Profissionalização dos árbitros obrigatória? | Relvado

Profissionalização dos árbitros obrigatória?

 

mingos diz: "são inúmeras as sugestões que vão surgindo acerca da introdução de novas tecnologias na arbitragem. Mas não será uma forma de esconder o verdadeiro problema que é a ausência da total dedicação a esta actividade? Quando o futebol é uma força económica que movimenta milhões, numa altura em que a profissionalização atinge até o dirigismo, porque não exige a UEFA a profissionalização dos árbitros? Seria este o caminho a seguir? O que se ganharia com esta total dedicação? "

I Liga:

Comentários [5]

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Sim

Num desporto que movimenta milhões, onde os jogadores são profissionais pagos a peso de ouro, não faz sentido que o árbitros sejam amadores.

Pode-se exigir a um jogador que centre melhor ou remate melhor, pois a vida dele é aquilo;agora a um árbitro, como podemos exigir que assinale correctamente as infrações de jogo se eles não têm treino específico nessa área? Segundo sei, os treinos dos árbitros resumem-se a umas corridinhas e aulas teóricas; não treinam, no campo, o melhor posicionamento para ajuizar os foras de jogo, por exemplo, pois não?
Pior, nem se treinam em equipa, pois já não há equipas fixas de arbitragem, correcto?
Ora, se numa equipa de futebol o entrosamento é essencial, não o será também e principalmente numa equipa de arbitragem?

No geral, penso que os árbitros não são melhores porque não lhes são dadas condições para evoluir, e o pior, é que cada vez menos os jovens terão motivos para um dia pensarem em ser árbitros...

Quanto á tecnologia, só nos placards electrónicos. :)

Saudações

com a actual estrutura...

é uma questão algo secundária.

Sou um dos que no seio da APAF e da arbitragem defende a profissionalização como caminho a seguir, mas não a qualquer preço.
Se profissionalizarmos neste momento a única diferênça é que em lugar de erros de árbitros amadores teriamos erros profissionais.

Urge, antes demais, alterar a estrutura e a conjuntura da arbitragem.
Primeiro, seria necessário criar um só conselho de arbitragem, com um gabinete para tratar dos temas da Liga e outro da Federação (ambos dentro da Federação) em lugar dos actuais (e concorrentes, pois muitas vezes estão em choque e desacordo) Conselho da Liga e Conselho da Federação.
O ideal passaria por entregar este novo Conselho a antigos árbitros, pois é a única de forma de responsabilizar os mesmos. Caso não seja possivel há que encontrar alguém independente, credível e idóneo para fazer cumprir e cumprir nesta importante missão.
Lembro que actualmente os Clubes têm muito poder, directamente e via Liga, sobre os árbitros e os orgão que os tutelam. Ignorar este facto é ser simplesmente autísta.
O segundo passo passa pela forma como são avaliados os árbitros. Um árbitro com um bom "padrinho" pode chegar á Liga, mas se não tiver qualidade não se consegue manter por lá se os Clubes assumirem as suas responsabilidades e o seu papel regulador na avaliação aos árbitros.
Lembro, aos mais distraídos, e informo os que não sabem, que todos os clubes têm sempre acesso quer ao relatório dos árbitros como de quem os avalia, e que têm a faculdade de poderem contestar a nota que foi atribuida ao árbitro. Infelizmente a maioria dos Clubes prefere fazer "peixeirada" na praça pública a exercerem os seus direitos e a sua condição de clubes, como de resto está a acontecer actualmente com um dos grandes... mas adiante, pois não é esse o meu tema neste momento.
A actual forma de classificação dos árbitros (e de observadores e delegados aos jogos) é neste momento equilibrada caso os clubes assumam os seus direitos, deveres e suas responsabilidades para com o Futebol Português.
Da actual forma de classificar e avaliar os árbitros começamos (felizmente) a ter nos últimos 2/3 anos um bom "feed-back", em que alguns dos "crónicos" e "clássicos" valores (???) da nossa arbitragem têm pura e simplesmente descido de categoria e já não estão na Liga e têm sido substitudos por jovens hávidos de aprender com os seus erros e com potencial para melhorar ainda mais o bom nível da nossa arbitragem.
Para concluir, com esta estrutura, profissionalismo claramente não...

Kikas

Um passo necessário, mas...

... não o próximo passo..
      A profissionalização dos árbitros por inerência não iria resolver absolutamente nad. Aliás, bem vistas as coisas, ao nível da 1ª categoria é uma actividade "amadora" extremamente bem paga. Isto para não falar nos árbitros que apitam internacionalmente.

      Antes de encararmos essa possibilidade, há que redimensionar toda a estrutura que gere a arbitragem. Desde a formação, onde só evoluem os protegidos de alguns; até à 1ª categoria onde esses "favores" são pagos, e bem pagos.

      Darei um exemplo concreto. As associações regionais de arbitragem traficam influências de tal forma que a maioria dos árbitros de primeira categoria são oriundos, sensivelmente, das mesmas regiões.

      Há, claro, excepções. Vejamos Carlos Xistra, árbitro de primeira categoria oriundo da Covilhã, distrito de Castelo Branco. Pessoa que conheço pessoalmente dos tempos em que apitava aqui no distrital. Só conseguiu ascender para os níveis superiores devido ao facto do seu pai ser alto dirigente do sector arbitral neste distrito.

      Doutra forma, nesta altura ainda o iria encontrando a apitar o Orvalho...

      Este não é um caso isolado. Bem pelo contrário. Quando se observam árbitros como Bruno Paixão chegar onde chegaram em tempo record e com a performance que evidenciam, penso que está tudo dito.

      Profisionalização na arbitragem, neste momento?

      Há problemas bem mais prementes para resolver.

Uma questão simples...complicada!

Acho que todos concordamos que a profissionalização dos árbitros é uma medida que já deveria ter sido imposta pela Uefa, pois quando uma pessoa se dedica exclusivamente a uma tarefa, os niveis de concentração e determinação aumentam e os resultados são sempre melhores!

Em relação a todas as novas tecnologias que se estão a "aproximar" cada vez mais dos relvados, não acho que sejam um impedimento ou um motivo para não ocorrer a profissionalização, pelo contrário, com esta medida teriamos homens e mulheres mais aptas a saberem utilizá-las!

Como conclusão, acho que a profissionalização desta actividade iria motivar os árbitros a empenharem-se mais e a desempenharem melhor o seu papel, pois com certeza que a recompensa salarial será maior! Mesmo assim e infelizmente, acho que as dúvidas acerca da honestidade dos árbitros e acusações iriam continuar mesmo com esta medida, porque....errar vai continuar a ser humano!

Eu sou totalmente a favor!!

É bom não esquecer que o treino é uma das melhores formas de aperfeiçoamento, e quem tem o seu tempo ocupado com outras actividades, perde esse precioso tempo para poder melhorar a sua componente física, psicológica, técnica, a capacidade de concentração, de observação, de discernimento e decisão...

Num desporto em que todos os aspectos são vistos ao pormenor, treinos, jogos, tácticas, observações, organização, etc os árbitros são os únicos (para além do Major, mas este por diferentes razões) que continuam a não poder dedicar-se a 100% ao desporto para o qual "trabalham"...