Prata da casa | Relvado

Prata da casa

O futebol português vive cada vez mais da importação de jogadores jovens.
 

Boas, caros relvas. Apesar de ser novo aqui tenho sentido uma grande vontade de todos para que os nossos clubes apostem mais em jogadores portugueses, nomeadamente da formação de cada clube, e resolvi portanto tentar lançar aqui um debate de ideias sobre este tema, visto que nesta altura do ano só se fala de contratações e pouco mais.

O futebol português vive cada vez mais da importação de jogadores jovens e com margem de progressão para serem posteriormente vendidos dando lucro aos clubes. Tem sido este o plano A do FC Porto principalmente e também do SLB. O SCP nos últimos anos vinha apostando num plano B, que consistia em aproveitar alguns jovens da formação, no entanto isso não se traduziu em bons resultados, nem desportivos nem financeiros, e parece agora também enveredar pelo plano A.

Sempre me fez um pouco de confusão que as nossas seleções jovens tivessem sempre grandes promessas que nunca se impunham quando passavam para o nível profissional. Mas porquê?

Parece-me evidente que são muito poucos os casos de jogadores que, com 18 anos, estão preparados para serem lançados na alta roda do futebol nacional, mas toda a gente se queixa das poucas oportunidades que dão aos jovens que passam da formação para os plantéis principais e que invariavelmente são colocados a rodar noutras equipas com menor pressão. São muitos os que se perdem e poucos os que realmente adquirem a experiência que lhes permite afirmarem-se no clube que os formou. Será esta a melhor solução?

Outrora existiam as chamadas equipas B que foram extintas porque não lhes permitiam subir à 2ª Liga e porque eram uma elevada fonte de despesa dos clubes. Mas parece que agora há movimentações no sentido de retomar essas equipas.

Parece-me que esta é uma boa solução para os nossos jovens talentos ganharem alguma tarimba sem perderem a identificação com o clube formador, no entanto corre-se o risco de aumentar a importação de jogadores se não houver um limite de estrangeiros nestas equipas. Seria pior a emenda que o soneto, como se costuma dizer.

Temos o exemplo do Barcelona, que aposta cada vez mais na "cantera" e com grandes resultados desportivos, pois aplica desde as camadas mais jovens princípios de jogo semelhantes, o que leva a que os jogadores quando chegam à equipa principal não tenham tanta dificuldade em integrar-se.

Será que está o futebol nacional condenado a perder competitividade nas seleções para a ganhar ao nível dos clubes? Pois é aqui que, para mim, reside o ponto mais importante nesta questão.

Os clubes são neste momento muitos mais importantes que as seleções por tudo o que envolvem e é necessário obter resultados com portugueses ou não. E não havendo limite de estrangeiros e sendo os jogadores portugueses muito inflacionados no seu preço, claro que os clubes vão lá fora buscar melhor e mais barato.

Concluindo, a continuar assim daqui a alguns anos podemos esquecer as fases finais de mundiais e europeus, ou então arrepiamos caminho e começamos a apostar mais na prata da casa, talvez com algum prejuízo a nível de clubes, mas novos Figos e Ronaldos e irão surgir.

Espero que surja daqui um bom debate e com algumas ideias que sempre dá para nos entretermos enquanto a bola não começa a rolar.

Saudações desportivas e um abraço

I Liga:

Comentários [3]

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As equipas de jovens precisam de competição a sério

Nas equipas de juniores há sempre muitos jovens que se destacam porque têm uma maturidade sísica mais precoce e assim conseguem distinguir-se dos outros da mesma idade. São apenas precoces e têm enormes dificuldades pois, ao passar a seniores, perdem a vantagem que tinham e deixam de se destacar.
Por outro lado, há muitos jovens que, tendo feito uma boa carreira nas categorias inferiores, simplesmente não mantêm a sua evolução enquanto seniores e não conseguem fazer carreira aomais alto nível.
Há ainda, e por outro lado, muitos jovens que, por mais imaturos fisicamente ou porque evoluem de maneira diferente, só com mais idade conseguem destacar-se, atingindo patamares de nível de selecção.
Certo é que dos elementos das selecções jovens, em Portugal como nos outros países todos, há alguns que conseguem fazer uma boa carreira como seniores e outros que nunca são capazes de atingir níveis elevados.
Duas coisas são muito importantes neste processo:
- Que os jovens com maiores capacidades se habituem a competir a nível elevado, com exigência, de modo a evoluirem técnicamente mas também a nível de mentalidade. Foi com um plano com estes objectivos que o Prof Carlos Queiroz levou as selecções jovens ao nº1 do ranking da FIFA e simultaneamente a darem muitos e muitos jogadores para as grandes equipas e para a selecçãso.
- Que esses jovens, quando seniores, encontrem oportunidades de competir para continuar a sua aprendizagem e evolução como futebolistas. Torena-se obviemtne necessário que existam treinadores com a competência necessária para darem oportunidades a esses jovens e darem-lhes alguma estabilidade e confiança para poderem singrar.
As equipas B poderão ser uma forma de permitir a progressão de muitos jovens. Não serão a única e talvez nem sejam a mais eficaz. Os empréstimos, por obrigarem à integração em equipoas mais competitivas, podem ser mais propícios ao desenvolvimento dos ditos jogadores.

Já lá dizia e escrevinharia o Octávio Malvado, o homem ainda vai

a homo-sapientes, saia uma TRETALOLADA!!!

"...Há um fenómeno estranho relacionado com a entrada de jogadores africanos no futebol de formação, jogadores guineenses, senegaleses, togoleses...
E ainda há a Costa do Marfim, um filão que o Norton de Matos tem vindo a descobrir, tem sido uma invasão de costa-marfinenses e países próximos no futebol nacional e no futebol europeu.
Ficaria surpreendido se começassem a aparecer muitos costa-marfinenses na formação de clubes como o Sporting?
Estranho é não ter aparecido ainda nenhum, depois de tudo isto ter acontecido até já começa a parecer tardio, aquela escola de formação não ter dado ainda frutos...
Entram vários jogadores em Portugal vindos do Senegal, do Togo, da Guiné Bissau... Portugal é o oitavo classificado do ranking da FIFA, a Guiné-Bissau é o 136º classificado, portanto a selecção sénior da Guiné não é muito forte. No entanto, vemos chegar 10, 20, 30 jogadores da Guiné para a formação dos grandes clubes e vemo-los afirmar-se. Só que depois muitos destes jogadores não conseguem ter sequência no futebol sénior...
Sabe uma coisa? No passado, apostava-se muito em jogadores altos e espadaúdos com idades a mais para se ganhar títulos...
Antigamente...
Sim, e depois nem títulos nem jogadores. Onde é que eu já li isto? Já li isto num relatório...
Foi o Mister que o escreveu?
Não, mas parece-me que já li um relatório que continha "a aposta em jogadores com idade a mais, oriundos de países dos PALOP, não só não traduziram a sua aposta em títulos como também não produziram valoramento posterior para o plantel sénior". Li uma coisa assim num relatório qualquer, mas talvez por isso haja quem diga que já tivemos selecções nacionais como selecções de sub-20 em que jogaram no estrangeiro jogadores com idades a mais...
Sítios onde havia muita areia, como em Riade?
Sim, em Riade, em Lisboa... Mas isso é comum a todos os clubes, é o que se diz, mas é verdade que olhamos para os últimos anos do futebol português e começamos a ver os grandes talentos que temos no futebol português, que muitas vezes não os consegue reter. Como seria se fosse possível reter todos estes jogadores que temos no futebol nacional? Teríamos outra qualidade, infelizmente tal não é possível, mas também não percebo como os nossos clubes conseguem empobrecer tão depressa...
Mas não deixa de ser estranho vermos estes jogadores a ingressar na formação dos nossos clubes, depois são naturalizados e começam a aparecer nas selecções nacionais portuguesas, sub-17, sub-18 e sub-19, jogadores que jogavam na Guiné. Sendo assim, porque é que a Guiné não tem uma selecção forte ou qual a razão porque estes jogadores guineenses não continuam a evoluir após os 19-21 anos para chegar à selecção A portuguesa? Não tem, mas terá com certeza, mas não deixo de lamentar, porque isto tem a ver com os dirigentes, porque há dirigentes que na formação querem ganhar títulos a qualquer preço para depois chegar ao futebol sénior, para seu ganho pessoal, e muitas vezes os seus interesses pessoais sobrepõem-se ao interesse do clube e fracassam totalmente.
Se reparamos, os treinadores da formação nos últimos anos na Federação Portuguesa de Futebol têm-se queixado dessa situação, que é real e objectiva, factos verdadeiros, a aposta da prospecção a nível prospecção age de acordo com o que a lei permite e assim vemos vários processos de naturalização.
Se há uns anos o Dr.Gilberto Madaíl não quis o Futebol de Praia porque tinha um estrangeiro, como é que depois a selecção de futebol naturaliza jogadores? Aí é que começou, o Prof.CARLOS QUEIROZ, que tantas críticas tinha formado quando treinava nos escalões jovens a respeito dos treinadores portugueses apostarem nos jogadores estrangeiros tapando o lugar a jogadores portugueses, anos mais tarde na Selecção Nacional com referências nacionais opta por chamar jogadores estrangeiros.

Assina : Octávio pouco Malvado afinal sabia da poda.

não simpatizo muito com o

não simpatizo muito com o Malvado pois acho que foi o pior treinador que vi no FCP mas assino por baixo tudo o que está transcrito aqui pelo OMaiorCádoSítio.