Benfica 2-2 FC Porto: início à inglesa, final à portuguesa

Benfica e FC Porto proporcionaram este domingo aos espectadores um bom jogo de futebol e demonstraram mais uma vez que estão num campeonato à parte. O empate 2-2 no Estádio da Luz ajusta-se perfeitamente ao que aconteceu nos 90 minutos e manteve tudo na mesma no topo da classificação. Se os dragões vencerem o jogo que têm em atraso, as duas equipas prosseguem o interessante mano a mano que dura desde o início da prova – este nó está difícil de desatar.

Início à inglesa - O início do jogo foi à inglesa. Com quatro golos aos 17 minutos, mais parecia estar a disputar-se em Old Trafford ou no Emirate Stadium do que no Estádio da Luz.

O FC Porto esteve por duas vezes em vantagem. Primeiro por Mangala, aos 8 minutos, a desviar da melhor maneira um livre apontado por João Moutinho; depois por Jackson Martínez, aos 15, a aproveitar uma fífia escandalosa de Artur Morais.

O Benfica não demorou a empatar nas duas ocasiões. Matic foi o melhor em campo e marcou o golo da noite, aos 10 minutos, com um remate de primeira à entrada da área; Nico Gaitán fez o 2-2 com um pontapé de raiva aos 17 minutos.

Ritmo tinha de baixar - Jogo mais aberto era impossível. Com os dados lançados desta forma, esperava-se que o ritmo continuasse a ser de loucos. Mas não foi. O que faltava do desafio devolveu-nos à realidade: o futebol inglês é outra coisa.

Ainda assim, foi um jogo interessante. Com muita luta a meio-campo, como era esperado. Matic e Fernando, cada um do seu lado, impuseram a sua lei, mas com o sérvio desta vez a ganhar aos pontos ao brasileiro. Mais à frente, João Moutinho e Lucho estiveram melhor que Enzo Pérez. Nas alas, os extremos do Benfica deram que fazer aos laterais do FC Porto, mas Danilo e, em especial, Alex Sandro, chegaram para as encomendas que lhes foram aparecendo após o 2-2. Mais à frente, a vantagem era azul e branca: Jackson e Varela estiveram bem melhor do que Cardozo e Lima.

Segunda parte de luta - A luta intensificou-se na segunda parte, com as faltas a sucederem-se e o ritmo a baixar. Aqui e ali, notou-se algum cansaço acumulado nas duas equipas. Jorge Jesus, a perder o controlo do jogo e com mais soluções no banco, refrescou primeiro o onze. Com Carlos Martins e Aimar em campo, o Benfica tornou-se mais pressionante e terminou os 90 minutos por cima. Vítor Pereira foi 'obrigado' a lançar Izmaylov, naturalmente sem ritmo e sem conhecimento adequado dos colegas.

Foi dos encarnados a melhor ocasião para desfazer a igualdade, mas Cardozo, isoladíssimo aos 77 minutos por Gaitán, permitiu uma defesa difícil a Helton.

Algumas queixas justificadas - Vítor Pereira terminou o jogo a queixar-se da arbitragem de João Ferreira. Tem alguma razão, quando se refere a foras de jogo mal tirados. Especialmente um, aos 35 minutos, assinalado a Varela, inviabilizou um ataque que iria certamente causar perigo. Tem menos razão quando diz que o Benfica devia ter acabado com nove. O jogo foi duro de parte a parte e não foi violento. Maxi Pereira e Matic poderiam ter sido expulsos, mas, lá está, nunca no campeonato inglês.

Estão de parabéns as duas equipas e o campeonato português, que está emotivo como há muito não se via.

Acompanhe os artigos do Relvado no Facebook e no Twitter.