Portugal-Brasil para correr riscos e detectar deficiências

O Portugal-Brasil de terça-feira (20H, RTP1) é um jogo para correr riscos. É o que deixa antever o seleccionador da canarinha da conferência de imprensa de Londres. «Quem quer jogar para vencer, para ser competitivo, tem que ter o risco, se a gente se economizar nunca vai saber até onde pode chegar», salienta Dunga na véspera do jogo amigável. Do lado das quinas, Luiz Felipe Scolari aponta o potencial adversário - «o Brasil é o Brasil», destaca - para evidenciar que é um jogo ideal para detectar as «deficiências» de Portugal e assim poder corrigi-las antes dos jogos a sério da fase de qualificação para o Euro 2008.

Scolari fala de um adversário super-qualificado

Scolari não poupa elogios à Selecção do seu coração. «O Brasil é o Brasil», nota o treinador, realçando que é a
equipa «penta-campeã, que lidera o ranking mundial há muitos anos», e que «a cada semana tem jogadores excelentes em todas as posições». E perante aquela que define como uma formação «super-qualificada», o seleccionador das quinas realça que a equipa das quinas ficará exposta a «certas deficiências», o que é «importante para corrigirmos para jogos futuros», analisa o "Sargentão".
Para o jogo com Portugal o Brasil apresenta-se sem vários atletas de renome, nomeadamente Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, e Robinho é igualmente "baixa" de última hora. Mas Scolari desvaloriza estas ausências, frisando que «o futebol é colectivo». «Cristiano Ronaldo é um grande jogador, mas não joga sozinho; Ronaldinho é um grande jogador, mas não joga sozinho», aponta Felipão, realçando que além do mais a «Selecção brasileira tem outras alternativas».
Do lado da canarinha, Dunga admite que é «muito difícil quando você tem um planejamento e alguns jogadores se machucam», mas o seleccionador brasileiro realça que estas situações abrem uma «chance para outros jogadores». «É uma oportunidade para cada um ter o seu espaço e montar o seu trabalho», aponta Dunga.
Na pele dos atletas, o português Cristiano Ronaldo desvaloriza o essencial do encontro, salientando que «o mais importante são a Sérvia e a Bélgica que são os próximos jogos a sério» de Portugal na fase de qualificação para o Euro 2008. Mas o jogador do Manchester United admite que é «sempre gratificante defrontar uma equipa destas». Para Scolari o jogo tem obviamente um "gostinho" especial, defrontando-se a Selecção do seu coração e aquela que abraça profissionalmente. Felipão promete «respeitar» os dois hinos, apontando que, além de brasileiro, se sente também português, mas é certo que torcerá pelas quinas...

Foto: Agência Lusa