Liga: Clubes adiam discussão sobre tráfico de influências

Os clubes profissionais aprovaram medidas disciplinares contra a corrupção menos duras do que o esperado na Assembleia-Geral da Liga que só acabou na madrugada de quarta-feira. Mas o tema da corrupção vai continuar a ser discutido pelos 32 emblemas da Primeira Liga e da Liga de Honra, depois de ter sido adiada para a próxima semana a votação quanto ao tráfico de influências que não está previsto nos actuais regulamentos. A Comissão Disciplinar (CD) pretende que passe a ser uma infracção punível com a descida de divisão.



Na proposta de alteração aos actuais Regulamentos Disciplinares, a CD preconiza que o tráfico de influências seja punido com a pena de despromoção. Já para a forma tentada de influência prevê a perda de 18 pontos e derrota no jogo ou jogos influenciados. Para os dirigentes desportivos "motores" do tráfico a CD propõe suspensões de um a cinco anos.

É um assunto para discutir na próxima quarta-feira na continuidade de uma Assembleia-Geral (AG) que começou na segunda-feira passada. Os clubes só ontem, quarta-feira, de madrugada votaram as alterações previstas pela CD para punir a corrupção nas formas consumada e tentada e as medidas aprovadas acabaram por não ser tão duras como as que a CD tinha apresentado.


O Benfica, por via do seu assessor jurídico, Paulo Gonçalves, destaca que está «moderadamente satisfeito» com as mudanças que foram votadas. «Os resultados finais diferem dos iniciais, mas os fins são semelhantes», aponta este elemento, salientando que «há um fim dissuasor».

FC Porto, Vitória de Guimarães, Boavista, União de Leiria, Vizela e Santa Clara terão votado contra as alterações e Paulo Gonçalves releva que o Benfica não se «surpreendeu» com «o sentido de voto de alguns clubes, mostra resistência em avançar com o modelo legal», conclui.