Que tipo de modelo de gestão desportiva?

Quantos de nós já nos interrogamos sobre o melhor modelo de gestão a aplicar num clube de futebol, não só em termos financeiros mas também no que concerne à obtenção de bons resultados desportivos. Saber conjugar com rigor estes dois parâmetros é condição "sine quá non" para o êxito.

Eu, como amante e adepto incondicional desta nodalidade desportiva, por vezes tão irreverente e incompreendida, que consegue mover massas humanas, colocar amigos contra amigos, ou até familiares contra familiares, e que muitas vezes é tão mal tratada pelos seus próprios "filhos", entendo que o modelo que melhor se adapta e se perfila para o nosso meio futebolístico é, sem qualquer espécie de dúvida, e de há algum tempo a esta parte, o que o FC Porto tem vindo a incorporar e a desenvolver na sua SAD, destacando o contínuo êxito nos últimos anos deste clube, não dando quase hipótese aos seus rivais.

O Sporting, por exemplo, tentou enveredar por outro tipo de gestão... foi no caminho da criação dos seus próprios activos com base na sua forte Academia de jogadores. No entanto, apesar de ter dado alguns frutos, nunca soube gerir com mestria a capacidade de saber vender bem e continuar na senda dos bons resultados desportivos. Cristiano Ronaldo, Quaresma, Nani, Miguel Veloso ou até João Moutinho (Pinto da Costa nunca permitiria que um jogador destes saísse para um rival), são alguns exemplos paradigmáticos desta minha análise, que indica que não é possível viver só da prata da casa.

O Benfica parece que começou a aprender com o seu rival do Norte. É já uma espécie de cópia da mesma gestão, tendo como exemplo disso as vendas de Di Maria e Ramires e o excelente resultado do ano passado, mesmo que tal implicasse aumentar em muito o seu real passivo.

Mas atenção ao Braga e ao seu presidente e treinador, que formam uma dupla de luxo e que, pé ante pé, sem que se dê muito por isso, está a construir um clube que muito brevemente irá dar frutos bem saborosos para as bandas do Minho. Agora na Liga dos Campeões, estou convencido que, devido à boa gestão desportiva que tem feito com poucos meios, poderá então passar a outro nível interno e ultrapassar mesmo o Sporting, cotando-se como o terceiro grande clube português do século XXI.