Um dos piores campeonatos de sempre!

Eu era só para responder a este artigo depois do almoço. E isto porque há conversas cuja lógica, para a entender, eu preciso de beber o triplo. Contudo, vou fazer um esforço e responder a esta questão em jejum. Há dois temas que são recorrentes nas conversas dos adeptos portugueses. Um é que os estádios estão às moscas porque não há verdade no futebol; outro é que, no campeonato português, não há competitividade. Como os dois temas estão ligados, e porque o "same" nos pede sugestões para melhorar esta sensaboria, gostaria de fazer o meu diagnóstico da situação. Quando foram criados os campeonatos de futebol em toda a Europa, as pessoas que originalmente os conceberam, pensaram que, para haver competitividade, o melhor seria explorar o brio e o espírito bairrista de cada região. Foi por essa razão que todos os clubes na Europa estão ligados a uma cidade. E isso acontece da Alemanha à Itália, passando pela Inglaterra e pela Espanha. Em França foi-se ao ponto de não permitir que houvesse dois clubes da mesma cidade. O objectivo era incentivar uma competição saudável entre as várias cidades. Em Portugal, o fenómeno à partida não foi diferente. Aos três/quatro clubes de Lisboa contrapôs o Porto os seus dois/três clubes, enquanto as cidades mais pequenas iam criando o seu clube local. È importante, para não perdermos de vista o essencial da questão, que os clubes que participam ainda hoje na Liga são o Sporting e o Benfica de Lisboa, o FCP e o Boavista do Porto, o Vitória de Setúbal, a Académica de Coimbra, etc... E se se chamam assim, e não Caixa Campus Clube, Efacec, Sonae ou Fraldas Cueiro, foi porque a competição que se pretendia era entre capacidades regionais (económicas e desportivas) e não entre marcas, como é o caso do automobilismo ou do ciclismo. Quando falamos de campeonatos competitivos, esquecemos, por vezes, que essa competitividade assenta nas rivalidades regionais, entre Manchester, Londres e Liverpool, ou entre Roma, Turim e Milão ou entre Barcelona e Madrid. Nessas cidades, os adeptos identificam-se totalmente com o seu clube, são sócios, vão aos estádios puxar pela equipa da casa e sentem que, durante hora e meia, são os seus representantes que em campo defendem o orgulho da sua região. Em Portugal, por razões estratégicas, o Estado Novo, visceralmente anti-regionalista, fez passar a ideia de que em Portugal existem interesses nacionais, localizados em Lisboa, e interesses regionais. No futebol não foi diferente: há os clubes nacionais da capital e os outros. Ora, o que é interessante é que quando surgiu o fenómeno FC Porto, o único clube que conseguiu restituir ao campeonato de futebol a dimensão regionalista que esteve na sua origem, o caso, em vez de ser devidamente louvado e estendido às outras regiões, foi visto como um atentado aos direitos adquiridos dos instalados na capital. E quando o fenómeno começou a alastrar por uma cidade como Guimarães, assistiu-se ao maior ataque em forma contra os adeptos de um clube. O Guimarães estava a tornar-se (vai tornar-se, força Vitória!) um caso sério de orgulho de uma cidade. Concluindo, porque quero ir almoçar: Como é que se pode querer competitividade no futebol nacional e falar do domínio de três clubes quando só há três clubes em Portugal que se sentem em casa quando jogam no seu estádio. Como se pode pretender ter clubes fortes e competitivos em Braga, Leiria e Aveiro quando as pessoas dessas cidades são sócias do Benfica/Sporting/Porto e só vão ao estádio para assobiar o clube da terra? A questão da baixa frequência dos estádios também é interessante. Que a razão seja o preço dos bilhetes, o facto de os jogos agora darem na televisão, ainda vá lá. Agora o argumento de que as pessoas não vão aos estádios porque não confiam que haja verdade desportiva, é demais. Ou seja, e como os estádios só enchem quando jogam os três grandes, só há verdade desportiva quando um clube pequeno joga contra um grande. Afinal, em Portugal não é nos jogos entre os três grandes ou quando os grandes jogam contra os clubes pequenos que há erros da arbitragem. Sim, porque nesses jogos os estádios estão cheios. A verdade desportiva é falseada é quando o Leiria joga com o Beira-Mar. Por isso é que o estádio fica às moscas. Resumindo e concluindo, razão tem o noko: Ponha-se o "pintinho na prisão e o Porto na cegunda devisão" que o futebol volta a ser competitivo, credível e uma festa. Até que alguém para os lados de Braga ou Guimarães crie uma equipa ganhadora (um corrupto, claro, porque só em Lisboa se ganha com limpeza).

Até podem aumentar para 20! Ou metam 4 equipas a descer em vez de 2.

Será que o "autocarro" só tem paragem no campeonato português? Se olharmos aos golos marcados penso que tens razão, mas se exceptuarmos o campeonato inglês e o espanhol será que os outros estão assim tão acima do nosso em futebol jogado? Mesmo o campeonato italiano, com algumas equipas recheadas de vedetas, não me parece que esteja muito acima do nosso em futebol jogado. Já o disse aqui algumas vezes e volto a dizer que o que poderia dar mais espetacularidade ao nosso campeonato seria a redução para 14 clubes jogado a três voltas sendo a ultima subdividida em duas séries dos primeiros sete que decidiria o campeão e dos ultimos sete que decidiria a descida de divisão.

este esta a ser o pior campeonato a que assisti... alias cada vez vejo menos de tao desinteressante que esta... metam isto com 14 ekipas e 3 voltas:D qts mais jogos melhor. os jogadores sao pagos pra jogar nao pra fazer de conta que treinam ou ir de frias pro brasil