Chumbita Nunes sem medo!

A Bola - 6ª feira, 6 de Janeiro de 2006

PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL PROPÕE CONTRA A CRISE
LEALDADE, FRONTALIDADE E ÉTICA

por Miguel Frasquilho - Economista, presidente do C.F. e associado nº 691

A crise do Vitória de Setúbal juntou, a um desempenho desportivo quase excepcional da equipa de futebol que disputa a primeira Liga, uma situaçãio financeira de grande aperto. E, durante mais de dois meses, quase diariamente, a comunicação social enalteceu e louvou o até há pouco tempo treinador principal (luís norton de matos), equipa técnica e jogadores; e denegriu os dirigentes, sobretudo o presidente da SAD e do clube, Rui Chumbita Nunes. Mas... será mesmo esta a verdade?
Vamos ser claros: é óbvio que uma situação financeira como aquela a q o Vitória cheou não acontece de 1 dia para o outro. Isso mesmo mostra o quadro abaixo, que revela, de forma resumida, as contas da SAD do Vitória de Setúbal desde o ano da sua criação (1997) até à época passada. Daí é possível extrair que:
- a época passada (2004/2005) foi a 1ª (e, portanto, única...) - em oito! - em que a SAD vitoriana apresentou lucros. CLaro que a excepcional campanha da equipa de futebol na Taça de Portugal foi muito importante, mas também deve ser salientada a redução de custos (mais de 800 mil euros, e mais de 900 mil euros em despesas com o pessoal) em relação à época anterior.
- em 2203/2004, os prejuízos mais que duplicaram - o que sucedeu mesmo com a redução de custos em quase 10% -, devido à descida da equipa de futebol à Liga de Honra, que fez com que os proveitos tivessem caído quase 60% relativamente à época anterior.
- os custos totais atingiram 1 valor máximo em 2002/2003, tendo, desde então, vindo a ser sucessivamente reduzidos, tendência que se manteve da época passada para a actual.
- a coluna dos resultados mostra claramente que, como os prejuízos ocorridos entre 1997 e 2001, era uma questão de tempo até ser atingida uma crise com as proporções actuais.

Mas há mais: de entre todos os clubes que disputam a 1ª Liga na actual época, o Vitória é aquele que apresenta, de longe, o orçamento mais reduzido para o futebol (menos de 2 milhões de euros). Não se trata, pois, de uma gestão ruinosa na época actual - nem na anterior, nem na que a precedeu, nem...
Ora, nenhuma família, empresa, ou qualquer outra instituição pode viver sistematicamente gastando mais do que recebe. Algum dia as dívidas têm de ser pagas - e aí outros compromissos correntes têm de ficar por satisfazer. Foi o que aconteceu ao Vitória - e note-se, deopis de uma época como a aanterior, que até foi lucrativa! Mas o que se pode fazer quando, a receita obtida na final da Taça de Portugal (brilhantemente conquistada, aliás), foi totalmante canalizada para o pagamento de atrasados que eram reclamados, não tendo um cêntimo sequer chegado a aentrar nos cofres do Vitória?!...
É preciso uma solução estrutural para o problema do clube - que não pode estar dependenete, por exemplo, da transferência do jogador A ou da antecipação de receitas de transmissões televisivas em épocas futuras (que só são garantidas depois de assegurada desportivamente a participação na temporada seguinte na 1ª Liga). A solução do problema do Vale da Rosa (e a contrução do estádio municipal) ajudaria a resolver a situação? Sem dúvida. Mas, infelizmente não se vislumbra que num futuro próximo tal venha a acontecer. Pelo que é aos associados que compete decidir, com calma e ponderação, entre alternativas credíveis que venham a ser colocadas em cima da mesa, até porque mais um acto eleitoral da vida do Vitória se aproxima.
Ah!, e já agora: não é a presença eventual de investidores estrangeiros num determinado projecto que deverá levar à sua rejeição antecipada. Aliás, nos tempos que correm, a presença de investidores de outras paragens em clubes desportivos é frequente por esse mundo fora. E, como os exemplos do Chelsea (com o russo Roman Abramovich) e do Manchester United (com a família norte americana Glazer) confirmam, nem sempre é negativa - muito pelo contrário...
Permitam-me ainda tecer algumas considerações sobre o campo estritamente desportivo. Nunca é de mais enaltecer a carreira da principal equipa de futebol do Vitória na temporada em curso. Em circunstªancias difíceis, sem dúvida. Mas, aqui, duas questões devem ser levantadas:
1. É (ou melhor, foi) única a situação do Vitória? Todos sabemos que não. São poucos os clubes que, no panorama desportivo nacional se podem orgulhar de ter todos os seus compromissos salariais em dia. Mas quantos estão na praça pública?!... Solidariedade da equipa técnica para com os jogadores enm horas difíceis? Sem dúvida - sempre! Mas porquê a exposição pública? Quem beneficiou com isso? Não me parece que tenha sido o Vitória...
2. Na temporada passada, a situação chegou a ser bem mais grava (4 meses de salários em atraso, contra 2 meses e meio este ano) e não me lembro que tenha ocorrido sequer um décimo do alarido público deste ano. Ora, o que mudou do ano passado para este ano? Foi a equipa dirigente? Não...
Aliás, a permanente exposição pública da situação financeira grave que o Vitória (ainda) vive, só agravou o problema. E não deixa de ser sintomáticoque, duranet mais de dois meses a fio, as notícias que iam saindo fossem todas no sentido de culpabilizar os dirigentes e, sobretudo, o presidente. Terá este gerido a exposição pública da melhor forma? Talvez não. Mas talves porque não fosse esse o seu objectivo principal. Terá feito muitas promessas junto do balneário? É possível. Podia ter desmentido com mais veemência que tivesse os seus ordenados em dia, quando os jogadores não o tinham (e ele também não)? Devia tê-lo feito. Mas nem isso, nem nada, justifica a forma como o assunto foi tratado, quase se diria por encomenda...
E a forma como a mudança do treinador principal ocorreu? Elucidativa... Demissão, como se quis fazer crer? Não! Rescisão - e querendo o pagamento integral até ao final do contrato! E, já agora, porque foram para o Standar de Liége, e não para qualquer outro clube, os jogadores estrangeiros que entretanto rescindiram os contratos?...
E será que o fizeram de livre vontade?... Responda quem souber...
Vamos ser realistas: é difícil que o Vitória, com o plantel muito "barato" que possui, possa continuar a ter resultados desportivos como os que registou recentemente. Até porque, como foi amplamente reconhecido, empates como o do Dragão (0-0) ou vitórias como a de Braga (1-0) acontecem muito esporadicamente, sobretudo pela forma como foram alcançados, com fraquíssima qualidade futebolística (veja-se as crónicas desses jogos...). Claro, no limite, os pontos é que contam - mas não é assim que os espectadores vão aos estádios, pelo que o serviço prestado ao futebol deixa muito a desejar.
E no plano ético tenho para mim que, mesmo correndo o risco de fazer uma campanha menos positiva, os resultados obtidos não podem justificar a utilização de todo e qualquer tipo de meio.
Logo, com a alteração no comando técnico da equipa de futebol, o Vitória só pode ter ficado a ganhar.
Neste início de ano, os meus mais sinceros desejos são que a saúde financeira e os bons resultados desportivos possam andar de braço dado no Vitória. Mas sempre com lealdade, frontalidade e ética. E com os problemas internos a serem resolvidos no interior do clube. Afinal, o que nos faltou nos últimos meses...
Um bom ano de 2006 a todos os leitores de A Bola e, especialmente, a todos os vitorianos."

Começo a formular uma teoria em relação a este noko. Quer-me parecer que o "noko" na realidade não existe; alguém, no estilo de Fernando Pessoa, quis criar um heterónimo com determinada personalidade, talvez com o objectivo de aborrecer os adeptos do porto ou de futebol em geral.

No entanto, génios como Fernando Pessoa há poucos, e a pessoa por detrás de "noko" acabou evidentemente por exagerar em alguns dos comportamentos evidenciados por esta personagem - o que se passa é que determinados conceitos defendidos por "noko" são tão bizarros que acaba por se perder algum realismo.

Mas de qualquer forma este "noko" até nem tem tantos defeitos de concepção de personalidade quanto isso, por isso os meus parabéns para o seu inventor. Deixo só uma dica: não exagerar tanto no anti-portismo. Lembre-se que um verdadeiro heterónimo tem que ter personalidade e comportamentos minimamente adequados e coerentes.

Não deixa no entanto de ser uma personagem peculiar, por isso renovo os meus parabéns ao seu criador!

Cumprimentos.

É uma enormidade de uma expressão carregadinha de clubite.
Depois disso, está a discussão encerrada.

...dinheiro,é decerteza o Dembelé,que já se pirou para a Belgica e ainda está á espera não de um pagamento mas alguma remuneração,pelo tempo despendido em Setubal.

Lembranças
1984

Nacional 2 vitoria setubal 2

e Belenenses 0 Gil Vicente 2

foram os jogos de hoje

Amanhã ha mais

dino zoffe com 40 anos foi campeao do mundo com a italia em espanha em 82 se nao m engano