FC Porto-Benfica: Da guerra fria ao combate no terreno

Acabou Janeiro, um mês marcado pela primeira derrota do FC Porto e respectiva eliminação na Taça da Liga; pelo aumento da vantagem portista na Liga para 11 pontos – com mais um jogo - ; e pelo inédito pleno do Benfica: oito jogos, oito vitórias.

Muda o mês, as batalhas são outras. A entrada em Fevereiro dá-nos um verdadeiro duelo de titãs no Estádio do Dragão, no regresso da Taça de Portugal. O terceiro Clássico da época, para a terceira competição distinta, é o grande destaque das meias-finais da segunda prova nacional.

O FC Porto tem a oportunidade de bater, também ele, o seu recorde: nunca o clube venceu por três vezes consecutivas uma competição que, apesar de secundária, sempre foi “acarinhada”.

As dores de cabeça de Villas-Boas…

Do lado do FC Porto, ainda não se sabe exactamente quem vai à guerra. Na fortificação portista, os dois soldados defensores do flanco esquerdo, Emídio Rafael e Álvaro Pereira, estão fora da batalha. Sem soluções de raiz, André Villas-Boas vai ter que adaptar Fucile.

Na linha da frente, o técnico portista confia na disponibilidade do batedor Falcao, mas subsistem dúvidas quanto à sua condição física depois de lesão. Se ficar de fora, Hulk pode ter nova oportunidade para ser herói e James pode estrear-se em batalhas entre dragões e águias.

De resto, e depois de poupar dez titulares para o embate da Bwin Cup frente ao Gil Vicente – um jogo que correu mal ao batalhão azul-e-branco -, Villas-Boas vai fazer regressar a artilharia pesada, onde se contam nomes como João Moutinho, Belluschi ou Varela, e a escuderia habitual, composta por Sapunaru, Rolando e Fernando.

… e a saúde de Jesus

O timoneiro do exército encarnado, Jorge Jesus, garante chegar “em alta” ao Dragão, onde foi vergado a uma copiosa derrota, por 5-0, aquando da última visita. Os tempos são outros. O Benfica vem agora da melhor série da época, com 13 vitórias consecutivas, e qualificou-se para as meias-finais da Taça da Liga com uma goleada sobre o Desportivo das Aves.

Mas também as águias vão surgir para a batalha com um figurino diferente. O adversário é outro e, portanto, as armas também serão distintas. Jesus poupara nove jogadores, mantendo Aimar e Javi Garcia. Para além dos dois médios, regressam Maxi, Luisão e Coentrão, no combate à armada ofensiva de Villas-Boas.

Ao ataque estará, de novo, o quarteto constituído por Gaitán, Salvio, Cardozo e Saviola.

Espectáculo, sim… mas não por 5-0

Uma mão-cheia. Foi este o número de tiros mortais que o FC Porto deu aquando da última visita do eterno rival ao seu reduto. Em dia de nova “invasão”, André Villas-Boas diz que anseia por “um grande espectáculo”, mas que “não acredita” que os “dragões” consigam desferir novamente tantos golpes certeiros ao rival, numa época profícua para o FC Porto no que a clássicos diz respeito: 2-0 à primeira e uma Supertaça no bolso, os tais 5-0 à segunda e liderança reforçada.

Jesus, esse, diz que vai “para ganhar” e garantiu uma equipa “preparada”.

Depois da guerra… tréguas?

Depois de semanas a trocar farpas e indirectas entre si, o “miúdo” André Villas-Boas garantiu que não terá “nenhum problema em cumprimentar” o “graúdo” Jorge Jesus, no final do jogo.

O cenário de tréguas fica no horizonte, mas até ao último apito do árbitro Paulo Baptista, uma coisa é certa: antes da paz, vai haver “guerra” no relvado do Dragão.