A importância do meio-campo | Relvado

A importância do meio-campo

 

SameDifference diz: "desde
sempre valorizei a zona do meio-campo como sendo a decisiva na conquista de uma
vitória num jogo de futebol. Parece que uma nova forma de jogar se está a impôr.
Primeiro defender a todo custo, tentar marcar um golo, e depois, voltar a
defender a todo o custo. Conseguirá este tipo de futebol impôr-se? E se sim,
que reflexo poderá ter no espectáculo e nas assistências ao mesmo?"

I Liga:

Comentários [20]

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Manifesto ao Relvado e ao Futebol

Parece que os manifestos estão na moda por aqui.

Ora aqui está a minha contribuição.

Vista a pouca participação neste artigo que considero bastante interessante, benéfico para a discussão do futebol nos seus aspectos mais relevantes, que contribui para a aprendizagem de um desporto amado por muitos, mas do qual poucos tem a capacidade de o discutir a fundo, ou de o compreender no seu sentido.

Por vezes, digo eu, é necessário conhecer o futebol, nesses aspectos, pelo menos de uma forma geral, para o discutir a fundo.
O conhecimento nas áreas tecnicas, tacticas, físicas, psicomotoras, médicina desportiva, dirigismo, gestão de grupos, leis de jogo, tornam-se fundamentais para uma real discussão do futebol.

O que estranho sobretudo, e sabendo de antemão que é impossível dominar cada uma destas matérias, é que o adepto comum Português, sabe pouco de cada uma das matérias, não se interessa por elas, mas discute o futebol de forma quase doentia.

Isto leva-me a pensar se realmente o que as pessoas gostam, é do jogo em si, o que as levaria a querer saber mais dele, ou se falamos apenas um veiculo de transmissão de emoções, controlada por os media e pelos dirigentes, que ao estilo do intriguismo elevam a batalha e ao conceito de causa social, um desporto.

Desta forma, peço aqui desculpas aos responsáveis do site Relvado.com, que em tempos critiquei pelos critérios de edição, sobretudo à Susana Valente, pois é perfeitamente notório que afinal mesmo aqueles que amiude criticam a opção por artigos intriguistas, de pouco valor para o futebol (opinião minha), quando aparecem este género de artigos, simplesmente não os comentam, sendo de baixa participação e por isso de pouco interesse para o site.

As questões acerca do Vitor Baia, de quem disse isto e aquilo, parecem ser muito mais interessantes e participadas.

Re:Manifesto ao Relvado e ao Futebol

concordo contigo no aspecto de q a maioria das pessoas adere mais a artigos de "intrigas" em vez dos q realmente têm interesse. Sempre reclamei disso e tento abster-me o mais q posso dessas qestões, comentando mais os reforços e as suas qualidds e o jogo em si. No entanto, vejo q tu próprio acabaste por fugir à qestão e não comentaste o artigo ;)

Re:Manifesto ao Relvado e ao Futebol (oh Zedacruz)

Mas eu até tenho 2 comentários sobre este artigo...

Ora lê lá com mais atenção.. :)

Re:Manifesto ao Relvado e ao Futebol (oh Zedacruz)

tava no gozo ;)

Italia

As equipas Italianas já jogam assim desde os anos 80, não é nada de novo!!
O Porto perdeu a super taça europeia para o Milao o ano pasado quando o Milao marcou um golo e ficou o jogo todo á defesa.A final da liga dos campeoes o ano passado entre a Juventus e o Milão foi um jogo horrivel, tudo á defesa!!
No europeu de 96 a Italia chega á final a ganhar por 1-0 em todos os jogos fazendo 2 ou 3 ataques por jogo (como a Grecia este ano).

Não estou a ver que novidade é que descobriram agora?!?!?!

Eu acho o contrario, que cada vez mais se joga ao ataque e se marca mais golos, lembro-me nos anos 80 que os jogos eram uma grande seca.

Não é tanto...

...a defesa, mas mais o controlo dos vários sectores de jogo, se se tiver o controlo do meio campo do adversário fragiliza-se a sua defesa e faz-se desaparecer o seu ataque, no entanto este tipo de futebol não implica a ausência de espectáculo, que o diga o Werder Bremen.

Gloriosamente falando!

Futebol Defensivo

Esta é uma discussão muito em voga.

A surpresa causada pela Grécia ao vencer o Euro, transformou-se em preocupação pelos responsáveis da Uefa.
Curiosamente, ou não, estes responsáveis nunca revelaram essa preocupação a seguir a vitórias do futebol Italiano, ou Alemão.

Na minha opinião resume-se a isto.

Um bom treinador, que tenha uma boa capacidade de leitura e que tenha capacidade suficiente para trabalhar uma equipa, lê os seus jogadores e adapta-a à sua condição.

Será então o trabalho do treinador, observar as limitações dos seus jogadores individualmente, e em equipa, para conseguir potenciar o seu jogo, (mais uma vez) individualmente e em equipa.

A forma da equipa jogar deverá então esconder os seus defeitos, ou evitá-los, exponenciando as suas virtudes, ou actuar de forma que potencie as suas hipóteses de ganhar.

Voltando à Grécia, a pergunta que se deve fazer é:
Uma Grécia a jogar de peito aberto, seria campeã Europeia?
Certamente que não.

Otto Rehaghel, tornou felizes os simpatizantes da Grécia. Ganhou o trofeu em questão de uma forma irrepreensível, batendo sucessivamente, França, R.Checa e Portugal.

Voltando à questão, as equipas, tentam normalmente ter o controlo do jogo.
Umas fazem-no mantendo a posse da bola, outras fazem-no anulando as principais peças do adversário, outras com pressão, etc.
A Grécia, embora de uma forma pouco habitual, não dominando o jogo, nos apectos de ataque, pois não mantinha a posse de bola por muito tempo, nem efectuava muitos remates.
Contudo, tinha uma zona de pressão que impedia que os adversários armassem jogo na zona intermediária, para fazer depois uma pressão forte à entrada do último terço de terreno, limitando assim a construção de apoios para entrar pelo eixo e dos movimentos atacantes pelas alas, que permitissem remates enquadrados.

Basicamente, a Grécia, tinha o controlo do adversário, embora não tivesse o controlo da bola.
Ou e assim, quem tinha o controlo do jogo? A Grécia. Pois era ela que o manipulava de acordo com os seus interesses, ambições e limitações.

A forma directa como atacava, acaba também por ser estratégica, pois nunca era assim apanhada em contrapé, com jogadores mal situados.

Quase todos os movimentos atacantes eram mecânicos, e eram executados imediatamente a seguir a roubar a bola.

A opção por defender com pressão apenas no último terço de terreno, é precisamente para "estender" o adversário, que era ele sim, constantemente apanhado em contrapé.

A primeira defesa feita à Zona, era feita de forma a limitar a acção do adversário, encaminhando-o para as zonas de pressão, ou seu recuo.

Se este tipo de futebol retira assistências e entusiasmo ao jogo.

Naturalmente que sim. As pessoas gostam de golos.
Se as pessoas são maioritariamente adeptos dos grandes clubes, que raramente não jogam assim, esta é uma arma utilizada habitualmente pelos mais fracos e limitados.
Ora se os maiores se virem derrotados, obviamente que perdem algum entusiasmo :)

Lembro que o ainda Campeonato Português já sofreu mais desse mal, pois lembro-me de há uns anos haver uma série de equipas que defendiam quase com os 11 jogadores para ganhar empates, ou perder por poucos.

O mesmo Rehagel

que hoje tem um prestígio elevado, foi o treinador que um dia perdeu 0-5 com o Porto em casa, quando treinava o Werder Bremen, num jogo em que teve poucas cautelas defensivas.

Re:O mesmo Rehagel

Por acaso, lembro-me disso.

E lembrei-me durante o Euro que o Rehagel era o treinador do Werder Bremen, quando este perdeu 5-0 com o Porto.

Acho que nem foi bem por falta de cautela. Foi mesmo por uma noite muito inspirada do Porto...

Re:Futebol Defensivo

Basicamente de acordo.
Nop futebol, como noutros desportos, cada um adopta a táctica que se adequa aos recursos disponíveis, teno em vista obter o melhor resultado possível.
O futebol defensivo sempre existiu e sempre há-de existir e uma equipa que ganha à defesa ganha tão legitimamente como jogando ao ataque - no fundo se ganhou significa que, no balanço final, atacou melhor...
Agora penso que o sucesso da Grécia se deve a alguns factores conjunturais e não revela uma tendência particular de ressurgimento do jogo defensivo. Beneficiou de um bom arranque e de alguma incapacidade das demais equipas, a começar na França e a acabar na final (se aquela incapacidade se anuncia como crónica ou não, está para se saber...).
Aqui, a reincidência de Scolari num modelo de jogo inócuo (4-3-2-0, sendo que o zero foi Pauleta) e totalmente previsível foi um doce para o Otto Rehhagel - não era preciso a Grécia jogar tão fechada para Portugal não ser capaz de lhe marcar um golo.
Acho que a Grécia conseguiu aqui tudo po que poderia com estes jogadores - a maioria deles chegou ao Euro relativamente descansada, o que lhes permitiu tirar todo o partido da sua vasta experiência. Mas a veterania pesa e acho que dentro de 2-3 anos o núcleo duro desta selecção desapareceu e, com ele, talvez alguns mitos do presente...

Re:Futebol Defensivo

Mais do que o "0", Pauleta, penso que o mais evidente, foi a a falhada insistência de Scolari em tentar furar pelas linhas para servir o Açoriano.

Era o tipo de jogo para o qual os gregos se tinham preparado melhor.

Scolari e os jogadores que estavam dentro de campo, nunca tiveram a capacidade de contrariar esse handicap.

No meio, o balanço.

Poderiamos entrar pelo discurso fácil, que "todos os sectores são importantes", que "o que interessa é a forma como eles se ligam".
Muito embora em parte o escrito anteriormente seja verdade, há que considerar o seguinte factor.
Se podemos dividir uma equipa em 3 partes, Defesa, Meio Campo e Ataque, só podemos dividir os aspectos de jogo em 2, Defesa e Ataque.

Uma equipa ou está a defender, ou a atacar, podendo fazer ambas com e sem posse de bola.

Tendo isso em consideração, podemos determinar a importância do meio campo.
É o único sector de uma equipa que ataca e defende durante todo o jogo, ou dito de outra forma, é o único sector que se envolve directamente em ambos os aspectos do jogo de uma forma constante.

A forma como serve de pendulo a ambas as manobras, funcionando como o seu balanço, é pois fundamental numa equipa.

Meio-Campo

Há maneiras de defender e maneiras de defender.
Também muitas vezes os jogos são disputados a meio-campo, sem que as equipas defendam mas sem que haja oportunidades de golo.
Também eu considero que o meio-campo é a parte mais importante da equipa e é aí que se domina o adversário e se começam a ganhar os jogos. Às vezes, isso não basta e mesmo controlando as operações no meio-campo, pode-se perder o jogo.
Mas atenção. Há equipas que raramente fazem jogo no meio-campo mas que jogam bastante bem... Saem da defesa em mortiferos contra-ataques.
E outras que estão no meio-campo estacionadas e nada produzem durante os 90 minutos.

Não há um novo estilo de jogo. Continuam a haver as equipas que atacam para ganhar e as que defendem para não perder. Se conseguirem ganhar, melhor ainda. E defender pode ser dentro da pequena área ou no meio-campo.

Discordo

Até porque essa maneira defensiva de jogar já existe à muito tempo, tendo em Itália a sua grande divulgadora com o célebre Cattenaccio.

Esse tipo de futebol voltou agora muito a ser falado devido à Grécia que limitou-se a defender e esperar por erros dos adversários. Este tipo de futebol tanto pode dar resultado como não pode, eu muito sinceramente espero que as equipas que joguem assim nunca vençam, porque prefiro ver futebol de ataque, com golos e jogadas de belo efeito, deu-me muito mais gozo ver jogar Portugal ou a Republica Checa do que a Grécia ou Itália, dá-me mais gozo ver o futebol espanhol e inglês do que o italiano ou alemão, mas são gostos.

Cumps

Re:Discordo

Provavelmente não deves ter visto os jogos da Itália. A única parte que parecia catenaccio foi a 2º parte do jogo com a Suécia, em q a Itália já ganhava por 1-0 e começou a defender esse resultado demasiado cedo. De resto até mesmo nesse jogo a Itália fez uma 1ª parte muito boa, encostando a Suécia às cordas, sendo o 1-0 lisonjeio para a Suécia. O jogo Dinamarca-Itália foi um grande jogo, de toada ataque-ataque, pecando apenas pela falta de golos, mas aí mais mérito dos 2 guarda-redes q fizeram defesas fantásticas, foi um jogo de ataque. Quanto ao último jogo, frente à Bulgária, essa sim defendeu o jogo todo, enquanto a Itália atacou tudo o que pôde. A Itália foi eliminada com 5 pontos, enquanto houve eqipas q passaram com 4, nomeadamente a Grécia, campeão europeia. Não torci, nem nunca torço pela Itália, mas consigo admitir que desta vez não jogaram como costumavam, afinal atacaram muito, só q lá está, não forma eficázes e a eficácia conta muito!!!

Muito sucintamente...

Apesar de o futebol bonito ser muito atractivo para os adeptos, o que conta mais são os resultados. O Benfica até pode jogar bonito, que se estiver em 3º o estádio estará sempre com menos gente, do que se for em 1º a jogar mal!

Depois, constato que em Itália, onde o futebol é muito defensivo e a média de golos é semelhante ou mais baixa que a do nosso campeonato, a média de espectadores é quase 3 vezes superior (25.649 vs 8.968)...

Ou seja, o futebol de ataque é importante, mas não o mais importante!

Re:Muito sucintamente...

Não creio que a média de espectadores das ligas em questão tenha directamente a ver com a qualidade dos jogos e/ou dos intervenientes..

Mais importante é o poder de compra dos adeptos dos paises que referiste e temos o caso concreto do Benfica, que se praticasse preços mais baixos nos titulos anuais para os adeptos (e nos preços em geral), não precisaria de qualquer jogada de marketing para ter a Catedral sempre a "full power".

meio-campo...

Bem, o pessoal acabou todo por fugir do assunto e ir "cascar" na Grécia e nas tácticas defensivas. Sobre esse aspectos apenas tenho a dizer: cada um usa as armas q tem! A grécia ganhou e ganhou bem. Quanto à questão do meio campo, a meu ver, é o sector mais importante de uma eqipa, desde q os outros sectores sejam eqilibrados, pois um óptimo meio campo com uma defesa ou um sector avançado péssimos não funciona. Senão vejamos, é onde a maior parte do jogo corre, normalmente quem joga no meio campo participa constantemente na defesa e no ataque, aliás, são os primeiros defesas e os primeiros atacantes, são os q cortam o jogo da eqipa adversária e são os q fazem os passes para golo. De notar q em todas as grandes eqipas existem vários alternativas para o meio campo, todas qualitativas sendo grande razão para o sucesso das suas eqipas, a titulo de exemplo basta ver o porto, com maniche, deco, costinha, pedro mendes e alenichev, 5 homens de óptima qualidade. O exemplo oposto e uma das razões q eu vinha usando para justificar a falta de consistência do meu benfas era a falta de elementos para este sector, apenas tendo Petit e Tiago. Nesse aspecto acho q este ano melhorámos imenso, pois temos Petit, PAlmeida, Manuel Fernandes, Bruno Aguiar e até Geovanni o Trap tem usado.

assistências


E se sim, que reflexo poderá ter no espectáculo e nas assistências ao mesmo?


Pouco.

Um amigo meu de vez em quando lá dizia mal de futebol ultra defensivo. Pra frente é que é bom, o futebol da Itália não presta.

Quando soube que o Trapattoni estava no Benfica... já não se importava que jogassem sempre defender para ganhar os jogos por 1-0.

Pelo menos o dinheiro dele não vão perder :)

Isto porque básicamente a malta quer é ver o clube a ganhar.

Marcar golo e defender

Com este tipo de jogo passamos a ver só o que interessa.
A Baliza!