E se o Leixões for o novo Boavista?

“Navios/Expo”: Quatro dos seis arguidos acusados de corrupção e branqueamento capitais Nove anos após a Parque Expo ter fretado três paquetes de luxo para fazer face ao défice de alojamento em Lisboa durante a Expo’98, o Ministério Público concluiu a sua investigação. Quatro dos seis arguidos no processo conhecido como "Navios/Expo" foram acusados de corrupção e branqueamento de capitais, destaque para nomes como Januário Rodrigues, ex-director da unidade de alojamento, e Godinho Lopes, na altura vice-presidente do Sporting. A Acusação divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) esteve a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público de Lisboa e em relação aos outros dois acusados, apenas se sabe que os autos foram parcialmente arquivados. Assim, segundo a nota divulgada pela PGR, “Dos quatro arguidos acusados, a um foi imputada a prática de crimes de corrupção activa para a prática de acto ilícito e de branqueamento de capitais, outro é acusado de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e de branqueamento de capitais. Os restantes dois estão acusados de um crime de corrupção passiva para acto ilícito”. O processo contou com a realização de exames periciais contabilísticos, bancários, de análise de cunhos e carimbos e informáticos, realizados pelo Departamento de Perícia Financeira e Contabilística, pelo Laboratório de Polícia Científica e pelo Núcleo Informático, todos da Polícia Judiciária. Contextualização do caso “Navios/Expo” Para entender melhor este processo é necessário recuar à década de 1990, quando a Parque Expo fretou três navios hotel: “Ocean Explorer I”, “Princesa Vitória” e “Itália Prima”. As embarcações estavam classificadas com cinco estrelas, tinham capacidade para 2320 camas e estiveram atracadas na Doca do Terreiro do Trigo quatro meses. Na altura, Januário Rodrigues justificou o fretamento com a necessidade de resolver os problemas das estadias de curta duração, nomeadamente dos convidados VIP. No final, verificou-se que a taxa efectiva de ocupação dos três barcos não chegou a ultrapassar os 30 por cento. Preços elevados, alguns quartos custavam quase 500 euros por noite, bem como o mau estado dos paquetes, foram dois dos motivos para a fraca afluência. Meses depois de a Expo’98 abrir portas, António Costa, então ministro dos Assuntos Parlamentares, reconhecia que o aluguer representara um grave erro de gestão, com despesas a ascenderem a 4,7 milhões de contos, enquanto as receitas rondaram 765 mil contos. O caso foi apelidado de “particularmente grave” e o responsável pela unidade de alojamento da Parque Expo suspenso de funções. A Polícia Judiciária começou imediatamente a investigar. Três anos depois, em Março de 2002, deteve Januário Rodrigues (o responsável), Godinho Lopes (na altura vice-presidente do Sporting) e Simões de Almeida, presidente de uma das empresas intermediárias. O processo acabou por ser mais demorado, uma vez que o Ministério Público teve que esperar que as empresas proprietárias dos navios efectuassem perícias financeiras 01.11.07