Euro 2008: Portugal sobrevalorizado

Portugal, Suíça, Turquia e República Checa. Um «bom grupo», «acessível», Portugal «tem de se assumir como favorito», são as principais frases relativamente ao grupo em que a nossa equipa foi sorteada.Pela voz dos comentadores e na opinião pública, a Suíça continua a ser o país dos chocolates e relógios sem tradição no futebol nem nomes sonantes na equipa. Vemos a Turquia da mesma maneira que uma selecção africana, esforçada, com alguns valores mas sem a disciplina e rigor das selecções "a sério". Enquanto que a Républica Checa "é" uma selecção velha, com algumas promessas mas sem o ritmo de antigamente.Esta é a visão tacanha e ignorante que temos dos nossos adversários e curioso é observar que já nos queixámos deste tipo de comentários quando éramos menos conhecidos.Ignoramos que a Suíça tem valores como Frei, Barnetta, Senderos, Cabanas, Vonlathen e Yakin, uma nova geração consolidada que joga em campeonatos como o francês e alemão e tem uma oportunidade única de fazer algo de bom numa competição internacional jogando em casa.A Turquia, liderada por um experiente Fatih Terim, tem uma equipa baseada num colectivo forte onde despontam Nihat e os veteranos Hakan Sukur e Rustu, apesar de se ter classificado em segundo lugar foi vencer ao terreno da Noruega, adversário directo, por 1-2; e ganhou à Grécia 4-1.Em último lugar temos a Républica Checa, primeira no seu grupo, à frente da Alemanha, está numa fase de transição onde ainda existem jogadores como Galasek, Grygera e Koller, brilham Baros e Plasil e desponta um nome: Sionko.Por contraste, temos Portugal, com uma qualificação sofrível, equipa cuja completa falta de organização e sincronização anula a abundância de talento, onde impera o culto do vedetismo e a sobranceria de quem pensa ter mostrado alguma coisa ao mundo.Somos a meu ver, a equipa mais fraca do grupo, com muitas poucas probabilidades de passar à fase seguinte, a não ser que o discurso mude e de facto realizemos que não somos, nem de perto nem de longe, a imagem que construímos sobre nós mesmos.Nazarenos_1987