Selecção: Queiroz volta a perder em casa 15 anos depois

...lhes faz ao estômago... É SÓ AZIA PELO RICARDO NOS TER LEVADO À ÚNICA FINAL DE SEMPRE!!! Ouvi dizer que o Quim também ia entrar no negócio das AVESTRUZES... Já o Baía, toda a gente sabe que se dedicou a MONTAR TOLDOS PARA OS CHECOS, NA PRAIA DE ESPINHO!!! É SÓ REINAR dos energúmenos, NO REINO DO LEÃO!!!

A imagem do SOCOlari a aconchegar os lençóis ao Aviário foi demais... :D

qualificação para um mundial !!!

Não acho que a contestação seja explicada (pelo menos de forma exclusiva) pelo clima de guerrilha clubista. Qualquer técnico que chegasse, correria este risco. Após Scolari, mais do que nunca, é preciso estar à altura nos resultados. Porque no resto, na empatia com o público, naturalmente qualquer novo técnico sairia a perder. Ainda mais um homem com o perfil de Carlos Queirós... Sendo mais claro: a grande virtude de Scolari (para além das questões muito importantes da liderança) foi juntar à volta da selecção um público que não é "futeboleiro". Conseguiu identificar com a selecção pessoas (e são muitas) para as quais as guerras e rivalidades entre clubes, mais do que indiferença, suscitam aversão. Esse tornou-se o público da selecção. Quem vai habitualmente aos estádios e assiste in loco aos jogos da selecção não consegue deixar de notar as diferenças entre os públicos nas bancadas. Nos jogos da selecção vemos imensa gente que não tem por hábito ver bola, para as quais as questões tácticas são verdadeiro mistério... Vão para uma festa. Evidentemente, este público é mais acrítico. Passa-lhe ao lado se as opções tácticas são ou não as mais correctas, se as escolhas são ou não as melhores, se o futuro da selecção (e do futebol português) é ou não acautelado. É irrelevante... Mas é importante perceber o porquê deste público ter aderido à selecção de Scolari e afastar-se agora da selecção de Queirós - embora ainda seja cedo para o dizer, creio que é isto que está/irá até certo ponto acontecer. E a minha opinião é esta: as pessoas identificaram-se com Scolari porque o brasileiro é paradoxalmente o prototipo do comum português! É um de nós, fala a linguagem do cidadão comum, é emotivo, fala de futebol como qualquer adepto fala numa bancada, num café ou numa taberna... tem uma atitude perante o jogo e a vida que é um pouco o espelho do português típico. E foi isso quanto a mim que captou o apreço do português comum. Queirós não pode ser mais diferente. Tem um perfil "aristocrático", racional, algo frio ainda que educado... Não é o nosso "vizinho do lado". A empatia com esse público tem tendência, creio eu, a perder-se. Fica só o povo futeboleiro, os adeptos de clube para os quais a selecção é secundário e serve de (mais uma) arena para as guerras entre os seus clubes. E quanto a estes só há uma forma de cativar (ou pelo menos impedir que as facas saltem cá para fora): ganhando! Este é o drama de Queirós. A presença de Queirós é importantíssima para o futebol português nesta fase - para o reconstruir da base, para forçar alterações que garantam a continuidade do nosso futebol na primeira divisão europeia (que a prazo, a continuar este estado de coisas, está em risco). Mas em simultâneo, Queirós não tem o seu público: nem o cidadão anónimo, menos ligado ao futebol, que Scolari conquistara; nem o público futeboleiro, que coloca à frente os interesses dos clubes, que apenas os resultados conseguem silenciar. É evidente que Scolari teve um tempo que Queirós (e quem quer que seja) dificilmente terão para construir uma equipa. Scolari chegou para uma fase em que o apuramento estava garantido, em que teve dois anos para construir uma equipa sem qualquer pressão - ainda assim pouco fez nesse período, acabando por se limitar a meio de uma grande competição em lançar mão a uma equipa já feita (o Porto de Zé Mourinho). Queirós não tem nem tempo... nem qualquer equipa portuguesa ou não com uma estrutura de jogadores portugueses à qual se socorrer. Ainda assim, o que me preocupa em Queirós é outra característica que o distingue da maioria dos portugueses (e neste caso da nossa escola de treinadores): a ausência de intuição táctica para "mexer" com o jogo e a falta de pragmatismo. Em fases de qualificação tão curtas, com pouca margem de erro, são grandes "handicaps". Não há melhor ilustração para isto que a partida de ontem. Houve um tempo para jogar bom futebol, futebol ofensivo mas equilibrado. Não conseguimos matar o jogo. A partir de determinada altura era necessário reconhecer que os riscos do nosso futebol se iam tornando demasiado elevados quando não era necessário forçar a nota. Havia que ser pragmático. Estou convencido que a maioria dos nossos técnicos teria respondido atempadamente às incidências do jogo. Voltou a não ser assim com Queirós... O drama da escolha de Queirós é que precisávamos de um homem com as suas características para revitalizar o nosso futebol... mas em simultâneo de alguém que não perdesse de vista a necessidade de resultados - porque eles são muito mais importantes para um homem que, bem vistas as coisas, (ainda?) não tem o "seu" público...

CARNEIRO!!! É SÓ RIR dos arrebanhados, NO REINO DO LEÃO!!!