a ver quem dá mais pelo jogador. Next stop? Alemanha!

Quem der mais, leva-o. Esqueçam o valor da cláusula.

arraçado de PIRATA, como os Penicheiros e Nazarenos e outros nados na costa...

É tudo farinha do mesmo saco.