Este dragão não dá mesmo hipóteses! (Crónica)

O FC Porto qualificou-se para a final da Taça de Portugal, depois de vencer no Estádio da Luz por 3-1, virando o resultado (0-2) da primeira mão. O árbitro Carlos Xistra teve influência no resultado: o segundo golo portista é em fora-de-jogo e não há penálti no tento dos encarnados. André Villas-Boas continua a bater recordes: foi a primeira vez que o FC Porto venceu na Luz em jogos da Taça de Portugal.

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Primeira nota para os 37 mil espetadores que estiveram no recinto. Será que os habituais episódios de violência dos últimos clássicos já estão a afastar público dos estádios? Há uma semana estiveram 60 mil no Benfica-PSV...

No Benfica, Jara foi titular, atuando no lado direito do meio-campo. Carlos Martins apareceu a "10" e Aimar ficou no banco. Nos dragões, a novidade foi a titularidade de Cristian Rodríguez, apostando André Villas-Boas nas "ganas" do uruguaio em mostrar serviço frente ao ex-clube. Silvestre Varela ficou no banco.

Os azuis e brancos apresentaram-se desfalcados no meio-campo, sem os lesionados Guarín e Belluschi. Fernando e Ruben Micael avançaram assim para o onze. André Villas-Boas alertara na conferência de imprensa de antevisão da partida que o FC Porto não poderia entrar com excesso de vontade em anular rapidamente a desvantagem. E os seus jogadores seguiram o conselho, com uma primeira parte comedida e um segundo tempo arrasador!

Foi do Benfica a primeira oportunidade de golo, com Javi Garcia a cabecear muito perto do poste, aos 19 minutos. Os dragões responderam aos 24' com um ligeiro aviso de Falcao: remate à figura de Júlio César. Logo a seguir, Cristian Rodríguez apareceu bem pelo lado... direito mas o seu remate com o pé esquerdo foi muito mau.

Tão amigos que eles são...

Com 11 sul-americanos de início somando os dois onzes, mais parecia que estavamos num Peñarol-Nacional Montevideo, sensação que foi ampliada com a sequência dos três primeiros cartões amarelos, que saíram para os uruguaios Maxi Pereira, Álvaro Pereira e Cristian Rodríguez. Curiosamente por faltas cometidas entre eles...

O jogo estava feio e quezilento e só animou num lance em que Cardozo surgiu em boa posição na área, mas rematou fraco e torto. No lado portista, Hulk só se via em remates disparatados que levavam os adeptos do Benfica ao delírio e Falcao estava bem guardado por Luisão e Jardel.

Mas a terrível dupla de avançados portistas soltou-se em cima do intervalo: o brasileiro assistiu o colombiano, mas Júlio César foi gigante e travou o remate do avançado, quando os cerca de 2 mil adeptos portistas já gritavam golo. Era o prenúncio do que aí vinha...

Dragão com chama

O FC Porto voltou cheio de força das cabinas. Primeiro, Falcao, numa das suas fantásticas movimentações na área, quase chegou de cabeça a um cruzamento de Álvaro Pereira e depois Hulk rematou forte, com Júlio César a defender à segunda.

O Benfica respondeu numa boa iniciativa de Jara, com Rolando a tirar o pão da boca a Cardozo, quando este já se preparava para inaugurar o marcador. A segunda parte foi bem melhor do que a primeira, com as duas equipas a procurarem o golo. Depois de três remates de livre para as nuvens, Hulk acertou na baliza. Mais um aviso!

A bola levava fogo, mas Júlio César defendeu, mostrando a Roberto como se faz. Mas logo a seguir, o guarda-redes brasileiro nem com asas conseguiria deter o remate colocado de Moutinho, aos 64 minutos. Os dragões adiantavam-se no marcador e estavam a apenas um golo de igualar a eliminatória, isto numa altura em que James Rodríguez já tinha sido lançado para o lugar de Ruben Micael.

E num ápice tudo mudou: Hulk, beneficiando de uma posição de fora-de-jogo, aumentou para 2-0 e depois Falcao rematou, a bola desviou em Jardel e traiu Júlio César.

O Benfica só conseguiu reduzir com a ajuda do árbitro: mas como é que Carlos Xistra pode ter visto falta de Sapunaru sobre Saviola? A "fita" do argentino foi tão mal feita!

Os 10 minutos finais foram intensos, mas os dragões aguentaram a vantagem. E a pergunta que fica é a seguinte: até onde chegará este FC Porto de Villas-Boas? Será que só vai escapar a insignificante Taça da Liga? É bem provável...

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