Wishfull thinking... fim de ciclo? | Relvado

Wishfull thinking... fim de ciclo?

Os arautos do fim de ciclo gastaram as balas todas este ano e podem precisar delas nos próximos.
 
Benfica festeja título nacional 2013/14: foto 01
Isabel Cutileiro / SL Benfica

Para os portistas esta será sempre uma época para recordar, obviamente pelas piores razões, mas também para anotar erros e perceber uma máxima que sempre funciona no futebol: quem não mata... morre. Isto a propósito do pressuposto de inicio de época que muita gente já esqueceu.

O Benfica, e principalmente o seu Presidente, arriscavam tudo nesta época. Depois do terrível fim de época passado, e inêxitos recentes, o Benfica deu o "salto no abismo" ao apostar de forma ousada (com um passivo de mais de 500 milhões) e uma massa adepta intolerante perante mais um passo em falso. Vieira apostou tudo na roleta e saiu-lhe o vermelho, mas é bom que nos lembremos como o futebol vive de momentos. Alguém se lembra do jogo Benfica-Gil Vicente, a minutos do fim, Benfica a perder, e sob apito final a salvação da época e de J.J... Eu tenho a ideia de que se a coisa corresse mal seria a bancarrota para os lados da segunda circular, a não ser que Angola anexasse de vez o Estádio da Luz, e nascesse mais petróleo debaixo do escritório de Vieira.

O Benfica apostou à grande: mais de 35 milhões em contratações, uma fartura nunca antes vista em época de crise... mas a verdade é que deu certo, mesmo que a meio da época se percebesse que o dinheiro não era elástico, quando se dá um negócio inédito e único na história do futebol mundial... O Benfica vende dois jogadores por uma fortuna (um tal de André Gomes, que nem titular era, por 15 milhões!!!!!, e Rodrigo) e são vendidos, veja-se lá, sem sequer saírem até final do ano. Negócio da Arábias, e à Vieira. O tempo nos mostrará se foi mesmo assim (alguém ainda acredita?).

Mas quanto ao meu Porto, havia de fatos indícios de vícios, erros nos últimos anos na SAD Portista. Alguém devia responsabilizar-se pelos erros de casting (Carlos Eduardo, Licá, o moço do Guimarães que voltou a ser emprestado sem sequer ser titular no pior Guimarães dos dois últimos anos).

Quando vi Licá titular e Iturbe ser emprestado, vi logo que muita coisa estava mal; depois, quando percebo que alguém havia posto uma cláusula de opção de compra para o Verona, vi que as politiquices estavam a minar o meu Porto.

Mas para os arautos do fim de ciclo: não tenham mais ejaculações precoces, que andaram a gastar as balas todas este ano e podem precisar delas nos próximos. Podem passar de ejaculação precoce a disfunção eréctil.

Benfica:

Comentários [11]

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Alex, olha que acho que tu também estás a incorrer num wishfull

thinking... vamos ver, mas olha que não está fácil...

por falar em wishfull... thinkings

a pintura dos trinta cabelos, o botox e a maquilhagem do belhinho putanheiro de quase 80 anos na apresentação do "vamos a la playa" estava um mimo (freak thing)... será que o que pintura capilar à dita penugem, o botox e a maquilhagem providenciam-lhe mais um ano de bida?!

ohohohohoh

nunca pensei que desabafos de

nunca pensei que desabafos de desespero dessem artigos de opiniao, mas o relvado surpreende nos.

a verborreia e tanta que se torna dificil de comentar. o autor condena o benfica por ganhar todos os titulos como se isso fosse prejudicial... ha com cada coisa mas esta eu nunca tinha ouvido.

depois destaca as contas do benfica, que segundo o mesmo gastou 35 milhoes (eu nao sei onde foi buscar tais numeros) e omite as vendas do clube, onde so a cabeça saltam 70 milhoes so com 3 jogadores (rodrigo, andre gomes, e matic) Mais deixa no ar a ideia que o benfica aumenta os valores de venda em relacao ao que realmente vende, nao tem cabimento ou na cabeca do autor o benfica gosta de pagar impostos mais algors declarando vendas mais altas. Se fosse o contrario ainda se podia discutir mesmo sem qq prova que consolidem as desconfianças deste jovem perturbado com o triplete. Ja quanto a valorizacoes de jogadores, é patetico associar valorizacoes de jogadores a questoes temporais, Nesse sentido ha varios exemplos, o cissoko custou 100 mil euros e 6 meses depois valia 15 milhoes, ha varios casos a citar, mas ele esta perturbado.

o triplete ate lhe tirou o discernimento para ver que enquanto o benfica fatura 20 milhoes na uefa o clube dele pede emprestimos de 15 milhoes para pagar contas... Mas ele esta é preocupado com a casa alheia...
vivo bem com isso ou nao fosse o benfica o maior de portugal.

demolidora argumentação

Demolidor, falei do negócio rodrigo e André Gomes, porque o ultimo exemplo do benfica de negócios originais, sabe-se agora ao fim de uns anos como foi ( negócio do guarda redes espanhol q havia sido vendido, e descobriu se agora q afinal o benfica tinha ficado com ele por falta de pagamento do valadolid, voltando a vende-lo a um fundo) o q ficou designado como negócio dos milhões da treta. Quanto à observação de q o benfica não teria interesse em vender e declarar valores altos sem os receber por causa dos impostos, caro demolidor deves saber q há muitas formas de matar um coelho, e q só um crente acredita q há bons samaritanos como este tailandês q vos comprou um rodrigo q nem titular foi durante meia época (reconhecendo no entanto ser otimo jogador) mas daí a valer em meia época 35 milhões. ?. E quanto ao André gomes nem se fala, basta ter visto a final da liga europa pra percebermos q o miudo está muito verde... quando se fala em 15 a 20 milhões pelo fernando pro City este valer idêntico só pode ser piada, e no fim de tudo isto adiantam-vos o dinheiro e ainda vos deixam ficar com os jogadores? Acreditas no pai natal?o porto tem os seus problemas, mas pelo menos não faz negócios com milhões da treta.... como witsel ter rendido 40 milhões segundo ruis da silvas, demolidor vai ver ao relatorio de contas no fim de comissões, e alienações de passe quanto rendeu o belga.... 27 segundo rezam cronicas....só milhões da treta, e já agora, é mentira q o passivo do benfas seja de mais de 500 milhões? Pq achas q depois destes titulos estão a vender todos os craques?

Pois

O q me lixa é voltar aqui e só há artigos dos azuis e dos vermelhos...

Era comum associar-se

à escravatura dois tipos de actividade, de acordo com a afirmação no meio rural ou urbano. Assim, no primeiro caso, estaríamos perante uma escravatura agrícola, enquanto no segundo seria doméstica. Esta visão reducionista não colhe hoje adeptos, pois as investigações realizadas, nas mais diversas localidades onde ela se implantou, revelam que a intervenção económica do escravo era muito mais ampla e complexa. Todos dão conta da mobilidade do escravo nas diversas actividades.É opinião corrente que a simbiose perfeita entre a escravatura e a agricultura, com especial relevo para o cultivo da cana-de-açúcar, só começou a esboçar-se no século XV com a experiência madeirense, pois, até então, a utilização do escravo em tais tarefas, que surge já na Mesoptâmia Zanzibar, Sudão e Sicília, não era plena e capaz de justificar o sistema. Aliás, no entender de W. D. Philips Jr, a ligação escravo/açúcar só tem lugar no Atlântico com o caso madeirense, sendo as situações do mundo cristão e islâmico esporádicas.Aqui é necessário referenciar que a situação particular da Madeira merece alguns reparos. Em primeiro lugar a presença do escravo na safra açucareira não é tão dominante como à primeira vista possa parecer. É certo que ele está ligado a este processo, mas não actuou isolado e, tão pouco, a sua situação foi maioritária. Ao seu lado estava um grupo numeroso de livres como assalariados ou arrendatários. As condições definidas pela orografia da ilha e o sistema de propriedade sobre ela implantado conduziram a esta peculiar realidade.O escravo em muitas sociedades, para além da função económica, também se afirmou pelo valor sumptuário, sendo em várias delas uma forma de distinção social. Na Madeira, a exemplo das diversas áreas europeias, isto é evidente, como se poderá verificar na obra de Gaspar Frutuoso. Diz ele a respeito de Machico: "havia muitas mulatas e muito bem tratadas e de ricas vozes, que é sinal de antiga nobreza de seus moradores, porque em todas as casas grandes e ricas há esta multiplicação dos que as servem". No entanto na Lombada do Arco da Calheta vivia Dona Isabel de Abreu, viúva de João Rodrigues de Noronha, filho do capitão do Funchal, com duas fazendas "muito grossas", tendo ao serviço uma moura como "privada sua".A partir da crise da cultura da cana-de-açúcar o excesso de mão-de-obra escrava disponível terá provocado uma mudança de sector de actividade e um aumento das alforrias. O escravo transfere-se do campo para a cidade vindo alimentar o numeroso grupo de serviçais das casas senhoriais e as oficinas. Mas é necessário ter em consideração que ao lado dos escravos para o serviço da casa havia os livres, referenciados como criados. O serviço doméstico era por norma uma atribuição dos escravos do sexo feminino, pois os do masculino ocupavam-se nas tarefas agrícolas, artesanais ou, então, eram homens de soldada ao serviço de outrém. A par disso à mulher estavam ainda reservadas outras tarefas, surgindo vendedeiras de fruta e lavadeiras.O exercício da actividade de venda de produtos agrícolas no mercado local pelos escravos estava sujeito a inúmeras regulamentações, limitativas do exercício doloso. Eles eram dados ao furto do seu senhor e dos compradores, amealhando, por vezes, quantias para conseguir a alforria.Os escravos do sexo masculino exerciam diversas tarefas nos mais variados sectores de actividade. Eles tanto poderiam ser artesãos como agricultores, almocreves e homens de soldada.É constante a sua presença nos livros de receita e despesa de obras, como a da alfândega do Funchal. Os senhores usavam-nos também para os substituirem no serviço de construção das fortificações, a que todo o cidadão deveria participar com um dia de trabalho.Estas actividades pouco pesaram na necessidade inicial da mão-de-obra escrava, uma vez que o seu aparecimento na ilha se liga de modo directo com a pastorícia e agricultura. A safra açucareira, por um lado, a vivência pastoril dos canarios, por outro, fizeram com que eles, os primeiros escravos na ilha, se evidenciassem como pastores, agricultores e técnicos e nos serviços de engenho. A documentação, como vimos, é prenhe em referências a esta múltipla intervenção dos escravos na economia madeirense. Dos demais, para além daqueles que referenciamos em separado, na safra do açúcar, apenas surgem cinco com ofício, sendo dois almocreves, um alfaiate, um surrador e uma vendedeira.A par disso a actividade declarada para os libertos poderá elucidar-nos sobre a que exerciam quando escravos, caso a alteração de estatuto social não conduzisse a qualquer mudança. Aqui, para além do grupo comprometido com a safra do açúcar, surge uma multidão sem actividade determinada, vivendo na maioria na condição de domésticos, assumindo especial importância, no último domínio, os do sexo feminino. Os libertos com um ofício surgem com maior frequência no Funchal, sendo quase nulos nas freguesias rurais.Para o sexo masculino, o relacionamento através do casamento com os diversos homens habilitados com um ofício, poderá ser um indício caracterizador da situação sócio-profissional. Neste caso o relacionamento preferencial é com os trabalhadores, aliás já testemunhado e regulamentado pelas posturas: do total de setenta e sete enlaces matrimoniais, trinta e dois foram com trabalhadores, nove com homens do mar, sete com almocreves, quatro com cantoneiros e sapateiros e três com lavradores.Outro dado que poderá, ainda, apontar-se no sentido de uma possível identificação sócio-profissional do escravo é o ofício do proprietário, pois segundo A. Franco Silva, por ele se conhece o do escravo. Aqui é, mais uma vez, evidente o carácter sumptuário do escravo, pois os donos situam-se maioritáriamente no sector de serviços (82%). O escravo estaria ligado aos serviços não produtivos da casa dos membros do clero (24%), dos oficiais das companhias de ordenanças (19%) e dos funcionários das instituições régias e locais (16%). O grupo de agricultores (3%) é reduzido.É necessário ter em atenção que os dados usados surgem, preferencialmente, a partir de meados do século XVI, momento em que o açúcar deixa de ter importância na agricultura e comércio madeirenses.Esta conjuntura sócio-económica da ilha deverá ter pesado nisso. A partir de então o escravo alheia-se do sector produtivo, passando a reforçar o grupo de serviçais das principais famílias, tal como o testemunham alguns estrangeiros que nos visitaram.A historiografia europeia e americana insistem no facto de que a estrutura fundiária madeirense, nos séculos XV e XVI, era resultado disso. Todavia isto parece partir de um pressuposto falso: a cultura açucareira não admitia no seu seio mais que mão-de-obra escrava. Com isso pretendia-se estabelecer uma visão reducionista da sociedade e força de trabalho na ilha. A ideia fascinou alguns historiógrafos madeirenses. Foi, de acordo com isso, que se fez coincidir a mancha da escravatura com a das áreas de maior colheita de açúcar, mesmo sem dados que o testemunhassem. Estávamos perante uma associação insofismável, que nem os dados documentais poderiam refutar. Com isto ignorou-se a realidade histórica mas também as especificidades próprias do arquipélago.A Madeira, mercê da configuração geográfica, foi definida por uma paisagem agrária específica, diferente dos grandes espaços continentais. O excessivo parcelamento das áreas agrícolas (poios), única forma de aproveitamento do solo arável disponível, e a sua ampla disseminação na vertente sul e norte, condicionaram o sistema de arroteamento e de posse de terras. As grandes e iniciais concessões de terreno foram-se dividindo de acordo com o progresso da população e as experiências agrícolas. A primeira exploração extensiva deu lugar ao aproveitamento intensivo do solo, baseada nos inúmeros poios construídos pelos proprietários, arrendatários ou meeiros. Deste modo é difícil, senão impossível, falarmos da grande propriedade de canaviais, se nos situamos ao mesmo nível do mundo americano. Só quem não conhece a ilha é capaz de o afirmar em contrário.No caso americano uma plantação de canaviais encontra-se indissocialmente ligada a um complexo industrial - o engenho - para a sua transformação, o que não sucede na Madeira. Aqui são muitos os proprietários de canaviais mas poucos os de engenho. Esta diferente estrutura da faina açucareira condicionou outra forma de posicionamento do escravo.Ainda na exploração agrícola madeirense torna-se necessário distinguir dois grupos de proprietários: aqueles que haviam entregue as terras a foreiros ou arrendatários e os proprietários plenos. Esta forma de dupla posse da terra marcou de modo evidente a actividade agrícola e favoreceu o aparecimento e afirmação do contrato de colonia, a partir de finais do século XVI. Por outro lado a extensão reduzida dos canaviais não obrigava à existência de um engenho para a transformação da cana, tão pouco um grupo numeroso de escravos.No início os engenhos de moer cana foram um dos privilégios dos capitães do donatário e só muito mais tarde começaram a surgir engenhos de particulares. Deste modo a posição dos escravos na estrutura agrária madeirense deverá ser equacionada de acordo com esta estrutura e processo evolutivo do sistema de propriedade na ilha. Se é certo que na exploração directa ou no arrendamento se estabelece uma posição clara para o escravo, o mesmo não se poderá dizer com o contrato de colonia.Tal como o dissemos, mas nunca é por demais repeti-lo,as condições orográficas da ilha condicionaram uma diversa afirmação do sistema de propriedade na cultura açucareira. Aqui diferenciam-se os canaviais do número de proprietários e dos engenhos. A posse desta onerosa estrutura só tem lugar com os mais importantes proprietários da ilha, na maioria vivendo de foros e de arrendamentos. Confrontados os dados da produção e proprietários de canaviais, no período de 1509 a 1537, com os dos escravos nesta centúria constata-se uma assimetria entre as principais áreas produtoras de açúcar ("Partes do Fundo"= Ribeira Brava, Ponta de Sol e Calheta) e o número de escravos. O Funchal, que se apresentava com apenas 32% dos proprietários de canaviais e 26% da produção de açúcar, é a área de maior expressão de escravos e de proprietários. Numa análise das diversas comarcas da capitania do Funchal (Funchal, Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta) e da de Machico, esta assimetria torna-se mais evidente. A única concordância possível é na comparação entre ambas as capitanias: no Funchal, principal área produtora de açúcar, com mais de 2/3 dele tem também o maior número de escravos e de famílias que usufruiram do seu trabalho.Para o século XV as referências aos escravos são apenas no Funchal e Ponta do Sol, quando a maior produção de açúcar, de acordo com o estimo de 1494 se situava na área definida pelas "Partes do Fundo", em que se enquadrava a última localidade. Ainda, nesta centúria é possivel estabelecer um paralelo entre as quatro comarcas do Funchal. A área da cidade e arredores continua a afirmar-se como a principal detentora de escravos (81%). Era aqui que se encontrava o maior número de engenhos, que laboravam 26% do açúcar produzido na ilha, o que poderá ser indício de uma forte vinculação ao escravo. A comarca da Calheta era a principal área produtora (28%) de açúcar, apresentando no seu perímetro um número razoável de engenhos(22%). Ao invés, era reduzido o número de proprietários de canaviais (10%) e escravos (7%).Quando estabelecemos uma comparação entre o número de proprietários de escravos e o de canaviais verificamos que em todas as áreas o primeiro grupo é superior ao segundo. Este facto poderá ser considerado um indicativo seguro de que nem todos os proprietários de escravos se dedicavam à safra açucareira, nem todos os escravos existiam para isso. A diferença entre os dois grupos é mais acentuada no Funchal, onde o número de proprietários de escravos é três vezes superior ao de canaviais. Nas "Partes do Fundo" ela não ultrapassa o dobro, no século XVI, e nas comarcas da Calheta, Ponta do Sol e capitania de Machico apresentava valor inferior. Por fim, refira-se que na Madeira é evidente uma forte incidência da escravatura no meio urbano, relacionada com os serviços e ofícios, o que condiciona o baixo nível de arrobas de açúcar por escravo. Por tudo isto não será despropósito afirmar que a situação evidenciada pela escravatura madeirense, neste momento, não resultou apenas da cultura da cana de açúcar, que influenciou a estrutura económica da ilha nos séculos XV e XVI.Os dados disponibilizados pela investigação levam-nos a concluir o seguinte: num total 502 produtores de açúcar apenas 78 (15,5%) são possuidores de escravos. A comparação do número de escravos, que este possuem, com o número de arrobas de açúcar dos canaviais apresenta, igualmente, valores dispares, pelo que estaremos perante uma prova evidente da intervenção do trabalho livre: a média oscila entre 10 e 1329,5 arrobas por escravo. A par disso, se enquadrarmos os escravos na fundiária dos proprietários, concluiremos pela fraca vinculação à cultura do açúcar: em 104 detentores em simultâneo de escravos e bens fundiários, apenas 9 (9%) são possuidores de canaviais. Os restantes, na sua maioria, possuem searas e vinhedos. Depois nos signatários de canaviais merece apenas referência Bartolomeu Machado, no Funchal, com 10 escravos.Ao nível do valor do capital investido pelos proprietários madeirenses na mão-de-obra escrava também se verifica uma disparidade em relação ao que sucede no continente americano. Na Madeira o valor oscilava entre os 2 e os 5%, enquanto, do outro lado do Atlântico a percentagem poderia atingir os 28%.A par da ligação do escravo à fase de cultivo e amanho dos canaviais também se pode atestar a presença dele nas diversas tarefas ligadas à laboração do engenho. O regimento dos alealdadores de 1501 refere o serviço especializado, aí diz-se que os mestres e lealdadores que fizessem açúcar quebrado sujeitavam-se a severas penas e, numa alusão clara à presença deles, ordena-se que, caso eles fossem cativos, a coima correria pelo proprietário.O serviço dos escravos poderia assumir duas situações distintas: ajudante dos oficiais da safra, ou os mesmos operários especializados. Em 1482, numa demanda sobre a qualidade do açúcar "temperado", depôem perante a vereação do Funchal os mestres de açúcar, Vaz e André Afonso: o primeiro referia que, por ter estado ausente nas Canárias, um homem, seu cativo, havia temperado o açúcar, enquanto o segundo, também fora da ilha, havia entregue o mesmo trabalho a um moço que o servia de soldada.A conclusão possível é que na Madeira, a exemplo do que sucedeu nas Canárias, a mão-de-obra utilizada nos engenhos era mista, sendo composta por escravos, libertos e livres, os quais executavam tarefas diferenciadas, sendo os serviços pagos em dinheiro ou açúcar. Neste grupo de escravos incluiam-se os que pertenciam ao proprietário do engenho mas também outros que aí serviam como gente de soldada. Também no Brasil estávamos perante uma mão-de-obra mista, mas acontece que os escravos dominavam estes serviços. Eles tanto podiam ser pertença do proprietário do engenho de canaviais, ou de outrém, que os alugava.

Tens razão

Mas no "cálcio" há algumas diferenças , senão vejamos :
Tal como aconteceu na Grécia, também a economia em Roma se baseou no trabalho de escravos, uma vez que os cidadãos tinham de se dedicar totalmente aos afazeres políticos e sociais.
Nos primórdios da República (séculos V a. C.) eram ainda poucos os escravos, tendo o seu número aumentado a partir dos séculos III e II a. C. com as capturas efetuadas por meio de pirataria marítima e pelas conquistas territoriais do Império Romano. Era sobretudo em Delos e em Cápua que se comerciavam estes escravos, provindos inicialmente da Ásia e da África sob domínio de Roma, e o negócio era de tal forma lucrativo que as vendas ascendiam por vezes a algumas dezenas de milhar diárias.
Os donos possuíam sobre estes servos todos os direitos, inclusivamente os de vida e morte. Não lhes era permitido ter nome, participar na vida política, possuir coisas de sua propriedade ou casar-se. Eventualmente, se o senhor fosse bondoso ou se agradasse de algum dos seus escravos poderia dar-lhe alforria.
As condicionantes que levavam à escravatura eram algo semelhantes às da Grécia, contando-se a exposição de crianças (que pertenceriam a quem as recolhesse), a venda do filho pelo pai, a venda da própria pessoa, a venda para pagar dívidas, o aprisionamento durante a guerra, a venda de peregrinos capturados, a venda de vassalos por alguns dos reis do Oriente e ser filho de uma escrava.
No seio deste grupo social havia também diversas classes, nas quais se enquadravam os escravos que possuíssem mais ou menos conhecimentos e de acordo com o teor destes mesmos conhecimentos. Os senhores cultos e abastados tinham a possibilidade de adquirir escravos gregos, detentores de grande prestígio intelectual, para ensinar os filhos, sendo estes cativos muito bem tratados. Tal não acontecia com os escravos que não possuíam qualquer saber especializado (de medicina e escrita, por exemplo), trabalhando neste caso nas galeras, nos campos, minas e fazendo os mais rudes trabalhos domésticos.
Os escravos trabalhavam também nos organismos públicos e coletivos, estando associados em corporação chamadas servi publici.
O tratamento dado à maioria destes servos era tão desumano que frequentemente havia deserções e rebeliões, entre as quais se enquadra a do grego Spartacus (73 a. C.). Estas rebeliões eram duramente refreadas e punidas, uma vez que todo o sistema económico do mundo romano em Itália e bastantes outros territórios colonizados e aculturados dependia deste género de mão de obra.

SA

Mas tb o nosso futebol...

Tem a sua organização c raízes profundas no tempo como é possível aqui constatar , nesta excelente obra :

"Escravos e Traficantes no Império Português, O comércio negreiro português no Atlântico durante os séculos XV a XIX”, por Arlindo Manuel Caldeira, A Esfera dos Livros, 2013, é um livro admirável, tem por detrás uma exaustiva pesquisa que assegura um retrato abrangente do tráfico de escravos, da sua origem até à sua abolição, no espaço do império português.

Numa escrita direta, o autor foge de evasivas ou subterfúgios para enquadrar a problemática do negócio dos escravos, explicando que a escravatura estava presente em todas as sociedades africanas antes da chegada dos portugueses, depois dos espanhóis, a seguir dos holandeses, franceses e britânicos. Os africanos não foram vítimas passivas do “infame comércio”. As elites locais participaram conscientemente do negócio, tirando proveito e auferindo lucros significativos. Os colonizadores portugueses nunca estiveram em condições de interferir diretamente nas guerras entre os povos locais. Arlindo Caldeira, se mais necessário fosse, cita os autores que visitaram estes locais e que possuíam conhecimentos seguros sobre as atividades económicas desenvolvidas pelos portugueses. Por exemplo, um importante autor, André Álvares de Almada, no final do século XVI, escreveu que os Mandingas do rio Gâmbia vendiam muitos escravos, “uns obtidos em guerras e juízos mas muitos outros em furtos”; na Guiné, os Bijagós, hábeis marinheiros, realizavam as suas incursões por mar para obterem escravos que depois vendiam aos portugueses. Feito este importante esclarecimento sobre matéria que ainda paira, qual fantasma traumático, sobre muitas consciências, traça um correto enquadramento das principais áreas de resgate: Arguim, os “rios da Guiné”, São Jorge da Mina, o reino do Congo e Angola. Dá para perceber que a rota estratégica para as Américas partia do golfo da Guiné e Angola foi o fornecedor crucial.

O historiador tem uma comunicação persuasiva, qualquer relato prende o menos iniciado nesta vertente da História. Por exemplo, o capítulo “A Difícil Travessia” é palpitante, clarifica o transporte dos escravos do interior do continente para a costa, descreve as mercadorias que serviam de moeda de troca: os escravos eram comprados com algodões indianos, bebidas alcoólicas, tecidos, argolas de metal, noz-de-cola, armas, cavalos. São invocados testemunhos sobre a amputação de uma mão aos escravos que morriam, como testemunho a dar ao patrão. Temos aqui todas as peripécias antes do embarque, no momento da partida, durante a viagem, a sobrecarga dos navios, as condições a bordo, a gravíssima questão da água, a alimentação e até a sexualidade a bordo.

E depois documenta-se o comércio propriamente dito, com os seus lucros e perdas. O autor desmonta uma ideia feita acerca da elevada rentabilidade do comércio negreiro, descreve a evolução da posição do Estado português durante os séculos XV a XIX. Passa em revista a natureza de mercadores, armadores e contratadores, são histórias emocionantes, é fácil perceber que o próprio Santo Ofício se envolvia em questões políticas, perseguia mercadores de escravos e a história de Manuel Batista Peres, um cristão-novo que fez fortuna em Cartagena das Índias, é elucidativa. Afinal, estes negociantes portugueses monopolizavam o comércio dos escravos em prejuízo dos comerciantes espanhóis, era necessário abatê-los. É uma escrita vibrante que toma conta do leitor, seguimos sem desvio de atenção a história de João de Oliveira que foi vendido como escravo e que se tornou senhor de escravos, acompanhamos os negócios de D. José I e família, clero e aristocracia em duas poderosas companhias, a do Grão-Pará e Maranhão e Pernambuco e Paraíba.

Na segunda parte da obra, dedicada a último século do tráfico de escravos, a prosa emocionante não afrouxa, somos envolvidos na evolução das mentalidades, percebe-se a exigência britânica no abolicionismo, verificamos como o tráfico resistiu muito para além das leis que o interditavam. O historiador escreve mesmo: “Estes últimos negreiros atlânticos canalizam para o Brasil quantidades de mão-de-obra escrava a um ritmo muito acima de qualquer período anterior, empenham recursos técnicos como nunca se vira até aí, obtêm lucros inimagináveis umas décadas antes… E, tudo isto, numa época em que o tráfico de escravos já estava a ser condenado pelos espíritos mais abertos em todo o mundo ocidental e a maior potência da época colocara no Atlântico o melhor da sua Marinha de guerra para impedir o trânsito dos navios negreiros”.

No século XVIII, as três maiores praças de comércios de escravos no Brasil eram Pernambuco, Baía e Rio de Janeiro. Estes três centros importadores cresceram ao longo desse século e viriam mesmo a tornar-se os principais centros importadores do século XIX. Em 1810, em consequência do tratado luso-britânico de Aliança e Amizade, Portugal aceitou restrições ao tráfico, que demorou algumas décadas a desaparecer. Neste particular, o autor descreve os últimos negreiros, caso de Francisco Félix de Sousa, o Conde de Ferreira e a lendária D. Ana Joaquina, mas regista igualmente D. Maria Correia, Ângelo Lisboa, Arsénio de Carpo e João Francisco de Azevedo Lisboa, conhecido por Azevedinho, entre outros. O Conde de Ferreira continua a ter o seu nome ligado à filantropia, o seu nome consta na fachada de uma rede de escolas e há mesmo no Porto um conhecido hospital psiquiátrico com o seu nome. Quando se abriu o seu testamento, foi uma verdadeira caixa de surpresas, o traficante de escravos e capitalista de sucesso convertia-se num generoso filantropo em hospitais, asilos e outras obras de assistência. O autor recorda também o barão de Água-Izé, tinha propriedades da ilha do Príncipe, investiu na produção de café e mais tarde na cultura do cacau. De premeio, negociava escravos para as suas feitorias em Moçâmedes e S. Tomé e Príncipe.

Um livre de indiscutível importância, o essencial do tráfico de escravos fica aqui registado em todas as suas vicissitudes. Como o autor observa: “Para a História fica o poder dos números: entre 1450 e 1860 quase treze milhões de africanos foram traficados no lucrativo comércio de escravos do Atlântico. Perto de seis milhões desses escravizados foram transportados em navios com a bandeira de Portugal ou do Brasil”.

E wishful

é só com 1 "L".

Eh eh

L (1)

Alex, Nos 32 anos de legado

Alex,

Nos 32 anos de legado de Pinto da Costa, esta é a 3ª temporada em que o FC Porto termina o Campeonato no 3º lugar. Assim foi em 2001/02, em 2009/10 e esta temporada que agora terminada. Em 2002 foi decretado o fim de ciclo do FC Porto, e na temporada seguinte o FC Porto ganhou Campeonato, T Portugal e T UEFA (um triplete falso). Em 2010, estava também decrtado o final de ciclo do FC Porto, e na época seguida, os Dragões conquistam o 2º triplete faldo no Futebol Português (Campeonato, T Portugal, L Europa, e ainda acrescentou uma Supertaça Candido Oliveira apitada de forma "pornografica" pelo "pode ser Ferreira").

Outros sinais de fim de ciclo?! Sempre que o FC Porto não conquistou o Campeonato, reconquistou-o na temporada seguinte, excepto no pós Penta em que atravessamos um hiato de 3 temporadas sem títulos. Quem quiser ignorar esses sinais ...

Sobre a opacidade dos negócios do Presi_mente do Benfica, bem, o negócio Roberto, vendido duplamente, com meia pizza e recheio respectivo demonstra a "clareza" da coisa.

André Gomes e Rodrigo? Um Fundo investe 45 M€, em 2 activos que valiam meses antes no máximo 20/25 M€ ?

Em Agosto de 2013, o SLBenfica vendeu ao Benfica Stars Fund 24% do passe de Rodrigo por 3.6M€ (tendo na altura avaliado o jogador em 15M€) e venderam ainda 20% do passe de André Gomes por 0,8M€ (tendo na altura avaliado o jogador em 4M€). Avaliados ambos há 6 meses em 19M€, e são vendidos por 45 M€, uma valorização de 140% em 6 meses?

Porque sobrevalorizou esse Fundo esses Activos, num Clube que está ávido de liquidez?

Entrelinhas, a CMVM que é a reguladora dos Mercados questionou esta estupida valorização, bem o Gomes quantos minutos tinha feito na 1º equipa? Cada minuto que o Gomes fez na 1ª equipa valeu cerca de 1 M€ , extraordinário!

Eles não estão muito preocupados com o passivo, porque afinal os activos superam esse tal monstruoso passivo ao nível do Real Madrid. Vão vender o Estadio da Luz (que ainda nem está pago), vendem o Seixal, que foi pago pela Caixa Geral de Depositos, e estabelecem mais uma prospera parceria publico-privada com a Camara do Seixal. Vendem a equipa de Futebol, só o Cardozo está avaliado em 60 M€, e são lançados os jovens promissores do Seixal!

Bom, o FUTURO DE NÓS DIRÁ!