Mundial2018: Candidatura é forma de valorizar o futebol português, diz Madaíl

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, referiu hoje que a candidatura conjunta de Portugal e Espanha ao Mundial2018 valorizará o futebol luso e reforçará as ligações entre os dois países.



«É uma forma de valorizar o futebol português, o nosso país e pode favorecer uma aproximação muito maior entre o futebol português e o espanhol, que poderá vir a originar outros intercâmbios», referiu Gilberto Madaíl, depois de ter assinado o protocolo que formaliza a intenção da candidatura conjunta à organização do Mundial201.

Madaíl disse ainda que os benefícios que espera «são os que decorreram do Euro2004», embora deseje «um impacto muito mais forte no futebol português».

Após a assinatura deste protocolo, que tinha de ser entregue até 02 de Fevereiro, a FIFA terá de registar a candidatura, tendo depois de ser formada uma comissão conjunta para avaliação de todas as condições do organismo internacional e para a elaboração de um dossier de candidatura, que terá de ser entregue até Dezembro. «Já há uma candidatura muito mais avançada do que a nossa, a inglesa. Não sei se é uma candidatura vencedora, mas se não acreditássemos não íamos ter um programa tão intenso nesta candidatura», referiu Madaíl.

Por seu lado, o presidente da Federação Espanhola (RFEF), Miguel Angel Villar, disse que «Portugal e Espanha são dois grandes países, com grande futebol e com pessoas com conhecimentos internacionais». «Unidos estes dois grandes países tornam-se mais fortes. Somos mais fortes unidos, que separados. Por isso, apresentámos esta candidatura conjunta», referiu Villar.

O líder da RFEF felicitou «o futebol português por ter Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do Mundo» e relembrou o título europeu da Espanha, factos que podem ajudar à candidatura de dois países, que «têm uma grande projecção desportiva no Mundo». «Temos muitas portas abertas. Embora não vá ser fácil, porque há outras candidaturas muito fortes», referiu Miguel Angel Villar, que reconheceu, no meio de sorrisos, ter aprendido «muito» com a derrota de Espanha na candidatura ao Euro2004, face a Portugal.

Em relação ao silêncio do Governo espanhol a este projecto, Gilberto Madaíl diz que «o presidente da RFEF não estaria aqui se não tivesse esse apoio». «Os governos estão à espera do que se vai passar. O português já manifestou a sua intenção, mas ainda vamos ter de conversar muito», referiu o presidente da FPF.

Gilberto Madaíl garantiu ainda que os dois países estão em pé de igualdade nesta candidatura e que «aquilo que terá de se fazer em termos de contactos de campanha junto dos que votam será sempre feito pelos dois presidentes» das federações. Em relação aos estádios e ao número de jogos em cada país, Madaíl assegurou que esses aspectos ainda não estão definidos, estando apenas garantido um sistema de rotação de equipas, sendo que, à excepção de Portugal e Espanha, as restantes Selecções poderão jogar em qualquer estádio dos dois países.

«Isto é uma candidatura entre a FPF e RFEF. Mesmo que o meu ciclo termine, eu estarei sempre disponível para apoiar esta candidatura», referiu Madaíl, que ainda não anunciou se continuará à frente da FPF. Contudo, Miguel Angel Villar garantiu que acredita: «a mudança dos dirigentes da FPF não favorece a candidatura». «O senhor Madaíl e outras pessoas da FPF são conhecidos a nível internacional. É mais fácil chegar às pessoas quando te abrem a porta, porque te conhecem», concluiu.


Lusa