Sumaríssimos: então e despenalizações?

... no futebol enquanto desporto, sobretudo a nível da avaliação de situações de jogo. Percebo que queiram que o árbitro tenha o controlo do jogo, mais do que as câmaras, mas esta situação dos sumaríssimos faz abrir, e bem, a questão que o j_eagle fez oportunamente. Decerto que da bancada da arbitragem não verão com bons olhos, dizendo que o árbitro tem sempre prioridade do que as imagens televisivas... um pouco como o polícia sinaleiro em frente aos semáforos, no código da estradá (para quem não se recorda, devemos respeitar as decisões do polícia sinaleiro e desprezar as dos semáforos em tais situações!). Percebo a questão de autoridade dos árbitros. Por mim, e porque considero que um jogador de futebol que comete agressões fica logo marcado pela opinião pública e por futuros árbitos, penso que o melhor sistema é aquele que é mais simples, ou seja:

os árbitros têm o poder total de ajuizar os lances no jogo e só apenas no jogo.

não poderá haver decisões exteriores que comprometam os jogadores após os jogos, para o bem e para o mal.

os árbitros (equipas de arbitragens) deverão ser sujeitas a avaliações por jogo (semana) quer in loco, quer a posteriori por meio de elementos audiovisuais e deverão ser "punidos" se tais exibições forem mal sucedidas.

Para mim, se os árbitros querem continuar a ter o "poder" em campo, têm forçosamente de vir a público com uma ideia deste tipo, porque caso contrário irão sofrer as consequências de que são um elemento perturbador e não consiliador num jogo de futebol! Cumprimentos Futebolísticos!

Apesar de considerar o castigo ao central do Benfica justo, não posso deixar igualmente de considerá-lo perverso, incoerente e nada imparcial. Perverso porque parte de duas premissas erradas: a primeira relacionada com o facto de apenas castigarem lances que o árbitro não viu (?); a segunda prende-se com o suporte no qual são baseados estes sumaríssimos – as transmissões televisivas. Ora, fácil é de verificar até que ponto tudo isto pode transformar a aplicação das normas tremendamente injusta. Primeiro porque estão sempre adjacentes aos critérios dos árbitros. E esses variam constantemente. Assim, um árbitro pode ver um jogador “assassinar” desportivamente um adversário e admoesta-lo apenas com um cartão amarelo. A punição corresponderá sempre ao tipo de cartão mostrado e ao relatório do árbitro e não à violência do lance. Em contrapartida, um lance semelhante ao do Luisão, em que o árbitro alegadamente não vê, o castigo corresponderá sempre à natureza do lance. Segundo, porque nem todos os jogos são transmitidos da mesma forma. Nuns, nos mais importantes, existem dezenas de câmaras apontadas para tudo o que mexe, havendo repetições de diversos ângulos. Noutros parece-nos terem estacionado uma câmara de um lado do estádio e vai daí transmitem-nos todas as sensações da partida a partir daquele local, sendo que as repetições dos lances nos recordam as do Domingo Desportivo dos anos 80. Quanto à pergunta deste bom artigo, seria de facto o mais sensato porque da mesma maneira que um clube é prejudicado pela atitude do seu jogador - com a ajuda das transmissões televisivas, quando a intervenção do arbitro é demasiado injusta ou sem cabimento deveria ser feita justiça também e reduzir ou anular por completo o castigo atribuído pelo árbitro, isso faria com que as críticas aos árbitros (e não são elas poucas) reduzissem, não pelo mérito do seu trabalho mas pela justiça final ao encargo da Comissão Disciplinar.

Concordo! Realmente 3 ou 4 jogadores do FCP deveriam ser despenalizados de cartões amarelos após simulações vergonhosas de jogadores encarnados, onde até o Quim se incluiu! Sem dúvida um artigo pertinente e que deveria ser lido por quem tem responsabilidades no mundo do futebol. É claro que a questão das transmissões televisivas em 3 ou 4 jogos e ausência destas em outras tantas partidas, levantar-se-ia novamente.

qual a diferença entre uma agressão que o árbitro não viu e uma em que viu mas ajuizou mal? Porque não punir também nesta ultima situação?