'Memorando' para um futebol melhor* | Relvado
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As eleições da FPF estão na ordem do dia. Tempo para refletir sobre o que deve mudar no futebol p

Nota da edição do Relvado: Rui Santos escreveu este memorando no início de junho. Agora que se perfilam vários candidatos ao cargo de presidente da Federação Portuguesa de Futebol, é de todo pertinente recordar as ideias aqui defendidas.

 


 

Foi preciso deixar o País chegar a um estado de degradação absoluta para se correr para a inevitabilidade da ajuda externa.

A recessão e a bancarrota já não são apenas fantasmas. São representações da realidade para as quais nem todos estão preparados. Vão ser necessários grandes esforços e resistência para superar tempos que se avizinham ainda mais difíceis.

A mentira, a dissimulação e até comportamentos de matriz patológica levaram-nos a uma situação caótica. Ao contrário do que possa parecer, não há um único culpado. Somos todos culpados. Do que fizemos, do que não fizemos e do que deixámos fazer.

Os últimos seis anos foram ‘apenas’ o galope incontrolável de um ‘cavalo louco’ que não desdenharia Arrabal.

O modelo dominante de intervenção da classe política está esgotado. O nível de abstenção, independentemente da necessidade de actualização dos cadernos eleitorais, diz muito do sentimento da maioria: não vale a pena votar?!

É dramático que isso aconteça, em democracia, o que significa que é preciso reflectir sobre o sentido da intervenção política e sobre o papel dos partidos.

 

Com todos os seus defeitos, e sem se dar conta da ‘mina de ouro’ que temos em Portugal -- um dos poucos sectores produtivos do País --, conseguindo ‘exportar’ o ‘melhor treinador do Mundo’ (Mourinho), o ‘melhor jogador do Mundo’ (Cristiano Ronaldo) e o ‘melhor empresário do Mundo’ (Jorge Mendes), inteligentemente ligados entre eles (uma verdadeira ‘troika produtiva’), o nosso futebol vive, no entanto, nesta instável ambivalência entre a ‘produção’ de indiscutíveis competências e a dificuldade em se criar, em território nacional, as condições ideais para que essas competências se multipliquem, num ambiente saudável, sem esquemas ou soluções subversivas.

 

Dir-se-á que estamos perante o mais difícil dos desafios que é combater o lado mais redutor da idiossincrasia lusa.

O Futebol (português) pode, no entanto, olhar para o que aconteceu ao País e, mesmo fazendo parte dele e ser um espelho das suas hesitações e desvios, corrigir a direcção das suas investidas.

Repito: durante muitos anos pensei que o Futebol (português) era muito pior do que o País. Não é. Mesmo do lado da ‘lixeira’, não é.

Através daquilo que é possível realizar através de uma intervenção de natureza exógena, julguei que era possível eliminar as ‘ervas daninhas’ de um jardim que merecia mais e melhores cuidados. Não podemos perder a esperança.

 

Da mesma maneira que, em quase 40 anos de democracia, vimos Portugal evoluir em muitos aspectos mas a desprezar reformas profundas no ‘aparelho do Estado’, também no Futebol Português, sensivelmente no mesmo arco temporal, vimos as nossas equipas e selecções nacionais alcançarem algumas proezas, sem contudo investir na reforma profunda da FPF e numa via estruturante capaz de enquadrar os ‘impulsos do empirismo’ em lógicas de desenvolvimento mais sustentadas.

 

Os anos passam e a ‘intervenção interna’ não se realiza de acordo com as necessidades do futebol português. A FPF está anquilosada, a Liga tenta mexer-se num ‘colete de forças’ e os Clubes apenas se preocupam com o seu umbigo, aproveitando-se da falta de regulação que ninguém -- a partir do poder político -- consegue arranjar forma de implementar.

Aqui ficam algumas ideias:
 

 

  1. Emagrecer os custos nos Clubes e nas empresas constituídas sob o seu patrocínio;
  2. Criar mecanismos voluntários de auditoria externa (independente) às contas dos Clubes e SAD para amenizar ou eliminar os efeitos da ‘contabilidade criativa’ e da ‘maquilhagem técnica’ dessas contas;
  3. Obrigar os Clubes/SAD que estão em ‘falência técnica’ a descer de divisão, independentemente de outras consequências que uma decisão dessa natureza acarreta;
  4. Criar uma Casa de Transferências, com a obrigação de se registarem todos os passos dados em cada transferência. Registo de comissões, nomes dos intermediários, saídas de dinheiro, etc.;
  5. Obrigatoriedade do cumprimento da execução orçamental. Quem não o fizer, baixa de divisão;
  6. Introduzir um mecanismo de fusões de clubes a nível distrital, com o objectivo de rentabilizar, meios, infra-estruturas e promoção das Regiões. Objectivo: reduzir custos e gerar maior homogeneidade;
  7. Criar normas de acesso à competição profissional: a) Internamente. b) Do exterior (países extracomunitários) para o interior.
  8.  Estabelecer uma relação entre o valor orçamental e o valor desportivo (neste momento,   é entendido como boa prática a fórmula ‘um milhão versus dez’, por exemplo). 
  9. Fixar tectos salariais de acordo com a execução orçamental; 
  10. Estabelecer uma relação mais estreita entre salários e prémios de produtividade (a produtividade não pode ser um conceito, como dizer?, ‘extra-salarial’).
  11. Responsabilidade, a título individual, de quem não crie as condições, em cada Clube/SAD, para a implementação deste ‘plano de emergência’ ou de outras propostas com o mesmo propósito.

 

Eficácia nesta área significaria muito para o equilíbrio do futebol em Portugal. Sem deixar de mostrar atenção a:

  1. Prática de preços mais acessíveis (criação de ‘pacotes familiares’, com significativa redução de preços);
  2. ‘Tolerância zero’ para manifestações de violência, quase sempre patrocinadas, directa ou indirectamente, por Clubes/SAD, com introdução de multas mais pesadas e nenhuma contemplação com interdições de Estádios;
  3. Eliminação dos empréstimos de jogadores a clubes que actuam no mesmo escalão competitivo;
  4. Proibição de contactos para transferências em plena temporada desportiva;
  5. Criar condições para que progressivamente só possam ter acesso à competição profissional os Clubes/SAD que tenham escalões de formação sob a sua tutela;
  6. Funcionamento em pleno do Tribunal Arbitral do Desporto, sem nenhuma relação com o ‘movimento associativo’;
  7. Programas de incentivos à utilização de ‘jovens jogadores nacionais’ e ‘jogadores nacionais’;
  8. Criação de um Gabinete de Estudos do Futebol Português (com predominância de treinadores) que avaliem questões relacionadas com quadros competitivos, equipas B e/ou Sub-23, integração de jogadores jovens e limitação de utilização de estrangeiros);
  9. Criação de uma Comissão que estude as Leis do Jogo e proponha alterações em ‘defesa da competição’;
  10. Maior relevância às Associações de Adeptos;
  11.  Introduzir o conceito de ‘Casa das Selecções’ no Estádio Nacional; 
  12. Aproveitamento das Novas Tecnologias no sector da Arbitragem, mas também na área técnica (liberalização da utilização das novas tecnologias entre os treinadores, em plena competição);
  13. Rever os critérios de nomeação e classificação dos árbitros; 
  14. Requalificar a acção de observadores dos árbitros; 
  15. Reformular natureza da intervenção dos delegados da Liga; 
  16. Promover a limitação de mandatos; 
  17. Incentivar à não cristalização dos monopólios (como no caso dos direitos televisivos); 
  18. Centralizar a negociação dos direitos televisivos, com o objectivo de se obter uma maior equidade nas receitas; 
  19. Reformulação do papel das claques, com programas específicos no sentido de promover uma ‘intervenção positiva’ no futebol; 
  20. Impedir ‘adeptos problemáticos’ de acederem aos recintos desportivos;
  21. Maior sensibilização da Justiça para a questão da violência nos recintos desportivos; 
  22. Colocar o Desporto, minimamente, no debate político; 
  23. Criar ‘sistemas de alarme’ na FPF e Liga no sentido de denunciar práticas que possam colocar em causa a ‘verdade desportiva’ (atenção crescente ao fenómeno das apostas e da fabricação de resultados).

Qualquer ‘troika’ pode esperar (não por muito mais tempo) se, cá dentro, houver vontade de colocar mãos à obra. Vamos continuar à espera? São necessários mais contributos. Um debate amplo. Porque o futebol, na sua génese, pelo que vale consagra, não merece o tratamento de polé.

 *Deixe aqui as suas sugestões, durante o defeso, para podermos ter, em Portugal, um futebol melhor

(Rui Santos escreve de acordo com a grafia do português pré-acordo ortográfico)

Rui Santos no Relvado 1 (fundo verde)
Taxonomia: 
Rui Santos

Comentadores

Uma das medidas de pacificação do futebol poderia passar por silenciar alguns dos comentadores dos programas de tv e passar a dar mais tempo a jogadores e técnicos para debater o futebol, Só em Portugal é que se alimentam programas onde o clubismo é rei. O Seara deve comandar a sua autaquia, o Pedrocas deve fazer os seus Filmes, o Guedes deve ir aos ensaios a sua banda. Esta gente (alguns deles fanáticos) ganham umas massas a dizer asneiras e a influenciar opiniões. Depois ao Domingo aparece o Sr. Rui que fala muito mais das coisas más do que das coisas boas que o futebol oferece. Um grande golo apssa na TV 2 vezes se marcado pela Académica e um penalti roubado ao Benfica passa 50. Uma vergonha pegada, alimentada por pessoas curtas que de futebol entendem pouco. O Freitas Lobo que mais parece um catedrático em futebol tem tempo de antena a mais, o João Gobern é um zero virado á esquerda e por ai fora. Esta gente que passa o o tempo a dar palpites e a divagar sobre o que não conhece devia ser banida de uma vez por todas e acabar com os rogramas da treta onde se fala sobre dirigentes e árbitros (injustamente os elos mais fracos do futebol portugues). A quandidade excessiva de tres jornais diarios e os sites na net já chegam mas fazer circular as mentiras e desetabilizar alguns clubes. A pacificação do futebol também passar por aqui.

escandalo

é um escândalo as equipas jogarem sem um português só brasileiros e africanos sem qualidade que apenas são contratados para os treinadores directores e empresários receberem as suas comissões.
Estamos a matar a selecção nacional é preciso limitar isto e muito e para ontem

Rui Santos

Porque é que não se candidata de uma vez por todas ?

.

Rui Santos para presidente .

Só treta

Este é o mal deste país, todo o imcompetente tem direito a altos cargos em qq setor, emitir opiniões sobre assuntos de que não tem conhecimento de causa e mandar uns bitates. Meu caro, os problemas que vês no futebol são sómente problemas de justiça e de valores, ou seja um problema que atravessa toda o sociedade Portuguesa em todos os sectores e o que se passa no futebol é o reflexo destes mesmos problemas. Para acabar com isso bastava dar um mínimo de tempo de antena ao futebol e aos que vivem às custas dele (jornalistas, comentadores, dirigentes - sobretudo o artista do apito dourado PC), porque em portugal em vez de se trabalhar gasta-se muito tempo a falar em futebol, futebol este que alimenta esta minoria de parasitas que só produz nada. Falas em sector produtivo. Gostaria que trocasses por miúdos e esclarecesses a este pé descalço o peso deste sector no nosso PIB.

vou comentar

uma vêz máis não será publicado . Srº Rui Santos o futebol está na mesma posição e situação que os engenheiros e arquitéctos e a construção civil de á 100 anos , sem tirar nem por , não precisa de ser mudado nada mas nada mesmo , está tudo perfeito os cálculos matemáticos não se alteraram , como a técnica do futebol não se alterou vence , só é preciso mas é preciso mesmo , é sériedade , justiça , e os competentes a projectar num caso, e noutros a jogar é só, o resto pode apagar tudo , este é o segredo sériedade basta

Fico admirado com o Sr. Rui Santos não é candidato.

è de admirar que uma pessoa conhecedora do fenómeno futebolistico português, das finanças dos clubes, do valor da formação, das novas tecnologias e de tudo o mais relacionado com futebol, uma pessoa com soluções apregoadas para todos os problemas e mais alguns e com uma visão impar do futuro não seja ela prórpia candidata ao dirigismo da federação nacional de futebol. Ou será que tudo isto é só da boca para fora?
Como se diz na minha terra "presunção e água benta, cada um toma a que quer".

Afinal ja existe moderacao.

Congratulo-me por ver que finalmente existe uma moderação neste site. Assim, peco desculpa pois no ultimo comentário criticava que certas mensagens não fossem imediatamente apagadas.
como já não escrevo há muito tempo por aqui fica o meu pedido de desculpa

Todos da mesma maneira e não só contra o Benfica

24 - Obrigar todas as equipas a jogarem sempre com o mesmo empenho e com a mesma garra contra todas as outras e não apenas contra o Benfica. Assim as equipas mais fracas teriam mais pontos, mais publico e mais dinheiro. Por exemplo, o jogo Leiria - Porto foi uma vergonha.

Promotor da desgraça...

Com todo o respeito, confirmo que não gosto dos comentários do autor deste site, sempre a levantar problemas, rebaixando as nosssas competições, esquecendo que o futebol em Portugal está bem e recomenda-se. Vejamos a equipa do Braga, o Guimarães, que têm crescido e acrescentando competitividade ao campeonato Portugûes. Temos o Taça da Liga Europa em Portugal, o Braga que foi vencido mas esteve na final, o Benfica na meia final e este senhor sempre a divagar pelos evasivos problemas que só ele procura. Relembro que eram muitos os propagandistas da desgraça, sobrando aqui o maior da actualidade Portuguesa. Não percebo como ainda tem acesso a canais televisivos, se calhar é porque tem padrinhos que lhe abrem as portas para propagandear as desgraças que tanto o preocupam. Temos problemas de corrupção em todas as áreas do futebol, acredito que no futebal também existam, mas no futebol não residem os maiores problemas, antes fossem no futebol... agarremos o espectaculo propieamente dito e concentrem-se no futebol jogado, que é isso que os amantes do futebol procuram e não perseguições e desconfianças, que isso sim só prejudicam as nosssa competições.. e com isto vão embora que estou a ficar com asia de tanto mal dizer... fuiiiii

FALTAM UMAS QUANTAS

1. Proibir comentadores e pseudo jornalistas que nunca deram um "pontapé numa bola" de falar de futebol.
2. castigar severamente todos aqueles que durante anos arruinaram o nosso campeonato, com corrupções e viciação de jogos
3. castigar severamente os canais desportivos e outros que se escondem atrás dos direito de expressão para viciar e influenciar a opinião pública (sempre no mesmo sentido) (ex. o actual director de comunicação do FCP foi durante anos jornalista da RTP e fez "serviço público", viciando a opnião pública. Agora dá ordens para bater em colegas de trabalho que falem menos bem do FCP)

E porque não castigar o sr.

E porque não castigar o sr. advogado pragal colaço por incentivar ao uso de armas na benficatv?? e porque não castigar um sr. da tertulia da benficatv que chama porcos e suinos aos jogadores adversarios?? e porque não castigar, quem, semanalmente, incentiva o ódio num canal de tv próprio? e porque não castigar quem, por falta de vergonha, raiva e insensatez, apaga as luzes de um estadio quando dentro dele ainda estão milhares de adeptos?? e porque não castigar quem, semanalmente incendeia as hostes do seu clube contra os adversarios? e o sr. joão gabriel, durante anos jornalista de radio e agora director de comunicação do benfica... será ele um exemplo? Ou será que estes adeptos de futebol, vulgo benfica, só vêm maus emeplos nos outros clubes?? porque não se olham ao espelho?? A auto-critica tambem funciona muito bem...
Saudações DESPORTISTAS

Castigar severamente

Castigar severamente comentários como este. . .

Um pouco off-topic

A partir do momento em que a Dignissima Procuradora do MP entende que as instituições desportivas nada fazem para castigar aqueles que batem, agridem e insultam nos estádios de futebol, quando devia ser o MP a tratar disso (por é indiferente fazer-se isso num estádio, num centro comercial, em plena via pública) então percebemos que, apesar de tudo, o nosso futebol é melhor do que o nosso país.

CONCORDO!!!

Boa tarde e os meus cumprimentos. Concordo em absoluto com a generalidade do exposto e digo mais:
Se uns tais da Troika tivessem auditado os clubes e proibissem todos os clubes com "passivo" a mandar
para o estrangeiro tantos milhões pelas contratações, era uma excelente medida. Porquê de facto tantos
milhões, uma autêntica sangria, a saírem do país? É uma vergonha.Saudações desportivas e benfiquistas.

É o país que temos e o futebol não vai fugir à regra do Desleixo

Temos grandes treinadores e jogadores de futebol do melhor que há no polaneta. Pena que o futebol seja uma exclusividade dos paíes pobres onde a fama não traz fortuna para os países onde ele é rei.
Quem tem os melhores jogadores do mundo, que é? (Brasil, Argentina, Espanha, Portugal ) e mais alguns países deste nível em termos económicos. penso que isto nos dirá qualquer coisa.....

Tens toda a razão, Rui quando te referes aos governantes que temos tido al longo das ultimas quatro décadas.
É claro que a culpa não tem sido dos governantes mas sim de todo um povo politicamente inculto que não tem sabido escolher os melhores para gerir os seus destinos.

Português só vê futebol e interessa-se muito mais por ele do que pela política e pelo destino do país a que pertence.
Entetanto, enquanto os Cristianos Ronaldos, os Figos, os Futres, os Mourinhos os Vilas Boas eoutros sobem na vida, nós cá por baixo, vamos batendo palmas para que eles sejam ainda maisricos e famosos do que já são, tudo isto enquanto nos vamos afindando no lodo e areias movediçasque se encontram no fundo do precipício onde caimos.

Transparencia

Rui
Excelente artigo.
Faço-lhe notar a corresponencia que existe nos comportamentos politicos e futebolisticos. Ao cabo e ao resto estamos a falar do mesmo País. Logo compadrio, jogadas subterraneas, prostituição jornalistica, faz tudo parte do mesmo pacote.
De tudo o que escreveu se fossemos capazes de fazer metade, já era bom.
Porque caro Rui estamos a a falar de Portugal onde as pessoas adoptam uma atitude de resignação em lugar de revolta.
Enquanto as pessoas não perceberem que têm direito e obrigações perente si mesmas e a Sociedade em que estão inseridas não vamos a lado nenhum.
Pode ser que, na politica como no futebol, se instale aqui um Gabinete exterior que coloque na ordem as nossas contas e vigie comportamentos desviantes.
Rui se você nem sequer tem uma Comunicação Social independente, constituida por verdadeiros jornalistas, como quer mudar seja o que fôr com os suspeitos do costume?
Olhe ficam as suas boas intenções que são, também, as minhas.

Problemas de fundo

Todas estas medidas do Sr Rui Santos perecem-me acertadas, mas o Futebol em Portugal tem um grande problema que não existe na maioria dos paises.
Em Roma os adeptos São da Roma ou da Lázio, em Manchester os adeptos são do City ou do UTD, em Madrid os adeptos ou são do Atlético ou são do Real.
Em Coimbra temos os adeptos da Académica que são tb do Benfica, em Santarém temos os adeptos do Benfica, em Beja temos os adeptos do benfica, e por todo o portugal temos adeptos do benfica em vez de serem adeptos do clube da sua cidade, este facto leva a que os estádios estejam cheios em dia de benfica, e não nos dias da Académica, do Leiria, do Farense ou ainda do Beira-Mar.
Assim vamos ter os estádios de Portugal cheios uma vez por ano.
Em futebol profissional isto vai ser sempre uma barreira económica para os clubes que lutam na meia tabela ou que militam na segunda divisão.
Para juntar a este facto Portugal tem 10 milhões de habitantes, ou seja está limitado a este número de adeptos, ao passo que a Espanha tem 45 milhões de habitantes, a Fança idem e Inglaterra também.
Mais habitantes, mais adeptos, mais receitas de espectadores e mais receitas de contratos televisivos. Esta é uma matemática fácil mas que será impossível de ultrapassar.
Nem mesmo o Benfica pode ultrapassar o facto dos adeptos, com tantos milhões em Portugal seria de esperar que o estádio estivesse cheio logo no inicio da época e para a época toda.
Mas não, pois vejamos, um bilhete pode custar entre 25€ a 50€, isto se queremos ver o jogo em condições. Depois como a maioria dos adeptos do Benfica nem é de Lisboa, o Sr X vem de Beja ver o seu benfica, vai gastar cerca de 100€ só para isso pois com viagens, comida e portagens mais o bilhete, deve sempre de rondar esse valor. Ora num País em que o ordenado mínimo não chega aos 500€ como é que o Português vai ao estádio ver a sua equipa.
Estamos ainda a assistir a um fenómeno que é o de os adeptos portugueses terem clubes em outros países e discutem nestes espaços com fervoroso teor o que se passa nesses clubes além fronteiras. Quero lá saber se o Barcelona é melhor do que o Real ou se o Manchester vai ganhar ao Chelsea. só tenho um clube e é por esse que torço, depois tenho a selecção Nacional que com a qual vibro ainda mais. Sou um orgulhoso do meu pais e por isso não me cabe na cabeça torcer por qualquer clube estrangeiro, principalmente se este joga contra um qualquer clube Português.
Ver pessos com camisolas da Italia, jogo regularmente com um individuo que joga com uma camisola da Espanha, mas depois vestirem algo que diga portugal ou que tenha a nossa bandeira estampada é um sinal de ser um "campónio".
Podíamos começar por estes problemas, mas depois já não estaríamos a falar de futebol e sim de uma profunda falta de identidade do povo Português.
Obrigado

alguém disse!!

O senhor disse e bem dito.Falta de identidade.

tem 100 % de razão

a unica coisa que falta ao nosso futebol é sériedade , bastava este factor , para portugal ser um pais ainda maior no futebol pelo menos , ontem fiquei impressionado , no jogo do braga , segundo pare-se o adversário é da 2 ª divisão estão a perder 2 x 0 mesmo assim os seus adeptos cantavam e vibravam pela sua equipa , cheguei a um momento do jogo que me apetecia ser deles por tamanha paixão sem usarem o máu trato aos seus jogadores , são estes pequenos exemplos que nos fá z falta desculpe intrometer-me

Que salada russa

Caro Rui, não sabia que esta coisa das troikas e respectivas medidas era contagioso. Só faltou dizer que querias a Moody’s, a Fitch e a Standard and Poor’s a controlarem os rankings dos Clubes, mas andas lá perto.

O futebol é uma actividade

O futebol é uma actividade que deve ser regulada porque muita gente ganha muito dinheiro, sem deduzir as respectivas contribuições ao Estado e gera-se uma economia paralela que tem de ser travada.

Adepticismo? Por amor da

Adepticismo? Por amor da santa, senhor Rui.

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