Arquivado mais um processo contra Pinto da Costa

O Jornal de Notícias nota que no despacho de arquivamento do processo se escreve que o quadro traçado «consente perfeitamente que tal [corrupção] tivesse acontecido, enquanto conduta verosímil, mas não permite afirmar a sua ocorrência, em termos que permitam concluir pela possibilidade razoável de aos arguidos, por força dos indícios recolhidos, vir a ser aplicada em julgamento uma pena ou uma medida de segurança». Implicados no processo, além de Pinto da Costa, estão o árbitro Augusto Duarte e o seu auxiliar no jogo em causa, António Perdigão da Silva, e também o empresário de jogadores António Araújo.O jogo com o Beira-Mar reporta-se à época em que o Porto se sagrou campeão europeu e nacional, tendo ocorrido uma jornada antes de os dragões confirmarem o título português. Do processo referente ao encontro consta uma alegada visita de Augusto Duarte a casa de Pinto da Costa na véspera do jogo e ainda conversas telefónicas em que António Araújo falaria do dirigente portista como o «engenheiro máximo», o «número um» e o «gerente da caixa».
Mas nas contas finais do MP os dados recolhidos não comprovam a existência de corrupção e portanto a certidão é arquivada, como já aconteceu com vários dos outros processos extraídos do mega-processo "Apito Dourado". Sem conclusão da existência de crime decorreu o muito falado caso das prostitutas alegadamente oferecidas aos árbitros do Porto-Estrela da Amadora, bem como outros casos, decorrendo neste momento apenas, segundo apurou o Jornal de Notícias, uma investigação no MP de Guimarães sobre a nomeação de um árbitro em que terão sido inquiridos recentemente Pinto da Costa e Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.Susana Valente