Estrelas impedidas de brilhar

... é realmente um grande defesa, mas está em recuperação. Depois, sou-te sincero, prefiro a dupla que Carvalho fazia com o Andrade assim como prefiro a dupla que Pepe fazia, e faz, com Bruno Alves. Depois falaste de Deco. Para mim, Deco é realmente um grande jogador, mas para jogar num tridente invertido aquele que coloquei, isto é, com um pivot defensivo puro e não com este duo de meio-campistas. Eu para colocar Raul Meireles (um típico "8", i.e., jogador que imprime outra velocidade e joga simples, fluindo o jogo ofensivo) e Danny, um típico "10" que gosta de jogar solto entre a linha do meio-campo e do ataque (próximo do avançado/ponta-de-lança) - daí a minha preferência pelo Danny ao invés do Deco, que prefere jogar mais recuado - coloquei o Miguel Veloso. Poderia ter colocado outro jogador, mas penso que o Miguel Veloso tem tudo para vencer. 1º é um esquerdino que conforme referi pode fazer 4 posições em caso de emergência, depois sabe ser o tal pivot defensivo, sempre que a equipa precisa, é um jogador que até sabe jogar bem de cabeça e é fino no corte. Tem enorme visão de jogo e sabe saber fazer uso do passe longo e curto quando necessário e é jovem! Não vejo mais nenhum jogador em Portugal a ter estas qualidades todas. A questão do avançado ser o Nuno Gomes é porque realmente este combina bem com quer que seja, desde que joguem para ele. Este foi o onze que fiz, não tanto a pensar em lesões ou momentos de forma, ou até se têm jogado pela equipa principal, fiz-lo a pensar sobretudo nas diversas características que podem ser úteis a um onze que se quer homogéneo, eficaz e robusto face a vários adversários. Quim: é o guarda-redes com maior experiência. É sereno, e ao longo da sua carreira tem sabido confrontar os maus momentos com trabalho. Para mim é um exemplo. Em termos desportivos, não vejo guarda-redes melhor que ele. Revela segurança e até sabe sair aos cruzamentos. Ah! E penalties também é com ele! Bosingwa: é um atleta que sabe defender, e atacar. Tem um pulmão incrível para fazer todo o corredor. Pode não ser uma torre, mas sabe marcar eficientemente, um pouco como o Evra. É um pequeno "bicho" com muita força. Um toque africano a este nosso Portugal. Pepe: o mais rápido dos centrais. O central que sabe sair a jogar, sabe ser líbero, sabe marcar, sabe inclusivé ser o pivot defensivo quando não necessitamos de ter um. Muito agressivo na forma como aborda os cantos na área adversária. Bruno Alves: embora um pouco mais lento e não tão elegante a sair com a bola controlada que o seu companheiro de dupla, Pepe, "BA" é um defesa central mais ríspido, como aqueles italianos dos anos 50 e 60 que faziam carreira com Herrera. Bem canalizada essa sua agressividade, poderá ser muito útil, no jogo defensivo e ofensivo (lances de bola parada). É concerteza um central de marcação que não se amedronta com o tamanho dos gigantes a que tem de defender sua nação. Tem igualmente a seu favor o facto de saber cobrar livres a 25-30m da baliza. Duda: o pequeno Duda, para muitos talvez o elo mais fraco desta "minha" selecção, é um jogador muito interessante. Mais ofensivo que defensivo, consegue no entanto, ser muito requintado nos seus movimentos. A sua altura apenas reflecte que o futebol é para todos os "palmos" e quem diria que por detrás de tão franzino corpo jazia um pé canhão? Ainda por cima esquerdo... que tanta falta faz. Raul Meireles: o homem das tatoagens e dos gritos de Ipiranga, quando falha remates de fora da área. Não se amedronta com grandes nomes e o que ele mais gosta de fazer é transmitir energia ao jogo. Nem que para isso tente ele próprio o golo. É isto que se pede a "8". Miguel Veloso: é outro "8" que gosta de vestir nas costa um "4" mas que na realidade joga como um "6". Esquerdino de natureza, com um ritmo filosófico sabe gerir a geometria de toda a saída para o ataque de suas equipas. Sabe defender com muito requinte, aproveitando a agressividade do pressing de seu companheiro de equipa, deixando logo a bola jogável para outro companheiro. Seus livres sobre o lado direito à entrada da área são outro cartão de visita deste jogador. Danny: o nosso número "10". Não é daqueles "10" como Deco que joga sobre o meio-campo. ao invés disso, o futebol de Danny não se esgota nos 40 metros do centro do terreno. Vão para além deles e chegam mesmo até ao ataque. Muitos poderão que é um "10" à italiana, daqueles que jogam atrás do avançado. É nessa óptica que vejo a sua utilização neste meu onze nacional. Mas não só! Danny poderá efectuar com os "extremos", que apresentarei a seguir, uma dinâmica que permitirá ao avançado-centro ser constantemente solicitado. Detentor de uma capacidade de drible pelo centro do terreno, de capacidade de passe a "rasgar" a defesa contrária, do passe que seja capaz de mudar o jogo de flanco, este ambidestro é uma aposta certa. Simão: Simãozinho para os adeptos, é um extremo moderno mas também antigo. Sua carreira tem sido como extremo esquerdo falso, ora optando por ir à linha de fundo e cruzar com pé esquerdo (mesmo que não seja o seu forte) ou então fazer o típico "slalom" para o remate à baliza, geralemnte em arco. Joga tanto à esquerda como à direita e até ao centro. A sua força tal como Duda, advém da sua personalidade e inteligência com que joga. Um pequeno e grande génio futebolístico, que joga simples e para a equipa mas quando esta necessita ele está lá. Cristiano Ronaldo: dispensa apresentações. É o melhor jogador do mundo! Este esquema visa sobretudo fazer com que ele não sinta muitas diferenças no estilo de jogo que pratica actualmente no Man Utd. Com boa dinâmica, com tabelinhas, com idas à linha de fundo, será concerteza, juntamente com Danny, o jogador mais próximo do avançado centro da nossa selecção. Ah! E os "rokets" que ele dispara do meio-campo e nos livres? É claramente o jogador mais completo da actualidade com a capacidade de drible única, o ambidestro, alia o espectáculo do "joga-bonito" com a eficácia do seu enorme jogo de cabeça. Mais ainda com a robustez física que impõe ao jogo. Nuno Gomes: ou será antes Nuno Golos? A verdade é que a estatística deste experiente avançado não fará com que as mais temidas selecções o considerem com ânimo leve. Espanha, França, Inglaterra,... estão entre as suas vítimas. Com o estilo de jogo adoptado a este jogador, podemos ter de volta o Nuno Gomes de 2000 à nossa selecção. Talvez até com mais golos. Com mais assistências, com mais futebol bem jogado. Embora com 1.80m, menos 12cm que o seu colega Hugo Almeida, apresenta um jogo de cabeça impar neste momento, de acordo com os dados de todos os avançados da nossa selecção. O apoio de Danny e de CR7 serão mais do que suficientes para o Gomes.