Boavista: Falso investidor acusado de falsificação e burla

O Tribunal Judicial de Viana do Castelo condenou a dois anos de prisão, com pena suspensa por igual período, Sérgio Silva, o falso investidor que, em Abril deste ano, prometeu injectar 38,5 milhões de euros no Boavista. O arguido foi condenado por dois crimes de falsificação de documentos e por um crime de burla. Durante o julgamento, e apresentadas todas as provas que, segundo o juiz, eram «fortíssimas», Sérgio Silva insistia em negar as acusações, o que «acabou por agravar» a pena que foi aplicada.



O processo em causa relacionava-se com negócios de automóveis, sendo que, de acordo com a agência Lusa, na acusação de falsificação de documentos, o juiz deu como provado que o arguido aplicou, pelo seu próprio punho, a assinatura de outras pessoas num cheque e num contrato bancário.

Por ter enganado um indivíduo com quem fez um negócio de um automóvel, Sérgio Silva foi acusado por um crime de burla. De acordo com as provas apresentadas no Tribunal Judicial de Viana do Castelo, o falso investidor terá levado o referido indivíduo a assinar um contrato mútuo com fiança com uma entidade bancária, quando ele pensava que estava apenas a assinar uma simulação de crédito.



De salientar que durante o julgamento, o arguido negou sempre a prática dos factos de que estava acusado, o que, de acordo com a sentença, «acabou por agravar» a pena que foi aplicada. No final, o juiz acusou Sérgio Silva de proferir «mentiras quase em compulsividade» e de «agir em total alheamento da realidade e do mundo», aconselhando-o a aproveitar estes dois anos de pena suspensa para «parar para pensar».

Recorde-se que Sérgio Silva já tinha sido condenado pelo mesmo tribunal, em 2004, pelo crime de emissão de cheque sem provisão, tendo sido a apresentação como "salvador" do Boavista a levantar dúvidas quanto ao seu trajecto empresarial. Após prometer um investimento de 38,5 milhões de euros nos axadrezados e de se deslocar ao Estádio do Bessa com eventuais cheques para resolver algumas das dívidas do clube, Sérgio Silva foi detido e conduzido às instalações da PJ para prestar declarações.

O Tribunal de Instrução Criminal do Porto aplicou termo de identidade e residência, indiciando-o dos crimes de burla e falsificação de documentos.



Imagens: Lusa