Ilustres analistas...

Neste dia bastante conturbado pelas incidências que têm surgido – falo do infeliz desaparecimento do Bom Gigante, do desenlace do caso Casa Pia, entre outros casos… – que têm desviado, naturalmente, as atenções de todos, quase arrisco a antever que este exercício que vos coloco seja considerado desinteressante e descabido. Mesmo assim coloco à vossa consideração.

É quase um regresso à minha infância, sobre algo que me fascinava, e que fascina, quando acontece um golo: o efeito da bola a encontrar as redes! Não são da opinião que o departamento de marketing das equipas devia ter alguém, do meio criativo ou não, responsável ou com atenção ao único equipamento passível de intervenção no rectângulo de jogo? Falo da baliza, referindo-me, naturalmente, à configuração das redes, cor, tensão, etc. Não será um aspecto algo menosprezado pela máquina de marketing, tão atenta aos equipamentos e às bolas?

Até porque vamos aos estádios para ver golos, é a essência do jogo e, portanto, dever-se-ão reunir as condições para que estes sejam os mais espectaculares possíveis. Sou da opinião, por exemplo, que a beleza de um golo resultante de um remate forte, fora da área, seja mais espectacular numa baliza com as redes tensas em que a bola saia a saltitar para fora dela, demonstrado a potência do remate.

Quando se inicia uma época, fico sempre curioso e expectante para ver como será a baliza (redes) da minha equipa. Nunca achei muito felizes as balizas do Benfica, infelizmente. Houve uma altura que um clube rival tinha umas balizas muito engraçadas – as do antigo estádio das Antas – em que as redes estavam bastante flácidas, quase penduradas na trave, em que os golos (infelizmente, muitos) eram de belo efeito. No entanto, gostava muito das redes do Benfica da velhinha Luz nos anos oitenta (por altura do Shéu, Néne…), com a banda negra bem visível na base do poste e os ferros a segurar as redes.

Quem não se lembra do efeito dos golos nas balizas francesas dos anos oitenta, em que, em quase todos os campos as redes da baliza desciam, tensas, logo junto à trave e, quase todas, apresentavam escrita na parte anterior “but”. Lembro, também, as balizas – para mim as mais lindas de sempre – do Nápoles dos tempos de Maradona e Careca; as enormes balizas do Barcelona em que os remates de Schuster, Romário e Ronaldo faziam explodir golos lindíssimos; as belas balizas do majestoso Maracanã; e tantas outras.

Enfim, acho que este é um assunto talvez pouco relevante mas, seguramente, tão discutível, como a cor da publicidade de empresas na camisola de clubes. (assunto não esquecido!)