Ninguém assume culpas pelos confrontos da final da Taça da Liga

A GNR recusa as falhas que alguns lhe imputam no esquema de segurança relativamente à final da Taça da Liga que o Benfica ganhou ao FC Porto (3-0) no Estádio do Algarve. A Liga de Clubes contrapõe com a factura de 100 mil euros, o dobro da época passada, pagos pelo policiamento. Enquanto isso Gilberto Madaíl pede castigos mais severos.





Antes do Benfica-FC Porto houve distúrbios nas imediações do Estádio do Algarve e também longe do Estádio, na deslocação para o recinto, e durante o jogo foram arremessadas cadeiras e outros objectos para o relvado. Os incidentes não levaram contudo a quaisquer detenções e a GNR recusa responsabilidades. O major Victor Calado, responsável de segurança da GNR, revela em declarações à TVI que os confrontos no exterior do estádio terão estado relacionados com «o facto dos autocarros [dos adeptos portistas] terem chegado mais cedo e num tempo mais espaçado do que o que foi agilizado».

Fonte da Liga de Clubes vai notando na Agência Lusa que a estutura acordou o pagamento de 100 mil euros pela segurança, o dobro dos gastos da edição do ano passado da Taça da Liga, remetendo assim todas as "culpas" para as entidades policiais.

Ficam ainda os estragos provocados no Estádio e o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, diz que há «entre 500 e 600 cadeiras partidas», salientando que não pode ser a autarquia a pagar. «É um assunto que terá de ser tratado com a Liga de futebol e com os respectivos clubes», frisa.

Para o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, é preciso «parar para pensar» de modo a encontrar «soluções para pôr cobro à violência que mina e descredibiliza a imagem do futebol português», conforme declarações à Agência Lusa. O dirigente fala ainda na necessidade de todos assumirem as suas «responsabilidades» para serem tomadas «medidas enérgicas», nomeadamente o «endurecimento» das sanções contra «quem faz dos jogos de futebol um palco de violência», constata.

Madaíl sublinha que ficou «chocado, triste e preocupado com os graves incidentes» verificados no Algarve, notando o seu «mais profundo repúdio e veemente condenação».