Scolari na Selecção portuguesa há cinco anos

Scolari chegou à Selecção portuguesa em 2003, depois de ter sido Campeão do Mundo com o Brasil no ano anterior. Anunciado como um treinador vencedor, a sua missão era guiar Portugal à vitória no Euro 2004. Scolari levou as quinas a uma final de uma grande competição de Selecções pela primeira vez na sua história, mas a equipa não ganhou o desejado troféu, perdendo a Taça na Luz frente à Grécia. Uma oportunidade de ouro desperdiçada, tanto mais diante de uma Selecção menos cotada e com a qual Portugal conseguiu perder duas vezes na mesma prova.
A seguir veio o Mundial 2006 e os portugueses sonhavam de novo com um título, embora com os pés na terra entendessem que seria mais complicado. A prestação das quinas quedou-se por um quarto lugar, atrás da anfitriã Alemanha, da França e da campeã Itália. O desiderato de igualar Eusébio e Companhia, que em 1966 chegaram ao terceiro lugar no Campeonato do Mundo de Inglaterra, não foi cumprido.No horizonte está o Euro 2008 e pede-se de novo à "família Scolari" um título. No Grupo A com República Checa, Turquia e Suíça não se adivinha fácil a tarefa das quinas, mas é imperioso passar da primeira fase, parecendo certo que depois deste torneio os tempos de Scolari na formação lusa chegarão ao fim. Ou então não...Como todas as figuras marcantes, Scolari é amado na mesma medida em que é odiado. Não escapa às críticas por aquilo que alguns definem como casmurrice, outros como carácter forte.
Marcado desde o início pelo afastamento de Vítor Baía, em cinco anos de "reinado" Scolari convocou apenas 61 futebolistas com Ricardo a ser o atleta que mais merece a confiança do treinador, falhando apenas uma chamada.De resto foi nas opções para a baliza que o treinador menos dúvidas teve, convocando Quim por 61 vezes, embora o jogador do Benfica tenha sido utilizado em apenas 10 encontros. O ex-guarda-redes do Sporting é o titular indiscutível de Scolari com 61 utilizações.Cristiano Ronaldo, Deco e Paulo Ferreira foram convocados por 55 vezes, Miguel soma 52 internacionalizações na era Scolari e Jorge Andrade 50; Simão Sabrosa conta 49 convocatórias e Maniche, Pauleta e Tiago têm menos uma; seguem-se Nuno Gomes e Hélder Postiga com 47 chamadas cada e depois Ricardo Carvalho com 46; Petit tem 45, Costinha 44 e Fernando Meira 43; Caneira soma 40 e Figo apenas foi convocado por Felipão por 38 vezes. Este número reflecte contudo o facto de o jogador do Inter de Milão ter deixado a Selecção portuguesa logo a seguir ao Mundial 2006, não jogando assim a fase de qualificação para o Euro 2008.Fotos: LusaSusana Valente