FPF justifica chumbo ao alargamento com "momento atual" | Relvado

FPF justifica chumbo ao alargamento com "momento atual"

"É preciso manter a integridade da competição", avança Hermínio Loureiro.
 
Hermínio Loureiro
Lusa

A direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) justificou esta terça-feira o chumbo de alargamento da Liga na próxima temporada com o "momento atual" e com a necessidade de manter "a integridade da competição".

Na comunicação aos jornalistas após a reunião da direção da FPF e em que o elenco presidido por Fernando Gomes decidiu-se pelo chumbo, o vice-presidente Hermínio Loureiro disse, comentando a proposta da Liga de passar de 16 para 18 clubes, que "não podem ser feitas alterações avulsas e casuísticas".

"Foi feita a análise e a direção da FPF decidiu chumbar a proposta de alargamento, baseando a argumentação na integridade da competição e no momento que estamos a viver", referiu o dirigente.

Hermínio Loureiro acrescentou que o elenco da direção da FPF "tem poder de tomar uma decisão final" e salientou que não considerou que "era o momento certo" para o alargamento, em alusão à crise económica que o país atravessa.

Nem mesmo o proveito de mais quatro milhões de euros, número avançado na proposta com o alargamento, alterou o sentido de voto dos oito membros da direção e apenas Mário Figueiredo, vice-presidente da FPF por presidir à Liga, expressou-se favoravelmente pelo alargamento.

"Quando estão em causa questões como a integridade da competição, não há nenhum milhão que nos mova", observou Hermínio Loureiro.

No entanto, o vice-presidente da direção da FPF notou que é necessário "uma reflexão profunda" sobre o alargamento.

"Não foi fechada nenhuma porta com o chumbo, antes pelo contrário. Vamos trabalhar para encontrar soluções", sustentou Hermínio Loureiro, referindo que "a discussão foi serena" na reunião da direção da FPF.

Sobre o protocolo celebrado entre FPF e Liga, Hermínio Loureiro declarou que o acordo "está em vigor até 2013" e que apenas "foi feita uma alteração para um funcionamento diferente" da Liga de Honra, com inclusão de seis equipas B e um total de 22 clubes.

"Encaramos com naturalidade e achamos que estão reunidas todas as condições para a II Liga funcionar", disse, defendendo, a propósito do recurso do FC Porto para o Conselho de Justiça, que se deve "deixar que os órgãos funcionem com normalidade".

Hermínio Loureiro vincou que "competia à direção da FPF decidir" a proposta de alargamento da Liga na próxima temporada, com recurso a uma "liguilha" para determinar subidas e descidas de divisão entre os dois escalões profissionais, aprovada na assembleia-geral da Liga, a 03 de maio.

Esta foi a segunda rejeição da FPF a uma proposta de alargamento, depois de uma primeira, que não previa despromoções esta época, ter sido vetada.

Numa segunda assembleia-geral, foi aprovada pela Liga a proposta de alargamento, mas com recurso a “liguilha”, a ideia original preconizada por Mário Figueiredo e que defendeu desde a campanha para a presidência do organismo, que ocupa há cerca de três meses.

As deliberações das duas reuniões magnas foram impugnadas por alguns clubes, incluindo FC Porto, Sporting e Nacional.

A decisão tomada na segunda Assembleia-Geral voltou a ter oposição de alguns associados, nomeadamente dos “dragões”, que recorreram para o Conselho de Justiça da FPF.

O órgão federativo atribuiu efeito suspensivo ao recurso, como era solicitado pelo FC Porto, algo que foi duramente criticado na segunda-feira pela diretora executiva da Liga, Andreia Couto, que não reconhece competência ao CJ para apreciar a validade de decisões tomadas em AG do organismo que rege as provas profissionais.

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