Ronaldo despediu-se do Euro e da Bola de Ouro, dizem os catalães

A Seleção Portuguesa despediu-se do Euro 2012, mas caiu de pé, perdendo apenas nas grandes penalidades diante da campeã europeia e mundial Espanha. Pela imprensa mundial elogia-se a prestação das quinas, com a ideia geral de que chegou mais longe do que se esperaria, mas Cristiano Ronaldo não se livra de algumas críticas.

O enviado especial do The Guardian a Donetsk, na Ucrânia, Richard Williams, considera que Ronaldo não se esquecerá da noite em que se "guardou para o último penalti" na sorte dos castigos máximos. "Uma decisão bizarra do capitão de Portugal que lhe dará razões suficientes para reflexão quando considerar o seu falhanço em alcançar o objetivo de ser a estrela do Euro 2012", escreve o jornalista, concluindo que o Campeonato da Polónia e da Ucrânia é "o quinto grande torneio onde [Ronaldo] falhou a tentativa de ter um impacto à altura da sua auto-estima".

Na Catalunha, o jornal Sport, que é conotado como sendo próximo do Barcelona, vai mais longe e vaticina que "o português despediu-se do Europeu e da Bola de Ouro". De resto, na imprensa catalã é onde o jogador do Real Madrid é mais alvo de críticas e de provocações, como se percebe, dada a grande rivalidade entre os dois maiores emblemas espanhóis.

Mas vai crescendo a ideia de que Ronaldo poderá ter perdido a corrida pela Bola de Ouro, e até já há quem aponte o italiano Andrea Pirlo como um candidato ao prémio. O espanhol Andrés Iniesta também vem sendo citado como uma possibilidade. Tudo poderá depender da final do Europeu que se disputará no domingo.

Quanto ao embate entre portugueses e espanhóis, o desportivo francês L´Équipe apresenta como título de capa, na análise ao jogo, "Espanha inverte o rei" a par de uma foto com Ronaldo em queda. O jornal admite que "Portugal não desmereceu" e elogia a prestação da equipa de Paulo Bento. "É possível contrariar a Espanha sem renegar a sua própria identidade. Portugal provou-o ao preço de um empenho e de uma disciplina tática sem falhas", escreve-se no diário que contudo fala de um "Ronaldo pouco inspirado".

Em Itália o La Gazzetta dello Sport refere que houve 120 minutos de "futebol hiper prudente nos limites do tédio" e faz também a crítica à circunstância de Ronaldo ter sido escolhido para marcar o quinto penalti das quinas.

Na generalidade da imprensa espanhola a relevância maior é dada aos desempenhos de Iker Casillas, de Sergio Ramos e de Cesc Fabregas na hora das grandes penalidades. O jornal Marca escolhe como foto de capa Fabregas e Casillas a festejarem abaixo do título "nossos heróis". O desportivo escreve ainda que "Portugal asfixia Espanha", mas salienta que valeu uma "fantástica defesa e um grande Iniesta", realçando a possibilidade do terceiro título consecutivo para "La Roja".

No El Mundo fala-se num "êxtase agónico", enquanto o AS evidencia que "Espanha teve prémio para um grande prolongamento".