Guião com elenco reduzido para filme de suspense na Noruega

O empate com o Chipre, as suspensões a Carlos Queiroz e a ausência do presidente Gilberto Madaíl, por doença, entre outras matérias, transformam o jogo de terça feira com a Noruega num filme de imprevisível final.

A equipa portuguesa começou a fase de qualificação para o Europeu de futebol de 2012 com um empate em casa com o Chipre (4-4), já sem Queiroz no “banco”, com Cristiano Ronaldo lesionado e poucos dias após as renúncias à seleção de Simão e de Paulo Ferreira (Deco já tinha saído).

Depois, Varela também se lesionou, Fábio Coentrão ainda jogou com os cipriotas mas, também por lesão, já não viajou para a Noruega.

Além disso, em Guimarães, no encontro com o Chipre, estiveram apenas 9100 espetadores nas bancadas, num aparente sinal de divórcio entre os portugueses e a sua seleção.

Corre ainda outro processo a Carlos Queiroz no seio da Federação Portuguesa de Futebol, que numa entrevista ao Expresso falou no “vice” do organismo Amândio de Carvalho (líder da comitiva a Oslo) como o “cabeça de polvo” que o queria afastar.

Com os dados lançados, Portugal chegou a Oslo e treinou no estádio Ullevaal, o “palco” do encontro de terça feira, com início às 20:30 locais (19:30, em Lisboa) e que terá arbitragem do francês Laurent Duhamel.

Após o treino, Agostinho Oliveira surgiu na sala de imprensa, falou muito de Queiroz, disse até que partilhava informações com ele durante este período de suspensão, mas não durante as partidas, e, sobre o jogo, muito pouco, apenas a preocupação com as bolas paradas.

Agostinho Oliveira, contudo, na ressaca ao jogo com o Chipre, tinha assumido que a defesa não se tinha comportado à altura.

Falou, então, em “incompetência numa defesa habitualmente competente”.

Ora, hoje, também em conferência de imprensa, Bruno Alves foi claro e refutou as acusações de Agostinho Oliveira, o substituto do suspenso Carlos Queiroz.

“Eu falo por mim. Quando ganhamos, ganhamos todos. Quando perdemos, perdemos todos. E, quando empatamos, é igual”, disse Bruno Alves.

A imprensa norueguesa fala em “caos” na seleção portuguesa e pergunta como é possível iniciar uma fase de qualificação sem treinador e com tantos problemas.

Agostinho Oliveira diz que a equipa “está bem” e que o ambiente “é maravilhoso” entre os jogadores.

Mantém que Carlos Queiroz é o selecionador e, por isso, “é lógico e admissível” falarem e partilharem informações.

É neste clima que Portugal vai jogar com a Noruega, país onde a seleção lusa já somou três vitórias e um empate nas quatro deslocações efetuadas.

A Noruega, por outro lado, avisa Portugal e explica que, no estádio Ullevaal, apenas somou uma derrota nos últimos 36 jogos.

Alguma vez houve um guião assim?

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Foto: Lusa