Resultado: Setubal 0 - Porto 2

Não consegui acompanhar a primeira volta do campeonato nem grande parte da segunda, excepção feita aos jogos do Benfica, mas fui estando atento ao percurso do Vitória de Setúbal e todos os problemas que tiveram. Foram unanimemente considerados a equipa revelação da primeira volta, mesmo que muitos resultados tenham sido obtidos com 90 minutos fechados lá atrás e um golo de canto ou livre (pelo que li).

Hoje tive a oportunidade de ver esta equipa pela 3ª vez com atenção (Sampdória e Benfica foram as outras) e só cheguei a uma conclusão. Estes tipos são a anedota do nosso campeonato. Nem falo em equipa, porque apesar de conseguirem sempre reunir 11 marrecos em campo, em momento algum se forma uma equipa. Terá sido este jogo um mau exemplo? As goleadas que têm sofrido não me deixam acreditar nisso. Terá sido pela saída do Dembélé, Fonte e Moretto? Regressou o Sandro, Rubinho parece-me à altura e o Veríssimo era titular a época passada, logo também não será por aí. Será culpa do Hélio? Aqui já não sei, mas estranho como só um homem pode destruir uma equipa segura e competente, transformando-a num conjunto de jogadores sem propósito nem noção do que fazer em campo. Eles não sabem fazer pressão, correm todos para o mesmo lado e só quando há bola, fazendo com que o FC Porto pareça um daqueles miudos grandes que vai agitando um doce bem levantado perante a frustração de puto que, por mais que tente, chega sempre atrasado e em sentido contrário.

A equipa que vi hoje, dificilmente conseguiria mais que um lugar a meio da tabela na II liga, mas por ora está a lutar pela Europa na Iª!
Compreendo a frustração dos adeptos vitorianos, e também compreendo que esta direcção é nova e o plantel era o que havia, mas isto é mau de mais para uma divisão principal. Mesmo contra o FC Porto exige-se mais. Pelo menos que consigam trocar a bola durante 10 segundos e por 3 jogadores diferentes.

Três pontos para terminar. Primeiro, vitória justíssima do FC Porto. Foram uma máquina bem oleada (pena que o óleo fosse dado pelo Vitória) e lá continuam sem facilitar. Lucho é luxo. MVP do campeonato.
Segundo, sou injusto quando refiro 11 marrecos. São apenas 10, já que Rubinho esteve em bom plano.
Terceiro, se o Vitória de Setubal é uma anedota, o Carlitos é a punchline. Nunca vi ninguém com tão pouca atitude competitiva. Vê-lo a jogar dá a sensação que é jogador de futebol por obrigação, porque o rapaz, coitado, nem queria.

Co Adriaanse nada mudou na deslocou ao Bonfim e na tabela classificativa tudo continua igual: os dragões cumpriram a missão de vencer e continuam lideres. O esquema táctico manteve-se intocável, e foi apenas retocado com as saídas de Marek Cech e Ivanildo para as entradas de Paulo Assunção e Lisandro Lopez. No V. Setúbal Sougou regressou ao onze, substituindo Fonseca, e a rapidez do senegalês foi mesmo a melhor arma dos sadinos, pincela com as diabruras de Carlitos.

Mal o jogo começou os jogadores sadinos encaixaram nos portistas que lhe estavam destinados e por isso o espaço para jogar era reduzido. Binho não largava McCarthy, Sandro encarregava-se de Raul Meireles, Ricardo Chaves de Lucho e Auri de Adriano, por exemplo, e foi da desatenção nas marcações que os portistas marcaram. Sem jogar bonito, foi mesmo de bola parada que os portistas marcaram (41m), aproveitando as falhas de Sandro e Auri na marcação a Adriano. O brasileiro marcou pela terceira vez na Liga. Os portistas fizeram a festa e o V. Setúbal não mostrou armas para dar a volta.

Lucho foi o dono do meio-campo portista e Paulo Assunção deu a segurança necessária lá atrás. Quaresma, Raul Meireles e também Adriano, em noite sim, foram os melhores no ataque, onde Lisandro esteve algo apagado. Carlitos e Sougou tentaram dar outra história ao jogo, mas não tiveram o apoio dos companheiros e contaram sempre com a segurança defensiva dos portistas como obstáculo difícil de transpor.

Depois de duas boas defesas, Vítor Baía lançou Ricardo Quaresma, o internacional luso correu cerca de 40 metros, descaiu para a direita e concluiu a excelente jogada com um cruzamento perfeito para a cabeça de Raul Meireles (51m). Estava feito o 2-0 da noite o V. Setúbal mostrava conformado com a derrota. Varela e Fonseca ainda entraram para a frente, mas sem efeitos práticos. Paulo Assunção recuou e deu segurança à defesa.

Os portistas assentavam o jogo numa vitória confortável. O V. Setúbal ainda tentou surpreender Vítor Baia, mas sem efeitos práticos. Com o decorreu dos minutos os adeptos abandonavam as bancadas e os jogadores aguardavam o apito final. Estava tudo dito: um F.C. Porto superior venceu um Vitória que nunca mostrou ambição em conseguir um resultado positivo.