Memórias da Taça de Portugal

Com muita pena minha a senhora Susana Valente cortou-me quase metade do artigo que eu enviei. Portanto deixo aqui 2 pequenos apontamentos: . Nesse jogo o Benfica contou com o apoio dos adeptos do Belenenses e do sporting, uma vez que nessa altura havia uma intensa rivalidade entre Norte e Sul . O resultado ao intervalo era 1-0 a favor do SL Benfica, e os outros 5 golos foram obtidos num intervalo de 17 minutos.

o NN já existiam em mil novecentos e troca o passo? Já atiravam os petardos da altura, antes do Adolfo ter invadido a Polónia? E chamavam-lhe bombinhas de Santo António? LOL Há coisas que nunca mudam! Só rir! Bem, a minha memória selectiva, faz-me lembrar das grandes patuscadas que fiz junto ao Rio Jamor, que mesmo o cheiro do rio não nos demovia a enfardar bifanas e sardinhas na bela broa de milho! Muitos momentos extraordinários passei em jogos e em finais na competição, mas há uma que me ficará marcada para o resto da vida. A final de 1996 ficará pra sempre como indigna e vergonhosa, e o fim de uma inocência que acabou com espírito da festa na taça. A partir desse dia, a final deixou de ser uma festa, para passar a ser um jogo de alto risco, com tolerância zero, e que acabou com espírito da confraternização e amizade que adeptos dos dois clubes tinham. Desde esse dia que não houve mais nenhuma final Sporting-benfica. E espero que nunca o volte a haver! Saudações Leoninas

...de Portugal... ...é sem dúvida a meia final de 94/95. CSMaritimo - FCPorto. Nunca uma equipa das ilhas portugueses tinha chegado tão longe na taça de Portugal. Era a nossa grande oportunidade de ir ao Jamor. Mas pela frente tinhamos que viria a ser nessa época campeão nacional, treinado na altura por Robson (Mourinho era adjunto ou tradutor nessa altura, nunca sei :P) O Caldeirão dos Barreiros estava a ferver e transbordar. O CSMaritimo marcou, penso que por Jorge Andrade, mas depois assistiu-se a um festival chamado Ewerton. O nosso grade GK, teve a noite da sua carreira, em que defendeu tudo. Este brasileiro que só tinha um rim, demonstrou a sua grande qualidade e impediu os azuis e brancos de marcar qualquer golo. E assim chegamos ao Jamor... ...fomos derrotados pelo Sporting (2 golos de Iordanov) Essa foi a melhor época do CSMaritimo, finalista da taça, 5ºLugar no campeonato e fizemos um grande jogo nos barreiros contra a Juventus de Baggio, Ravaneli e Vialli. Se não me engano perdemos 3-2, mas foi um jogo lindo.

Estamos a dezasseis de Maio de 2004. A fome de títulos avoluma-se nas gargantas vermelhas, outrora fartas de títulos. Na atmosfera húmida do Jamor sente-se o cheiro a festa e a esperança. Sente-se o cheiro a alegria e a vinho mas também, e porque nada é certo, a algum receio. De um lado o super FCP de Mourinho. Do outro, do lado de dentro de mim, o Benfica de Camacho. Do verdadeiro Camacho. Ou do verdadeiro Benfica, pois tudo se funde e confunde no palco de emoções. E, como que para contrariar a lógica, ou a penas para confirmar que no futebol a lógica é a mais efémera das virtudes, no final é o Benfica que ganha a Taça. A vigésima quarta de um historial luxuriantemente histórico. Ao fim de 8 anos, o Benfica regressa às grandes vitórias! E, para apimentar e temperar a coisa, quem melhor para dar expressão e significado a esta conquista do que a grande equipa do FC Porto, a dias de poder sagrar-se Campeã Europeia? Guiados pelo espírito de sacrifício (e pela alma de Feher), embalados pela mística que só pode ser esta coisa de ser maior que a própria fraqueza, o Benfica cresce das suas ventrais entranhas, até que delas se façam Tripas à Moda de Lisboa. Cresce da transfusão de sangue entre veia da nação Benfiquista e a artéria que leva ao suor da vitória. E, meus senhores, quem mais poderia desventrar a sorte e o destino, quem mais haveria de ser a bomba impulsionadora de sangue, suor e ranho do que Simão? Um dos últimos alquimistas do golo que passeou pelos lados da Luz. Foi a última. Mas é a primeira na nossa memória.