Portugal cumpriu a obrigação* | Relvado
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Com naturalidade, e dando sequência à dinâmica dos últimos 15 anos, Portugal garantiu a presença

Depois de ter conseguido o apuramento para as fases finais dos Europeus de 1996 (quartos-de-final), 2000 (meias-finais), 2004 (como organizador, final) e 2008 (quartos-de-final), Portugal alcança agora a sua quinta qualificação consecutiva neste certame. Se olharmos para o que tem acontecido nos apuramentos para o Campeonato do Mundo (presenças da Selecção em 2002, 2006 e 2010), percebemos que nos últimos 10-15 anos Portugal passou a ter o seu nome entre as equipas ‘finalistas’ das provas mais importantes do calendário futebolístico da UEFA e da FIFA.

E isso foi possível, não apenas pela significativa melhoria das condições em que se treinam e jogam a maioria dos nossos jogadores, mas também porque os efeitos da aplicação do acórdão Bosman (Dezembro de 1995), assentes no princípio da livre circulação de pessoas e bens no espaço comunitário, e a nova geografia da Europa, com a criação de novos países através da desagregação da União Soviética (1991), Checoslováquia (1992), Jugoslávia (1991) e a reunificação da(s) Alemanha(s), em 1990, conhecidas até então como RFA (República Federal Alemã) e RDA (República Democrática Alemã), determinaram uma ‘nova ordem’ na Europa e, com ela, a possibilidade de Portugal se apresentar mais competitivo, futebolisticamente, depois da ‘revolução no futebol jovem’, a nível de Selecções, que foi operada em plena década de oitenta.

Tivemos ao longo dos tempos -- quando a Europa de Leste produzia Selecções muito fortes e competitivas -- bons e talentosos futebolistas e treinadores.

Na actual conjuntura, ex-jogadores como Vítor Damas, Artur, Humberto Coelho, Vítor Martins, Fraguito, Vítor Baptista, João Alves, Chalana, Nené, Manuel Fernandes, Jordão, Fernando Gomes, Sousa, Frasco, Jaime Pacheco, Diamantino e Futre, entre muitos outros, teriam mais êxito na Selecção relativamente àquele que alcançaram, principalmente no plano colectivo.

Curiosamente, nas últimas duas qualificações (Mundial-2010 e Europeu-2012), a Selecção Nacional só conseguiu os respectivos apuramentos através de playoff e perante o mesmo adversário -- a Bósnia. O que significa, entre outras coisas, uma realidade que importa não ignorar:

1. Nas fases de apuramento, com maior acuidade a partir do ‘novo mapa da Europa’, raramente existem confrontos com equipas de topo do futebol europeu, o que significa que as Selecções mais bem colocadas nos respectivos rankings têm a tarefa mais facilitada para poderem alcançar as respectivas fases finais;

2. No quadro específico da construção da Selecção Nacional nos tempos actuais, deixaram de funcionar lógicas de afirmação de políticas desportivas, estruturantes, como aquelas que suscitaram o aparecimento da ‘geração de ouro’, com os departamentos de ‘Futebol Juvenil’ cada vez mais tapados pela lógica de transferências a partir do mercado sul-americano (antes, eram apenas brasileiros; agora, são brasileiros, argentinos, uruguaios, paraguaios, chilenos e colombianos), lógicas essas substituídas pela ‘febre da emigração’ (mais facilitada) que conduziram os nossos melhores valores para grandes equipas do futebol europeu. O que significa uma coisa, válida hoje como há 30 anos: o ‘jogador português’ tem talento; só precisa de ser enquadrado em regimes de treino e competição exigentes para, devidamente optimizados, serem dos melhores do Mundo.

Estamos como sempre, nestas ocasiões de qualificações, entre a emoção e a razão. 

Uma Selecção que, mesmo não beneficiária de dinâmicas estruturantes (veja-se o que se passa com a Selecção Sub-21...), tem Cristiano Ronaldo, Nani, Pepe e Fábio Coentrão, sem lesões e disponíveis para a competição, não pode confessar-se deslumbrada por ter eliminado a Bósnia. Há alguma ‘grande Selecção’ que esteja fora do Euro-2012?

Cumprido o objectivo mínimo, começa, agora, para Portugal, o grande desafio. E esse passa pela tarefa, sempre difícil, agora como antes de 1996, de mostrar argumentos perante as melhores Selecções da Europa. Como disse Cristiano Ronaldo: ‘com todo o respeito, o que fizemos acaba por ser a nossa obrigação’.

*Cumprir obrigações nos tempos que correm... não é nada de relativizar. Estamos todos a pagar a factura de obrigações... não cumpridas. E vamos pagar ainda mais... Por isso, o elogio à Selecção. Que se cumpre...

(Rui Santos escreve de acordo com a grafia do português pré-acordo ortográfico)

Rui Santos no Relvado 2 (fundo verde)
Taxonomia: 
Rui Santos

Selecção

Para mim a selecção está de parabéns e só espero que faça isso no Euro 2012.

Hoje dou-lhe uma palmadinha nas costas, quiçá um calduço,

totalmente de acordo com :

«"...aplicação do acórdão Bosman (Dezembro de 1995), assentes no princípio da livre circulação de pessoas e bens no espaço comunitário, e a nova geografia da Europa, com a criação de novos países através da desagregação da União Soviética (1991), Checoslováquia (1992), Jugoslávia (1991) e a reunificação da(s) Alemanha(s), em 1990, conhecidas até então como RFA (República Federal Alemã) e RDA (República Democrática Alemã), determinaram uma ‘nova ordem’ na Europa e, com ela, a possibilidade de Portugal se apresentar mais competitivo, futebolisticamente, depois da ‘revolução no futebol jovem’, a nível de Selecções..."»

«"...Na actual conjuntura, ex-jogadores como Vítor Damas, Artur, Humberto Coelho, Vítor Martins, Fraguito, Vítor Baptista, João Alves, Chalana, Nené, Manuel Fernandes, Jordão, Fernando Gomes, Sousa, Frasco, Jaime Pacheco, Diamantino e Futre, entre muitos outros, teriam mais êxito na Selecção relativamente àquele que alcançaram, principalmente no plano colectivo..."»

A esses juntaria um dos maiores génios da bola que tive o privilégio de ver in-loco bem como todos os acima citados o António Oliveira (não falo de outras coisas bizarras..., entre elas as bruxarias!!!, era um jogador de classe que souplesse..., um bailarino da bola!!!), junte-se-lhes José Henrique o ("Zé Gato"), Carlos Manuel o (herói de Estugarda), finalizo com o Rui Barros.

Deve ser difícil engolir um

Deve ser difícil engolir um sapo, não?

Exmo senhor Rui santos

faz-me muita confusão o seu anti scolari e mais recentemente o seu anti Paulo Bento que tive oportunidade de ler nos sues artigos aqui publicados ( Relvado ).
Ou seja sempre antes de um jogo da seleção lá vinham os seus artigos e opiniões que me fazem lembrar alguns partidos politicos que estão sempre contra tudo mas apresentar soluções realistas nem pó.
Mas para si quem era bom para treinar a seleção ? Carlos Queiros ?
Carlos Queiros provou no mundial e nesta faze de apuramento que alem de um treinador mediocre, arrogante e prepotente e na minha optica imconpetente há frente da seleção de Portugal.
Ganhou 2 campeonatos do mundo de putos agora com adultos nunca fez nada a não ser como adjunto.
Criou confusões no seio da seleção até hoje ainda não percebi o porque de o Nani não ter jogado no mundial a Historia foi muito mal contada e as prestações frente ao Brasil, costa do marfin e espanha foram um autentico nojo.
Não sou defensor de PB há frente da seleção mas a realidade é que ele pegou numa seleção em cacos e apurou a seleção para o euro, se vai ou não fazer um bom europeu não sei mas espero que sim, mas provou que não é perciso muito para ser melhor que Queiroz..
Mas como conheço o poveco Portugues, que só está bem a falar mal dos outros pelas costas ou então encanta-se com a desgraça dos outros ate aposto que já devem estar a guardar garrafas de champanhe para festejar se as coisas correrem mal no euro isto sim o tal AI AI AI TUGA.

É mesmo ressabiado!

Conseguiu falar sobre a selecção e sobre o apuramento para o Europeu sem referir uma única vez o nome de Paulo Bento.

Para quem nos últimos anos pronunciou o nome do actual seleccionador nacional umas 30 vezes por dia e sempre em tom depreciativo... é obra.

Não se percebe bem a origem de tanto ódio a não ser por uma questão de "peanuts"...

E também é Obrigatório..

- que tenhamos um ponta de lança!!
- que Ronaldo, seja Ronaldo!!
- que Moutinho tenha um verdadeiro Clube!!

é tudo por agora!!

Primeiro dizia que era muito importante resgatar o Mou a Madrid…

Agora Portugal "limitou-se a cumprir a obrigação"…

Next…

Fazia bem melhor por menos seguramente, onde deixo o CV?

Rui Santos

Devo desde já dizer que não sou adepto incondicional de Paulo Bento...mas devo dar-lhe os parabéns pela forma como nos classificou para o Euro 2012. Devo também dizer que sempre achei Carlos Queiroz um Bluff, arrogante, prepotente e sem a minima classe para treinar uma seleção. Queiroz vai ficar para a História como o maior Bluff de treinador, que conseguiu enriquecer e progredir á sombra de um chefe, mas assim que se vê com o poder na mão não sabe o que fazer com ele....a mim nunca me enganou, ao contrário de Rui Santos que andou por aí a destilar ódio a Scolari mas que agora é incapaz de reconhecer que Queiroz não passa de um incompetente encartado

Dúvida...

Caro Rui Santos,

Em relação à participação no Europeu, mantém-se a imperativo que seja o Mourinho a convocar os 23 e o Paulo Bento a treiná-los e a orientá-los durante os jogos? Ou pode manter-se assim como está?

Abraço,
JC

:)

devia haver uma parte de perguntas e respostas, bem que gostava de o ver a responder a isso

parece que afinal

benteu não só (con)venceu com a sua própria casmurrice como o ai ai ai português nem apareceu....

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